Do pré-natal aos exercícios e alimentação, contamos tudo sobre os cuidados a ter na gravidez.
Do ponto de vista da medicina chinesa, a nossa energia vital é também responsável pela nossa capacidade reprodutiva. É nos rins que armazenamos a reserva de energia vital, incluindo a energia necessária para a conceção.
O estilo de vida moderno pode representar um desafio à conceção natural. Cada vez mais o primeiro filho se tem mais tarde, pois o plano profissional exisge muito das pessoas, não só a nível físico como emocional.
Há pouco tempo para descansar e vagar para regrar-se com uma alimentação saudável e um regime físico regular, fatores que intreferem na conceção. Como a saúde do bebé está ligada à saúde dos pais, se a energia vital dos pais for deficiente (devido à idade, excesso de trabalho, alimentação inadequada, etc.) tanto a conceção como o desenvolvimento do feto pode ser afetado durante a gravidez. Portanto, há alguns cuidados a ter na gravidez.
Cuidados a ter na gravidez
Pré-natal
O primeiro mês de gravidez é um período especial e crítico para o desenvolvimento do bebé, portanto, tomar precauções e cuidados específicos são necessários para o bom curso da gestação. É muito comum decorrer um aborto espontâneo ou más formações no primeiro trimestre da gravidez. Faça todos os exames necessários nesse período e dê início ao seu pré-natal. Um dos exames necessários fazer logo no início da gravidez é o despiste à presença da toxoplasmose na gravidez. Converse com o seu ginecologista e tire todas as dúvidas sobre sua saúde e do seu bebé.
Por mais que o bebé se forme dentro do seu ventre, a sua genética não faz parte do seu organismo, pelo que existe um período em que a grávida passa pelo “reconhecimento” do seu “novo” corpo e do que nele está acontecer. O bebé passa pelo seu sistema imunológico para chegar ao útero, onde começa o seu desenvolvimento e o da placenta. No entanto, o sistema imunológico da mulher pode não reconhecer o embrião, considerando-o um corpo estranho e, consequentemente, provocar um aborto espontâneo.
Se já teve algum aborto, é importante ficar alerta e conversar com o seu obstetra sobre isso. O profissional de saúde pode recomendar determinados medicamentos ou certos cuidados para os primeiros meses da gravidez subsequente à que resultou na perda gestacional, visto serem considerados os de maior risco.
Entre o segundo trimestre de gravidez e o terceiro, o colo do útero vai ficando mais mole e permeável, ou seja, pronto para que se aconteça a dilatação do útero (o abrir do canal que deixa passar o bebé, no caso de parto normal ou parto natural) e se dar o trabalho de parto. Nesta altura, pode dar-se o istmo-cervical, o que causa o nascimento pré-termo da criança. Nesses casos, o bebé pode não ter condições para sobreviver fora do útero da sua mãe, sendo considerado um aborto espontâneo tardio.
Caso consiga retardar o parto e o bebé se encontrar bem de saúde, é bastante provável que o médico lhe recomende repouso absoluto até completar as 37 semanas de gravidez.
Exercício e alimentação na gravidez
O exercício físico na gravidez, como o yoga pra grávidas, a caminhada, a natação podem ajudá-la a relaxar, a lidar com o cansaço extremo e das dores nas costas na gravidez.
A alimentação na gravidez desempenha também um papel crucial no desenvolvimento de um bebé e, portanto, de uma gestação mais saudável. Aliado a isso, existe ainda a necessidade de incluir alguns ingredientes no seu menú ou tomar algumas vitaminas, como o iodo e o ácido fólico, por exemplo, para evitar más-formações no tubo neural do bebé.
A alimentação deve ser variada
Ou seja, rica em proteínas e vitaminas, com gorduras e hidratos de carbono q.b. Sopas e legumes, carne e peixe são essenciais. A fruta não deve ser ingerida em excesso porque tem muito açúcar (2 a 3 peças por dia são suficientes).
Atenção aos queijos e enchidos e ao sushi
A Listeria é um agente infeccioso, que cresce particularmente nos queijos moles, e que provoca na grávida e feto uma infecção de gravidade variável. É fundamental confirmar se é tudo pasteurizado e certificado e não abusar deste tipo de alimentos. Quanto aos enchidos, só cozinhados.
Já no sushi, o peixe cru pode ter bactérias e outros microorganismos prejudiciais ao feto, já para não falar nos vegetais a acompanhar, que podem transmitir toxoplasmose. No entanto exitem opções. Uma delas pode ser o chamado “sushi para grávidas”, que existe já em vários restaurantes e é cozinhado, e portanto, seguro.
Marisco
Eventualmente só acabados de fazer e bem cozinhados (com origem de confiança). E ovos com clara e gema bem passadas – cuidado com as salmonelas.
Beba muita água
A água ajuda a tudo na gravidez! É importante ingerir cerca de 2 litros de água por dia.
Não fique mais do que 2-3 horas sem comer. Faça, pelo menos, 5 refeições por dia
Sabemos hoje que a alimentação durante a gravidez vai influenciar a saúde futura dos nossos filhos, para além da nossa, por isso, a alimentação saudável deve ser um objectivo a ter em mente – antes, durante e depois da gravidez.
Outros cuidados
Para além disso, a gravidez é uma excelente altura para deixar de vez o tabaco, porque sabemos que influencia negativamente a saúde da mãe, do feto e aumenta as complicações na gravidez, incluindo o descolamento de placenta e a morte fetal. O álcool também causa importantes malformações a nível fetal e deve ser evitado. Dois cafés por dia são permitidos, mas atenção a coca-colas, chás e chocolates em excesso que também contêm cafeína. Os adoçantes também são desaconselhados a grávidas.
Aproveite ainda para descansar o máximo que poder – se dormir de noite começar a ser uma tarefa difícil, tente fazer umas sestas para compensar e estar descansada.
Para finalizar, deixamo-vos com dois parágrafos, escritos por Cristina Gondar, autora do blog Maternidade Consciente, que resume este artigo na perfeição:
“O equilíbrio entre o trabalho, o descanso e a atividade física, bem como uma dieta apropriada e saber lidar com o stress emocional são essenciais para que a nossa energia vital se mantenha abundante e forte para suportar a gravidez, bem como para a saúde e vitalidade do bebé.
A falta de energia, exaustão e problemas durante a gravidez podem ser indicações de desarmonias físicas, emocionais ou do nosso estilo de vida. O medo e a ansiedade à volta do parto são um reflexo da generalizada falta de confiança nos processos naturais e na nossa sabedoria e intuição inatas.
A medicalização do parto e o ênfase dada ao risco distanciam-nos dos nossos corpos, tornando-nos desconfiadas deste processo fisiológico e das incertezas a ele inerentes. Fortalecer a nossa autoconfiança passa por criar uma relação com o nosso corpo e emoções e aprender a dar prioridade ao que é importante para nós próprias.
Cuidar do nosso bem-estar e saúde significa cultivar o amor-próprio, respeitando os nossos corpos e ritmos naturais, assim como tornarmo-nos conscientes e responsáveis pelas nossas escolhas e em como estas podem apoiar ou bloquear o bem-estar físico e emocional. O primeiro passo é dar prioridade às nossas necessidades, aceitar que podemos melhorar e aprender através das escolhas que fazemos.”
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