O bebé consome muito ferro e iodo à mãe e, por esse motivo, pode ser importante haver a suplementação extra de iodo desde o momento em que a mulher tenta engravidar.
O bom funcionamento da tiroide e o rastreio das doenças da tiroide, durante a preconceção e gravidez, são fundamentais para um adequado desenvolvimento do bebé.
Iodo na gravidez
A Tiroide fetal é fundamental no desenvolvimento do bebé e só começa a funcionar às 10 semanas de gestação. Até esse momento, são hormonas tiroideias maternas que, ao passarem a barreira placentária, permitem o normal desenvolvimento neuro-cognitivo do feto.
Um estudo realizado por um endocrinologista do IPOFG, Edward Limbert, revela que, em Portugal, 83% das Grávidas têm défice de iodo, classificando Portugal como um país no qual este défice vai desde ligeiro a moderado. Os valores mais baixos correspondem ao interior da zona centro de Portugal continental e arquipélagos da Madeira e dos Açores, com 91,8% e 97,7%, respetivamente.
Porque deve tomar iodo na gravidez?
Desde 2013 que a Direção-Geral de Saúde (DGS) recomenda a administração de um suplemento de iodo, começando a tomá-lo ainda antes de engravidar, durante a gravidez e durante a fase em que a amamentação é a única forma de alimentação do bebé:
“As mulheres devem receber um suplemento diário de iodo sob a forma de iodeto de potássio – 150 a 200 microgramas por dia, desde o período preconcecional, durante toda a gravidez e enquanto durar o aleitamento materno exclusivo, pelo que deverá ser prescrito o medicamento com a substância ativa de iodeto de potássio na dose devidamente ajustada.”
Consequências da deficiência de iodo
“A gravidez é o período da vida da mulher no qual as necessidades de aporte de iodo são maiores, devido a ser necessário sintetizar mais 50% de hormonas tiroideias destinadas a manter o eutiroidismo na mãe e no feto. Por outro lado, é durante a gestação que a carência iodada é potencialmente mais nefasta pois há o risco de dar origem a alterações da função cognitiva das crianças, que se podem revelar por dificuldades na aprendizagem escolar”, pode ler-se no estudo.
Ou seja, durante a gravidez, de acordo com a DGS, as necessidades de iodo “estão aumentadas pelo aumento da necessidade da tiroxina, para manter o normal metabolismo da mulher; pela transferência de tiroxina e iodo para o feto durante a gravidez; e pelo aumento da depuração renal na grávida”.
Além disso, o défice de iodo aumenta a possibilidade de hipotiroidismo na mulher gestante, o que pode aumentar complicações, tais como:
- atraso no desenvolvimento cognitivo do feto;
- originar outras doenças na mãe como a hipertensão, pré-eclâmpsia, placenta prévia, anemia, hemorragias pós-parto e parto pós-termo.
Mas não é só a mãe que pode sofrer com este problema, mas também aos bebés:
- aborto espontâneo;
- morte fetal;
- macrossomia (excesso de peso do bebé);
- cretinismo (lentidão nos movimentos, atraso no crescimento físico e deficiência no desenvolvimento mental);
- macrocefalia (crescimento anormal do perímetro cefálico – acima de 95 %);
- atraso da idade óssea;
- bradicardia e hipocinesia fetais, entre outras.
Para prevenir o aparecimento destas complicações, as mulheres grávidas, ou que planeiam engravidar, devem realizar rastreios das doenças da tiroide. A gravidez só por si exige um acréscimo de 50% de aporte de iodo, pelo que o Suplemento de Iodo torna-se indispensável para compensar esta carência.
“O suplemento de Iodo é uma terapêutica fácil de tomar e que pode fazer a diferença no bem-estar da mãe e no desenvolvimento do bebé. Estar informada e relembrar o seu médico assistente para fazer um rastreio às doenças da tiroide e iniciar uma suplementação com iodeto de potássio, pode prevenir complicações futuras”, explica Sílvia Martins, administradora da Bebé Vida.
Apesar destas informações serem de fontes médicas, aconselhamos que consulte um especialista e debata o assunto com o mesmo quando quiser engravidar, pois de acordo com alguns especialistas nem todas as mulheres necessitam tomar este suplemento, bastando para isso apostar numa boa alimentação na gravidez.
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