Repouso absoluto na gravidez: dicas para grávidas acamadas - Pumpkin.pt

Repouso absoluto na gravidez: dicas para grávidas acamadas

repouso absoluto na gravidez

É bastante comum aconselhar o repouso absoluto na gravidez quando existe alguma complicação de saúde, independentemente da semana de gravidez.

Muitas vezes, para prevenir um parto prematuro ou até mesmo para preservar a saúde da mãe e do bebé, o repouso garante também que o nascimento se dá na altura certa (a partir das 37 semanas de gravidez).

Ainda assim, os cientistas realçam a importância do tipo de repouso “aplicado” à gestante, que pode variar entre o repouso que limita algumas atividades do dia a dia até ao repouso absoluto.

Repouso absoluto na gravidez

Muitas vezes, as gestantes querem trabalhar até ao final da gravidez, mas nem sempre é possível e surgem complicações que é possível obrigarem a uma paragem antes do tempo, ou seja, a fazer em casa de molho em repouso.

Tipos de repouso

Mas nem todos os repousos são iguais – existem dois tipos:

  • o repouso relativo, que acontece quando o médico aconselha a mulher a meter baixa e deixe de trabalhar e evite fazer esforços físicos intensos. Contudo, não é contraindicado que ande pela casa, se levante, vá à casa de banho, tome banho sozinha e sem ajuda ou realizar alguma atividade profissional em casa, caso seja possível e não exija esforço.
  • o repouso absoluto, é mais rigoroso e exige um constante acompanhamento médico.

Quando é recomendado o repouso absoluto e quais as suas limitações?

Para identificar as causas que originam a obrigatoridade da grávida ficar de repouso absoluto os exames pré-natal são essenciais. O repouso absoluto é recomendado em casos específicos, como afirma Gerson Aranha, obstetra e professor da Universidade Metropolitana de Santos, em São Paulo, no Brasil, à revista Crescer:

“Essa recomendação é restrita a poucos casos, como a eclâmpsia (uma piora da pré-eclâmpsia, que pode vir acompanhada de convulsões e outros problemas)”.

A pré-eclâmpsia (caracterizada pela pressão arterial muito elevada) faz com que a mulher, de acordo com as declarações do obstetra Julio Junior à revista brasileira, se mantenha deitada de lado, com vista a melhorar o fluxo sanguíneo do bebé e evitar que esta condição evolua para um quadro designado de eclâmpsia (convulsões provocadas pela pré-eclâmpsia).

Existem ainda outras razões pelas quais o médico obstetra pode decidir recomendar-lhe o repouso absoluto, tais como:

  • o descolamento da placenta – acontece quando a placenta se descola do útero e pode provocar hemorragias, falta de oxigenação e desnutrição do feto, o que pode ser muito grave tanto para mãe como para filho;
  • placenta prévia ou placenta baixa quando a placenta está a desenvolver-se não no centro do útero, mas sim debaixo dele e pode também ter sangramento intensos;
  • a rutura da bolsa amniótica, o que leva à perda de líquido amniótico, o que aumenta a possibilidade do bebé ficar exposto a infeções. Assim, o repouso é essencial para evitar o prolapso do cordão, que acontece quando o cordão umbilical fica comprimido e interrompe o fluxo sanguíneo para a criança.

No final da gravidez, também pode ocorrer uma antecipada dilatação do colo do útero, o que pode provocar o parto.

Desconfortos associados

Muitas pessoas acreditam que uma grávida de repouso é o mesmo que uma mulher deitada no sofá a ver séries e filmes o dia todo e a dormir e comer sempre que quiser, mas não é bem assim.

O repouso absoluto acaba por trazer tédio, desconforto e a sensação de estar presa em casa sem poder sair acaba por fazer a mulher pensar mais, ansiar mais pelo parto e pode causar até mais stress do que se estivesse a trabalhar (não que o repouso não seja essencial, porque se o médico a aconselhou por algum motivo foi).

Um testemunho real

Vanessa Muchagata, do blog Para Lerem Quando Crescerem, fala-nos sobre este assunto de uma realidade bem próxima – a sua.


Passar a gravidez inteira ou parte dela de cama desvirtua completamente aquilo que se presume ser um estado de graça. Toda a magia, alegria e planos caiem por terra quando se ouve que se tem que fazer repouso absoluto durante toda a gravidez, e todos esses sentimentos felizes são substituídos por uma preocupação e angústia constantes de que algo possa acontecer ao bebé. Aliado ao tédio/tormento de termos que estar confinadas aos escassos metros quadrados que ocupa uma cama… não é fácil!

Por muita força de vontade que se tenha há dias difíceis, depois de passar algumas semanas deitada começa o desespero e se se pensa no tempo que falta então os dias custam tanto a passar.

O principal, há que ter paciência, muita paciência.

Dicas para os dias se tornem menos penosos e tudo seja mais fácil e melhor:

  • Pedir ajuda. No meu caso e por causa da baby M. a minha mãe veio morar cá para casa, gerir, uma bebé, à data do descolamento, com 13 meses, uma acamada e toda uma casa, tornou-se tarefa complicada só para o A., portanto, há que pedir ajuda à mãe, à sogra, à irmã, à cunhada, prima, amiga, a quem quer que seja;
  • Cama articulada. A cama articulada dá um conforto superior ao da nossa cama, o facto de subir e descer em altura, levantar e deitar as costas faz com que sejam feitos menos movimentos, e não passamos o dia inteiro a ajeitar as almofadas nas costas como tem que se fazer constantemente quando se está na cama do quarto, caso haja espaço, aconselho a por a cama articulada na sala, a sala é onde se passa mais tempo e onde tudo acontece, passamos muito menos tempo sozinhas com esta opção;
  • Trabalhar. Tive a sorte da minha empresa permitir que trabalhasse a partir de casa e trabalhei até ao dia em que o meu filho nasceu, no entanto sei que nem todas as entidades patronais permitem esta situação, mas deve tentar-se conseguir esta possibilidade, o facto de trabalhar faz-nos sentir úteis e principalmente ocupadas;
  • Navegar pela Internet. Pegar num portátil e navegar à procura de informação, para falar com amigos e familiares, enviar emails, ordenar aquelas fotografias há muito desarrumadas, ler notícias, comprar o enxoval do bebé, etc…;
  • Cozer/Bordar/Crochê. Quem não sabe, esta poderá ser a altura para aprender, além de entreter pode fazer-se um enxoval com alguma peças personalizadas para o bebé;
  • Desenhar/Pintar. Despertar o Picasso que está dentro de nós;
  • Tentar participar em algumas tarefas domesticas. Sim, é possível: dobrar meias e cuecas :), descascar legumes, fazer as compras online, organizar a ementa semanal;
  • Ler. Revistas e os livros em atraso, até porque depois do bebé nascer fica mais difícil ler quanto se desejaria;
  • Pôr filmes e séries em dia;
  • Fazer Jogos. No papel, no telefone, em consola, de preferência jogos de memória para ajudar a mente que com a gravidez se torna preguiçosa e distraída;
  • Escrever. Uma carta, um diário, um blogue :-)… vai ser bom recordar e mostrar ao bebé. Foi assim que nasceu o meu blogue que me ajudou TANTO;
  • Para quem tem filhos. Tirar todos uns dias um bocadinho do dia só para ele, ver um filme, fazer um desenho, fazer uma sesta, qualquer coisa desde que seja algo só mãe e filho;
  • Receber visitas. Uma lufada de ar fresco, mas fica o aviso, nem todos os familiares e amigos vão tirar um bocadinho do seu tempo para o fazer, mas não há que ficar triste, há que perceber que cada um tem a sua vida;
  • Exercício físico. Por incrível que pareça a sensação de cansaço aumenta muito, os músculos, o coração e os pulmões têm menos uso, logo ficam mais preguiçosos, num das muitas estadias no hospital fiz fisioterapia e aprendi a fazer exercícios na cama, há que falar com o médico assistente e perguntar se se pode fazer algum tipo de alongamento ou exercício que ajude quer à circulação quer aos músculos.
  • Beber muita muita água para evitar a prisão de ventre. Ficar deitada o dia inteiro pode reduzir o ritmo da digestão e prender ainda mais o intestino;
  • Tentar manter os mesmos horários de sono. Evitar dormir muito durante o dia é preferível fazer uma sesta depois de almoço para evitar que se passe parte da noite em claro. Não dormia durante o dia mas mesmo assim passava a noite em claro, baby V adorava noitadas;
  • Falar. Eu passava muito tempo sozinha e havia dias que tinha muita necessidade de falar, também havia dias que não me apetecia dizer nada, mas é importante falar do que sentimos;
  • Tentar manter sempre um sorriso e boa disposição, até porque esta aventura vai ter um final feliz.

Repito, não são dias fáceis, mas há que evitar fazer todos os dias a mesma coisa, tentar que os dias sejam diferentes e, dentro do possível, tentar desfrutar ao máximo deste tempo e pensar que cada dia que passa é um dia a menos para ver a cara do bebé e para tê-lo nos braços.


Veja também:

  • Dicas para as grávidas: Para que serve o pré-natal?
  • Parto: as diferentes formas de ver a magia acontecer!

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