Como conciliar teletrabalho e crianças pequenas em casa? - Pumpkin.pt

Como sobreviver em casa (em teletrabalho!) com crianças pequenas

teletrabalho com crianças

Chamem o Tom Cruise, por favor! Parece Missão Impossível, não é? Prometemos que não…

De modo a evitar a propagação do coronavírus, são muitos os pais que estão em teletrabalho.

Agora, têm de encaixar nas suas obrigações profissionais o cuidado das abobrinhas, que enfrentam uma interrupção letiva forçada, com as escolas fechadas por pelo menos 15 dias.

Sabemos que é uma missão muito difícil conciliar a atenção de que eles necessitam com o trabalho que não tão pacientemente assim nos espera na mesa da sala.

Se não vos for possível pedir subsídio para assistência à família – os serviços estão com dificuldades em responder a todas as requisições, além de esta ser uma medida de apoio direcionada a quem trabalha presencialmente -, não se preocupem!

Remos várias dicas, conselhos e ideias para garantir que cumprem as vossas obrigações profissionais ao mesmo tempo que dão atenção, amor e carinho aos miúdos.

Bem precisam, numa fase em que todas as suas rotinas são completamente alteradas.

Como estabelecer uma rotina de teletrabalho, estando em casa com crianças?

saúde mental crianças teletrabalho

Aceitem que dói menos

Nunca nenhum de nós viveu algo assim: este cenário parece quase apocalíptico, uma cena retirada de um filme de ficção científica, onde tudo é novo e assustador. Perante todas as notícias, desinformação que circula e o “covi dizer”, é fundamental manter a calma, alimentar a nossa saúde mental e garantir que não damos todos em malucos ao final da primeira semana de confinamento.

São muitas as pessoas que, hoje em dia, operam em regime de teletrabalho, mas por norma as crianças estarão na escola, ou, mesmo se em casa com os pais, com uma liberdade diferente para gerir as saídas e os tempos livres.

Por isso, é importante aceitar várias coisas:

A produtividade laboral será menor; não vamos conseguir fazer tudo aquilo que tínhamos planeado, portanto identifiquem as prioridades e coloquem-nas como meta. De nada vale a frustração numa fase que se quer de paciência e amor.

Quem tem que se adaptar somos nós, e não eles; as crianças não entendem, nem têm a maturidade de processar, como nós, o que é o COVID-19, o porquê de estarmos fechados em casa, quais as implicações do vírus nas redes familiares e na economia, as saudades dos amigos da escola, a quebra na sua rotina. Somos nós quem tem que os ajudar, criando condições para manter a normalidade, na medida do possível, das suas rotinas e atividades diárias.

Organizem-se!

Para orientar toda a família e criar harmonia, façam um horário que vos sirva de guia para manter a rotina organizada.

Para facilitar e inspirar nesta tarefa, deixamo-vos o nosso Kit Confinamento em Família. Nele, podem encontrar as nossas regras, os modelos que usámos para organizar as nossas semanas em casa em março, e um exemplo prático com sugestões de atividades que agora recuperamos!

Podem fazer o download dos ficheiros, ou inspirarem-se para desenhar o vosso plano e organizá-lo juntos, respeitando as vontades de cada um. Se preferirem orientá-los, deixem-nos escolher entre duas atividades ou opções diferentes. Estarão a conferir-lhes a sensação de responsabilidade e de importância.

Não se esqueçam de pendurar o plano à vista de todos, e relembrá-lo diariamente às crianças: é importante para as abobrinhas antecipar aquilo que vai acontecer, porque se sentem mais seguras e conseguem estruturar melhor o seu pensamento.

Vejam também o nosso artigo completo sobre como planear os dias de confinamento.

Tenham capacidade de adaptação, como um camaleão

Não só a nossa produtividade será menor como também os nossos horários de trabalho precisam de ser ajustados.

No escritório, não temos crianças aos gritos, desesperadas por atenção ou a pedir-nos que brinquemos com elas, por isso cumprir o horário das 9h às 18h é peaners.

Na nossa equipa, temos várias famílias com crianças pequenas – bebés de um ano, mini-adolescentes de quatro, super-rebeldes com sete, oito e dez anos – e percebemos que o ideal é parcelar o trabalho.

Mantenham as rotinas como se fossem trabalhar normalmente: acordem à mesma hora, façam a vossa higiene, vistam-se e tomem o pequeno-almoço. Trabalhem duas horas de manhã, tentando conciliar esse momento com uma atividade pedagógica que a criança possa fazer sozinha, ainda que sob orientação.

Deem continuidade aos projectos da escola, desafiem-nos a aprender algo novo, ofereçam-lhes material artístico e apresentem-lhes estes recursos educativos para estudar online – mesmo sem aulas, é importante não perder o comboio!

Expliquem-lhes sempre que precisam daquele tempo de concentração, recordando todas as atividades divertidas que farão, depois, juntos.

Respeitem os tempos e trabalhem, todos, mesmo (e só!) duas horas: estão a mostrar-lhes que cumprem rotinas e promessas, e que eles podem confiar em vocês. Provavelmente vão também eles respeitar melhor a tranquilidade que lhes pedem se sentirem que existe reciprocidade nas ações.

Giram o vosso dia-a-dia para encaixar as restantes horas de teletrabalho nos períodos de sesta ou até de noite, já depois de os deitarem. Não é o ideal, mas é o possível, e o possível, agora, é mesmo o melhor.

Como manter a sanidade mental dos adultos, também?

conciliar teletrabalho com atividades das crianças

A nossa preocupação, nesta fase, são as crianças, mas é fundamental não nos esquecermos de que também nós estamos a viver um período de indefinição que nos altera as rotinas e nos pode causar bastante ansiedade, principalmente se não estivermos habituados ao teletrabalho.

Por isso, é fundamental estabelecer algumas regras para nos mantermos sãos, produtivos e bons pais, tudo ao mesmo tempo:

– Planear blocos de trabalhos para ajudar na produtividade e garantir pausas para arejar (por aqui usamos a app Pomodoro, com blocos de 1h30/2h de trabalho);

– Fazer pausas sem telas: preparem um lanche rápido, ouçam um bom um podcast, liguem para um amigo ou familiar (ainda mais importante atualmente, para saber como estão e para manterem o contacto social), adiantem tarefas domesticas, como colocar uma máquina para lavar e retirar a roupa da máquina no descanso seguinte, ou para fazer um castelo de plasticina;

– Se viverem com outra pessoa que também está em teletrabalho, definam uma divisão de cómodos para não saturar a convivência (pode ser mais difícil com as crianças, mas quatro mãos trabalham melhor do que duas: aproveitem a presença do outro super-pai e dividam-se; um trabalha, o outro brinca, e depois trocam.

– Programem um momento do vosso dia para fazer exercício físico em família: preparámos um artigo completo com 10 opções de exercícios para fazer em casa;

– Lembrem-se que no trabalho têm, pelo menos, uma hora de almoço para descansar a cabeça – mantenham essa pausa em teletrabalho, é vital;

– Determinem uma hora para desligar o computador; a ideia é não ficar permanentemente a trabalhar (é válido também para famílias que necessitam de adaptar a rotina para estar com os miúdos – se vão trabalhar duas horas à noite, são duas horas e ponto final, amanhã há mais).

– Respirem fundo, façam meditação, yoga ou exercícios de relaxamento, e lembrem-se: é só uma fase, vamos todos ficar bem, e em breve o teletrabalho com crianças será só uma memória divertida.

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2 comentários em “Como sobreviver em casa (em teletrabalho!) com crianças pequenas

  1. Daniela Moreira Maio 7, 2020

    “…ninguém poderá receber menos do que o salário mínimo nacional, fixado nos 635 euros…”

    Infelizmente, como as férias escolares (páscoa) não são pagas, apenas justificadas, o “pai” trás para casa metade do salário mínimo. Muito complicado e com uma justificação contraditória: apenas quem tem crianças na creche recebe o período de férias, porque os estabelecimentos não tinham programado fechar neste período, mas os infantários/pré-escolar também não. E agora? Os pais continuaram sem alternativas de onde deixar os filhos, no entanto continuam a pagar aos infantários e atls, nem que seja só uma parte, mas continuam a gastar dinheiro e não podem ir trabalhar… Não entendo.

    1. Dani Gonçalves - Equipa Pumpkin Maio 7, 2020

      Olá, Daniela.

      A situação está de facto muito complicada e também nos temos questionado sobre estes problemas.
      Caso procure obter esclarecimentos sobre a vossa situação, a melhor forma é através do +351 300 502 502, a Linha Segurança Social para esclarecimentos sobre assistência à família, subsidio de doença e quarentena.

      Felizmente, tudo indica que a partir de 18 de maio os pais que precisarem poderão deixar as abobrinhas nas creches que têm opção de apoio à família, e a abertura dos ATLs está prevista para junho, com a 3ª fase de desconfinamento. – isto se tudo correr bem até lá.

      Entretanto, vamo-nos cuidando. Saúde e amor dos nosso lar para o vosso.

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