A febre é um dos sintomas mais comuns nas doenças das crianças. Saiba quais os sinais que não pode ignorar e que exigem uma visita ao médico.
Sabe quando deve ir ao médico com a sua abobrinha com febre? Normalmente a febre por si só não requer uma visita ao hospital. Contudo, febres demasiado altas podem exigir a atenção de um especialista.
Conheça os sinais que não pode ignorar na sua criança doente e quando é altura de a levar ao médico!
Quando ir ao médico com a criança com febre?
A febre é uma manifestação frequente do nosso corpo às doenças infecciosas e corresponde a um aumento da temperatura corporal.
Apesar de na maioria dos casos não ser um critério preocupante, há situações que exigem uma visita a um especialista. Dirija-se a um médico quando a sua criança tiver febre na presença de algum destes sinais:
- sempre que a criança tiver menos de 3 meses de idade;
- temperaturas axilares superiores a 40° C ou retais superiores a 41°C;
- febre com duração superior a 5 dias completos;
- sonolência excessiva
- incapacidade em adormecer;
- face/olhar de sofrimento;
- irritabilidade e/ou gemido mantido;
- choro inconsolável;
- não tolerância ao colo;
- dor perturbadora;
- convulsão;
- aparecimento de manchas na pele nas primeiras 24 a 48h de febre;
- respiração rápida com cansaço;
- tosse e expetoração esverdeada ou acastanhada;
- vómitos repetidos entre refeições;
- sede insaciável;
- lábios ou unhas roxas e/ou tremores intensos e prolongados na subida de temperatura;
- dificuldade em mobilizar um membro ou alteração na marcha;
- urina turva e/ou com mau cheiro.
Quando devo chamar o SNS 24 ou 112 no caso de febre?
Ter uma criança com febre em casa pode ser assustador para os pais. Não evite pedir auxílio de emergência se for necessário – os paramédicos e as ambulâncias existem para isso mesmo.
Para saber quais os sintomas que justificam o recurso às urgências, a Sociedade Portuguesa de Pediatria disponibiliza um folheto que o ajuda a fazer essa triagem em casa.
Em caso de dúvida contacte o SNS24 no 808 24 24 24 ou o seu médico assistente para o poderem aconselhar.
Os seguintes sintomas no caso de febre exigem a chamada do INEM :
- tosse rouca e respiração ruidosa;
- respiração asmática, com pieira e dificuldade respiratória;
- corpo invulgarmente quente ou frio;
- cansaço físico;
- choro de uma maneira ou por um período pouco usuais, com irritabilidade persistente, ou emissão de gemido.
A criança precisa de tomar medicação antes ir às urgências?
Sempre que possível, é preferível que as crianças não tenham febre quando são vistas por um médico. Isto porque a observação se torna mais difícil.
E porquê? Porque a maior parte das abobrinhas ficam mais chorosas e irritadas quando têm febre. Prolongar esse desconforto é dispensável.
Além disso, a febre pode dificultar o diagnóstico. Com a temperatura corporal mais elevada, a respiração altera-se e a garganta e os ouvidos ficam mais vermelhos. Para um diagnóstico mais fiável, é preferível que a criança vá medicada.
Se não tiver a certeza de qual a dose de antipiréticos ou anti-inflamatórios a dar à sua abobrinha, a aplicação Febre-i-Dor pode ajudá-lo nesta tarefa. A app determina a dose correta da medicação a fazer consoante o perfil da criança.
Depois de a descarregar (pode fazê-lo na Google Play ou na Apple Store), crie um perfil para a abobrinha com o nome, idade e peso. Depois de registar a temperatura da criança, a aplicação vai aconselhá-lo se deve ou não dar medicação e, se sim, qual a dose indicada.
Riscos de levar as crianças com febre às urgências
Sabemos que há alguns riscos em levar as crianças às urgências, principalmente se forem muito bebés. Afinal, há um maior risco de contágio e as abobrinhas ainda não têm o sistema imunitário totalmente desenvolvido.
Por outro lado, se a sua criança não precisar de assistência imediata, acaba por se criar uma afluência desnecessária às urgências.
Essa afluência vai sobrecarregar os médicos e os casos realmente urgentes podem ter de esperar várias horas. Portanto, a criança com febre só deve ir ao médico se for realmente necessário.
Sabemos que não é fácil, mas tenha em mente que a disponibilidade mental e a clareza de raciocínio dos médicos diminui à medida que vêem cada vez mais doentes.
Medo dos médicos
Se até os mais velhos têm medo dos médicos, não é de espantar que os pequenotes também não adorem a ideia de os ver! O medo é natural, tendo em conta que vão ao médico quando não se sentem bem e que, às vezes, têm de passar por exames pouco simpáticos.
Não menospreze o sofrimento da sua criança e tente compreendê-la. Utilize palavras tranquilizadoras para lhe explicar que os médicos vão ajudá-lo a sentir-se melhor.
É importante não os enganar. Sim, algumas “picas” doem, mas a dor é temporária. Faça questão de ouvir os medos e receios da criança sem os minimizar.
Técnicas para os acalmar
Há algumas técnicas úteis para acalmar as abobrinhas nestes momentos de maior ansiedade:
• Desfaça o medo da bata branca. Muitas vezes, o medo da bata e dos objetos usados pelos médicos surge porque os pequenotes não percebem qual a sua utilidade. Explique ao seu filho para que servem as batas e os utensílios. Assim, acaba com os “bichos papões” que possam ter criado no seu imaginário.
• Empatize com o sofrimento mas não o antecipe. Oiça e compreenda a angústia que a abobrinha esteja a sentir. Contudo, evite dizer-lhe que vão ao médico com demasiada antecedência, para o pequenote não sofrer por antecipação.
• Leve o peluche preferido do seu filho. No hospital, nem sempre os pais podem estar tão perto dos filhos quando gostariam. Em situações de internamento ou cirurgia, um pijama com bolso onde caiba o boneco pode ser uma grande ajuda nos momentos de ansiedade.
• Equipe-se de livros, desenhos animados, jogos e histórias de encantar. Durante os momentos de espera e até na hora de levar a “pica” é bom ter recursos para entreter e distrair as nossas abobrinhas. Ter um livro para ler, jogos ou desenhos animados no telemóvel ou tablet, e histórias de encantar para distrair as crianças, tranquiliza-as muito (e a nós também).
• Sim, vai doer um bocadinho. Evite tranquilizar a criança com frases que não correspondam à realidade. Associe à dor a uma imagem engraçada: “Se doer, pensa que é um uma dentadinha de uma formiga e aperta a minha mão com muita força!”.
• Valorize sempre! É importante que o seu filhote perceba que se orgulha dele e que se for mesmo muito difícil e ele precisar de chorar um bocadinho, não há problema algum!
Sabemos que não é fácil ver os pequenos doentes. Mas é importante, por todos estes motivos, que só vá às urgências se for mesmo necessário!
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