Depois de uma cesariana, muitas mães têm muitas dúvidas relativamente a um parto vaginal. A obstetra Sofia Serrano dá-vos aqui algumas "luzes" e dicas!
E ter um parto vaginal depois de uma cesariana? Há algum problema? O blog Café, Canela e Chocolate explica-nos tudo.
Tenho uma amiga muito especial que está grávida do segundo filho. O primeiro nasceu por cesariana, e agora está ansiosa, porque não tem a certeza se será melhor uma nova cesariana, ou se é boa ideia tentar um parto vaginal. Por isso, desafiou-me a escrever um post sobre o parto vaginal após a cesariana.
Considerações importantes sobre o assunto:
- Uma cesariana não significa que tenha de fazer sempre uma cesariana.
Se estivermos a falar de um bebé único (aqui não se incluem os gémeos) que está cefálico (ou seja, de cabeça para baixo) e se não houver patologia na gravidez, não há razão aparente para realizar uma nova cesariana.
- É fundamental saber há quanto tempo foi a primeira cesariana.
Se foi há 18 ou mais meses (alguns médicos consideram os 2 anos – 24 meses) então será seguro tentar um parto vaginal. Se os intervalos entre as gravidezes forem menores, o médico indicará que o mais seguro será fazer a cesariana, devido ao risco de rotura uterina.
- O número de cesarianas prévias é também fundamental.
Duas ou mais cesarianas contra-indicam uma tentativa de parto vaginal, pelo risco de rotura uterina.
- Se a cesariana foi por sofrimento fetal ou por apresentação pélvica, então é muito provável que um parto vaginal seja possível.
Nos casos em que foi por incompatibilidade feto-pélvica é menos provável, mas mesmo assim é possível, porque tudo depende da posição da cabeça do bebé e da progressão do trabalho de parto.
- Entrar em trabalho de parto espontaneamente ajuda a conseguir ter um parto vaginal.
As induções com cesariana anterior resultam mais frequentemente em nova cesariana, em particular porque nem todos os métodos de indução podem ser usados num útero já com uma cicatriz anterior.
Vantagens de um parto vaginal relativamente a uma cesariana:
- Ser mais fisiológico para a mãe e para o bebé e mais benéfico para ambos.
Está provado cientificamente que o bebé que nasce de parto normal tem uma melhor maturação pulmonar, melhor sistema imunitário, uma maior facilidade na adaptação à mama. Relativamente à mãe, o processo de recuperação é, na maioria das vezes, mais rápido e fácil do quando é intervencionada com uma cesariana.
- Evitar mais uma cicatriz no útero.
Este é um ponto fundamental se ainda se pretender ter mais filhos. Quanto mais cesarianas, mais cicatrizes no útero terá e quanto mais cicatrizes, maior o risco de complicações futuras.
- Menos dor no pós-parto e uma recuperação mais rápida.
A mulher que tem um parto normal (vaginal), fica, regra geral, menos dias internada na maternidade, podendo regressar à sua vida normal mais cedo.
- Há um menor risco de infecção e de hemorragias.
- Existe a possibilidade de haver uma maior participação da grávida e do companheiro no processo de nascimento.
Apesar de todas as vantagens, um parto vaginal após uma cesariana tem um risco baixo de rotura uterina, por isso só deve ser realizado num hospital que tenham recursos e permitam acesso rápido a uma cesariana de urgência.
Veja também:
- Parto: as diferentes formas de ver a magia acontecer!
- Epidural no trabalho de parto: informação para uma escolha consciente
- Prematuridade: saiba tudo sobre os bebés pré-termo
- Clampagem tardia: o que é?
- Como escolher o carrinho de bebé?
- Cadeira auto: tudo o que precisa de saber!
Este artigo foi útil para si?