Alergia: o que é, como evolui e como os antecedentes alérgicos afetam?

O que é uma alergia?

O é uma alergia?

Não sabe o que é uma alergia? O Dr. Armando Fernandes conta-nos tudo.

Sabia que se os pais tiverem antecedentes alérgicos a criança tem até 30% de ser alérgica? E que uma alergia alimentar costuma atenuar-se ou desaparecer entre os 2 e os 5 anos de idade?

Mas em primeiro lugar, não será realmente importante saber o que é uma alergia?  O Dr. Armando Fernandes explica-lhe!

O que é uma alergia?

A alergia é uma reação excessiva do nosso organismo a substâncias que ele considera como nocivas/estranhas se bem que não o sejam.

A maioria das pessoas com alergia sofre de atopia, que se manifesta classicamente sob três formas: a dermite atópica (eczema), a “asma/febre dos fenos” (rinite e conjuntivite) e a asma alérgica.

A atopia (incluindo a dermite atópica, a alergia e a asma) tem aumentado de frequência nas últimas décadas. Atualmente, estima-se que a atopia atinja 20% da população dos países desenvolvidos.

As pessoas atópicas têm uma predisposição hereditária para fabricarem anticorpos da classe IgE.

Qual a influência dos antecedentes alérgicos?

Sabe-se que uma criança em que um dos pais tenha antecedentes alérgicos tem 20-30% de probabilidade de ser alérgico. Se os dois pais tiverem antecedentes alérgicos, o risco será de 45- 60%. Se estiver afetado um dos irmãos, a probabilidade é de 35%. No entanto, a alergia pode “saltar” uma geração.

Quando existem antecedentes familiares de alergia, será prudente a colheita de sangue do cordão umbilical para doseamento de IgE. Se este doseamento for elevado, haverá ainda uma probabilidade maior de o bebé vir a ter alergias.

Qual a evolução natural da alergia?

A “marcha alérgica” (evolução natural da doença alérgica) é geralmente a seguinte:

No 1º e 2º ano de vida a alergia alimentar pode ser a primeira manifestação, tendo como tradução clínica mais frequente os problemas cutâneos (dermite atópica ou eczema atópico, urticária), as manifestações do aparelho digestivo (angioedema ou edema da glote, vómitos, diarreia) e com menos frequência as manifestações respiratórias (tosse, pieira), a anafilaxia e a deficiente progressão ponderal.

O leite de vaca, a clara e a gema do ovo, o peixe, o amendoim e o trigo são os principais alergénios alimentares. Na maioria dos casos, a alergia alimentar costuma atenuar-se/desaparecer entre os 2 e os 5 anos de idade.

Entre os 2 e os 4 anos surgem os sintomas de alergia respiratória alta (rinite, rinofaringite, otite serosa), e menos frequentemente os acessos de tosse espasmódica de predomínio noturno, a pieira com as infeções respiratórias virais, o riso e o esforço.

Estas últimas manifestações são sugestivas do “estádio pré-asmático”. Entre os 5 e os 6 anos, surgem as crises de dispneia (falta de ar ou pieira) paroxísticas e a rinite recorrente que levam frequentemente ao diagnóstico de asma brônquica e de rinite alérgica, respetivamente.

Os principais alergénios nesta fase são os ácaros do pó doméstico (Dermatophagoides pteronyssinus e farinae), que são responsáveis por 65-90% dos casos de asma. Entre outros alergénios contam-se os pólenes de gramíneas e as faneras dos animais domésticos (cão, gato, periquitos, etc.).

Na idade escolar surge geralmente a “febre dos fenos” (rinoconjuntivite), mantendo-se os alergénios da fase anterior.

Os indivíduos com alergias podem ainda reagir a alguns estímulos irritantes, tais como: poluentes (fumo do tabaco, poluição atmosférica), mudanças climatéricas, humidade, exposição industrial e ocupacional e medicamentos (ibuprofeno, penicilina e derivados, etc.).

Em caso de dúvida, ligue para a SAÚDE 24 (808 24 24 00) ou contacte o Pediatra dos seus filhos.

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