Magda Gomes Dias, do Mum's the Boss, dá-nos dicas do que fazer quando a criança tem medo do escuro.
O que fazer quando a criança tem medo do escuro?
Todas as crianças têm medo. Do escuro, do Pai Natal, do Lobo Mau, do barulho dos balões a estoirar. E de outras coisas.
É normal e é mais normal ainda em certas idades. Isso acontece porquê? Acontece porque, à medida que a criança vai crescendo, ela vai tendo uma maior percepção do real (e isso mostra apenas que o cérebro dela está a crescer e que ela vai tomando conta do mundo que a envolve – e isso, até a nós, pode dar um frio na barriga!).
E também é verdade que o medo dá medo.
Deixamos 9 dicas do que fazer para ajudar a criança que tem medo do escuro!
1. Respirar fundo
O medo é algo normal e toda a gente tem medo. Quando somos pequenos temos medo do escuro, do Lobo Mau. Quando somos grandes podemos continuar a ter medo do escuro e também podemos ter medo da mudança, da perda. E, para além do medo, também resistimos a tudo o que é diferente e a tudo o que é novo. Porquê? Pois… justamente porque temos medo.
Em relação aos medos dos miúdos, o importante é que possamos ajudá-los a lidar com esses medos maus, estando seguros que ter medo… é normal! É a nossa segurança e a nossa serenidade que os vai ajudar.
2. Empatia
Deveríamos todos trabalhar esta extraordinária competência que é a empatia. Os ingleses dizem que é a nossa capacidade de nos colocarmos no lugar do outro.
E eu acrescento que, com respeito e sem necessidade de constantemente salvarmos os nossos filhos, a empatia é quem vai ajudar a criança a lidar, da sua forma, com os medos. Não desvalorize o medo que ela sente porque, como já disse, ter medo… dá medo.
Na verdade quanto mais negar o que ela diz que vê e sente, mais ela vai procurar provar que aquilo que vê e sente é verdade.
3. Dê-lhe poder
Naqueles casos em que a criança acredita que há monstros no quarto (isto é comum aos 4 aos 6 anos), então dê-lhe um spray mata monstros ou coloquem uma luz de presença ou um difusor efeito espanta monstros.
É o facto de ser a criança a enfrentar os monstros que lhe dará mais poder e controlo da situação. Ela precisa de ter a certeza que está a lidar com isso.
4. Dê-lhe segurança
Por vezes os medos não são os monstros. São receios, medos de perda. Situações que, ao contrário daqueles monstros horríveis que vivem debaixo da cama e que podem ser materializáveis, estes são medos do coração.
É muito frequente constatar que por vezes a criança não consegue adormecer sozinha porque, diz ela, tem medo. E, muito frequentemente, a forma como ela se permite adormecer sozinha é trabalhada durante o dia – com momentos exclusivos em que nos dedicamos aos nossos filhos. E só a eles.
Quando estamos seguros do amor do outro, então temos segurança emocional para nos permitirmos relaxar e adormecer, com fé no amanhã e com a segurança do amor e dos afectos. Trabalhe portanto a questão do vínculo. E depois, e à noite, fique com o seu filho até ele adormecer e diga-lhe, quando o sentir a dormir, que vai sair.
Finalmente, assegure-lhe de que estará sempre por perto para garantir que tudo está bem – e por isso não precisa de ficar coladinha a ele – mas que vai ficar mega colada no dia a seguir, quando forem brincar juntos.
5. Tire-lhe os ecrãs
Por todos os motivos – porque provoca excitação, porque frequentemente uma criança pequena não sabe bem distinguir o real do imaginário e confunde as diferentes dimensões. Trabalhe a relação, brinquem, joguem juntos. Desligue os ecrãs (tv, tablets, telemóveis).
6. Deixe uma luz de presença se isso garantir segurança à criança.
Conheço adultos que também gostam e precisam desse ponto de luz. Conheço adultos que não suportam luz. E no caso de ser um casal em que um quer luz e o outro não? Deve ser interessante descobrir o que acontece!
7. Shiu, dorme – estou aqui e está tudo bem!
Se a sua filha acordar a meio da noite, não precisa de ir sempre a correr. Diga-lhe, do seu quarto, e com uma voz doce e firme ‘Shiu, dorme – estou aqui e está tudo bem!’
Se sabe que está tudo bem, e se ela sentir a sua segurança, então é bem possível que ela se vire para o outro lado e adormeça. Afinal de contas, as mães é que sabem! (e os pais também!)
8. Ensine-lhe que ela não tem de adormecer logo
O seu filho pode perfeitamente pegar num livro ou ficar a criar histórias na cabeça ou ficar a olhar para as estrelas que estão coladas no tecto – por vezes os miúdos acreditam que têm de dormir logo e essa ansiedade pode criar barreiras ao adormecer. Explique-lhes as opções que têm.
9. Dormir consigo?
Eu sou a favor que a criança durma na sua cama e no seu quarto. Percebo que no dia a seguir todos temos de trabalhar e que uma vez não são vezes. E que há alturas que é bom dormirmos todos abraçados. É bom, claro que é!
Mas, de uma forma geral, mantenho a minha opinião de que se a criança tem o seu quarto e a sua cama é lá que é o seu lugar. Caso ela continue a acordar a meio da noite, com necessidade de ir para o pé dos pais ou com necessidade que eles venham ter com ela, vale a pena apostar na relação durante o dia.
É inacreditável a diferença que isso faz na qualidade das noites. Não sei se sabe, mas a maior parte dos problemas de sono tratam-se durante o dia.
Este artigo foi-nos gentilmente cedido por Magda Gomes Dias, do Mum’s the Boss.
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