Vamos descobrir um pouco mais sobre este tema que tanto aflige os pais por todo o mundo!
Os terrores noturnos são uma das grandes preocupações dos pais, mas não há motivo para se alarmarem. É uma fase pela qual as crianças passam e, apesar de parece causar sofrimento na criança, é um acontecimento que acaba por passar com o tempo.
Terrores noturnos
O que são os terrores noturnos?
Os terrores noturnos são uma perturbação do sono sendo – como explicam Mafalda Leitão e Nuno Lobo Antunes no livro “Sentidos – O grande livros das perturbações do desenvolvimento e comportamento” – “despertares incompletos no sono profundo, acompanhados de movimentos e gritos.
As crianças estão de olhos abertos, o que leva os pais a pensar estão acordadas, mas o olhar é distante. Se [os pais] a tentarem acalmar não serão bem recebidos, pois o comportamento é semelhante ao de uma birra intensa, esperneando, torcendo-se e parecendo recusar qualquer tentativa para ser acalmada“.
Os especialistas acrescentam ainda que não vale a pena tentar acordá-la, pois quanto mais estimulada mais tempo poderá durar a crise.
“Perante um episódio destes, não há muito a fazer. Deve procurar-se falar calmamente com a criança para que ela se volte a deitar e acabe por serenar. Porque na verdade ela sempre esteve a dormir e acabará por retomar o sono tranquilo”, explica Teresa Moreno, neuropediatra do Hospital Lusíadas Lisboa.
Estas crises são mais comuns entre os 3 e os 5 anos de idade (apesar de poderem acontecer antes, por volta do 1º ano de idade), uma fase de grande desenvolvimento cognitivo e linguístico que provoca uma hiperativação dos neurónios e os episódios podem cerca de 5 minutos, o suficiente para os pais ficarem em pânico.
Quais as suas causas?
Os terrores noturnos podem aumentar quando a criança está doente, dorme pouco, fica muito entusiasmada durante o dia, mas também quando está mais stressada, se tiver rotinas irregulares de sono, devido à toma de algum medicamento ou à muda de casa.
No fundo, tudo o que envolva grandes mudanças pode destabilizar o padrão de sono da criança.
Como reagir aos terrores noturnos?
Em declarações à antiga revista Pais & Filhos, Mário Cordeiro, conhecido pediatra, faz questão de frisar que a melhor forma de reagir é deixar a criança voltar a adormecer por si própria de forma natural:
“Tentar acalmar não resulta, para desespero dos pais – mas nunca se esqueçam que, por mais paradoxal que pareça, aquela figurinha a mexer-se, a gritar e a espernear, não está a sentir medo”.
Ao invés de acordar a criança, os pais ou as pessoas que estiverem com a criança quando isso acontecer podem (e devem) ficar ao seu lado, mas, contrariando a resposta automática de a aconchegar e acalmar, devem permanecer em silêncio e tentar não intervir muito, visto que em vez de acalmar a criança pode sim perturbá-la.
É importante referir que estará a zelar pela segurança da criança, garantindo que não se magoa durante os períodos de maior agitação.
Caso a criança, no meio do sonho, acordar e reconhecer os pais, é perfeitamente normal que pareça confusa e assustada, podendo até ter medo de voltar a dormir, apesar de estar ainda com sono.
Vale ainda a pena ter noção de que não vale a pena abordar o assunto no dia seguinte, porque a criança não se vai lembrar e pode ser que tenha sido um caso isolado.
É possível preveni-los?
Esta é uma grande questão. Não há ainda uma fórmula para evitar os terrores noturnos, no entanto existem várias formas de proporcionar à criança um ambiente mais tranquilo na hora de ir dormir, como:
- Estabelecer (aos poucos) uma rotina regular de sono, na qual a criança durma as horas necessárias para a sua idade e atividades do dia seguinte;
- Estipular ou tentar que, antes de ir para a cama, a criança tenha atividades tranquilas, como ler, cantar um canção;
- Evitar contar histórias que possam conter elementos que, de alguma forma, os possa assustar.
De acordo com a neuropediatra Teresa Moreno, “os terrores noturnos ocorrem geralmente nas primeiras horas da noite e podem surgir esporadicamente de forma irregular. A criança pode ter mais do que um episódio na mesma semana e depois estar vários meses sem qualquer episódio. Os casos mais tardios passam, geralmente, até aos 6 anos“.
Contudo, se os episódios de terrores noturnos forem muito frequentes, durarem várias semanas seguidas e forem muito violentos, consultem o pediatra ou um especialista em distúrbio do sono.
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