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Suplementação? Ai, isso é que não!

Uma reflexão sobre o estigma da suplementação alimentar nos bebés, pelas palavras de uma mãe vegana. Para ler e ponderar.

Catarina Sanches, da Aliança Animal, é mãe do Lucas, um bebé vegano, saudável e muito feliz.

Neste texto, reflete sobre uma temática muito controversa nos dias de hoje. Afinal, é ou não correto dar suplementos às crianças?

Será a necessidade de suplementação uma prova de que as crianças precisam de consumir alimentos de origem animal? Ou tratar-se-á, por outro lado, de um preconceito que não nos deixa ver que as carências nutricionais são mais comuns do que pensamos, independentemente do regime alimentar? Conheçam a opinião desta mãe.


O caso da vitamina D

O teu bebé é vegetariano? Então tem de tomar suplementos, não é?” – Que mande a primeira pedra a mãe ou o pai vegetariano que nunca ouviu esta pergunta.

É um estigma real, e muito generalizado. Mas, afinal, é ou não é verdade que todos/as os/as bebés são suplementados/as com vitamina D durante o primeiro ano de vida?

Há alguns médicos que, inclusivamente, recomendam a toma até aos 36 meses, justificando a recomendação com o facto de as crianças com menos de 3 anos deverem evitar a exposição direta ao sol. Então, neste caso, a suplementação já não é alvo de discussão? Já aceitámos que, de facto, se o/a bebé não apanha Sol, isso é uma justificação mais do que suficiente para os/as suplementarmos. 

O caso da vitamina B12

E sobre a B12, vamos falar sobre ela? “Também tem de tomar B12, não é?” Ao contrário do que muita gente pensa, a vitamina B12 não é de origem animal, mas sim de origem bacteriana. Também chamada de cobalamina, é produzida e sintetizada apenas por certas espécies de bactérias e, como as plantas não precisam dela para sobreviver, não conseguimos encontrá-la em fontes vegetais.

Porém, hoje em dia é praticamente impossível obtê-la de forma natural, sendo que a maioria das pessoas omnívoras a consomem através de animais que foram suplementados com essa vitamina (para promover o crescimento e o ganho de peso num curto espaço de tempo).

No topo disto tudo, existem ainda vários estudos que apontam para que uma boa parte da população tenha um défice desta vitamina, independentemente do regime alimentar que adoptam no seu dia-a-dia. Porém, uma vez mais, são ‘os/as vegetarianos/as’ quem se preocupam com estas questões.

Na verdade, se a alimentação de qualquer criança não for completa, podemos vir a estar perante uma carência nutricional que pode surgir e prejudicar o seu crescimento e desenvolvimento. Porém, as carências só são percecionadas fisicamente num estado já muito avançado. 

Por exemplo, a deficiência de B12 pode provocar fadiga, dificuldade visual, falta de apetite ou perda de memória (entre outros sintomas). Porém, todos estes sintomas podem ser confundidos com os de outros quadros clínicos.

Então, como saber quando um/a bebé ou uma criança precisa de suplementação?

Só com muita atenção ao detalhe, e com o acompanhamento adequado. 

Lançamos então a questão: será que quem opta por um regime alimentar diferente do ‘normal’ suplementa demais, ou se preocupa o suficiente com esse mesmo detalhe? Será que andamos realmente atentos/as aos nutrientes que oferecemos às nossas crianças em cada refeição, independentemente do tipo de alimentação que seguimos?

Façamos um último exercício: quando queremos alcançar determinada performance no ginásio, perder aqueles dois quilos a mais a tempo do verão, escurecer o tom de pele em pleno Inverno, ou mitigar as rugas e as linhas de expressão: aí a suplementação também deixa de ser colocada em causa, certo? 

Então estamos ou não, perante um estigma? Que comecemos a preocupar-nos antes com o que realmente importa: com a saúde dos/as nossos/as filhos/as. 

Podem acompanhar o trabalho da Aliança Animal no site, Facebook e Instagram.

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