A literatura infantil tem sido, ao longo das últimas décadas, alvo do estudo de vários investigadores. Tenta-se perceber de que forma e que a literatura infantil influencia o desenvolvimento das crianças nos seus diferentes espectros, não só cognitivo como também emocional.
Os livros infantis, acredita-se, ocupam neste momento o lugar das antigas Lendas e Mitos e tornam-se o primeiro grande contacto com aquelas que serão as suas aprendizagens futuras: a da língua materna, das palavras, da gramática, da métrica. Não obstante, o livro representa ainda um forte elemento de reforço da relação emocional entre pais e filhos e arrisca-se a ser o responsável de grandes memórias de infância transportadas até à idade adulta 🙂
O desenvolvimento da criança dá-se ao longo de diferentes estádios, nos quais as crianças adquirem competências que as capacitam para novos desafios. Neste sentido, é interessante que escolhamos os livros que lhes lemos em função do estádio em que se encontram. Desta forma, conseguimos garantir que a criança compreenderá toda a mensagem que o livro pretende transmitir e que o livro se torna em si uma ferramenta que estimula a passagem para novos estádios.
Juan Cervera, partindo do modelo de desenvolvimento infantil de Piaget, faz as seguintes sugestões:
– Até aos 2 anos: rimas infantis, livros com imagens simples e livros com jogos;
– Dos 2 aos 7 anos: contos, livros de imagens e texto, fábulas. As atividades de leitura deverão incluir imitação/ dramatização dos personagens;
– Dos 7 aos 11/ 12: Contos fantásticos, leitura fantástico-realista, aventuras, livros sobre animais, outras culturas e outros países e ciência, estimulando o conhecimento pelo Mundo;
– Dos 11/ 12 até aos 15: Livros de mistério e aventuras, ação e romance.
Cláudia Pedro,
Psicóloga
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