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5 dicas para ajudar as crianças a aprender a ler

Aprender a Ler

L-i-v-r-o! Livro!

Ler é para todos nós um processo automático, que não exige esforço e que acontece naturalmente: basta-nos caminhar pela rua e pousar os olhos num anúncio publicitário ou numa placa de direção para, de forma imediata, as letras que vemos se transformarem em palavras – e, consequentemente, em informação.

Ainda assim, em tempos, precisámos de aprender a fazê-lo, e este é um processo que leva o seu tempo. Se as vossas abobrinhas estão prestes a entrar para o ensino básico, descobrir as maravilhas da leitura será uma das lições mais importantes que da escola levarão para a vida.

É muito importante acompanhá-los e complementar em casa o maravilhoso trabalho que os professores fazem diariamente. Aprender a ler é ter infinitas portas abertas para o mudo, mas não tenham pressa. Com os incentivos certos e no seu próprio tempo, as crianças vão saber fazê-lo de forma fluente.

Espreitem as nossas dicas para os ajudar!

1. De pequenino é que se torce o pepino

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Começar o processo cedo, mesmo antes de a entrada para a escola ser uma realidade próxima, é fundamental para que, no momento oportuno, aprender a ler seja mais fácil e interessante para a criança.

Aproximem as vossas abobrinhas dos livros. Contem-lhes histórias e façam-lhes perguntas sobre aquilo que leram. Deixem também os livros acessíveis para que as crianças os vejam como uma forma mais de brincar e de explorar aquilo que as rodeia.

Ana Paula Figueiredo, professora primária, explicou-nos o quão importante é para as crianças terem este contacto próximo com os livros desde cedo.

As crianças adquirem a consciência fonológica ouvindo histórias, que os adultos narram dando ênfase à expressão e aos vocábulos novos, para facilitar a compreensão do texto; a leitura de poemas, trava-línguas, a identificação de palavras que começam com sons idênticos, o acompanhamento rítmico de palavras, nomes próprios e canções com palmas proporcionam bons momentos de aprendizagem.

Podem não conseguir entender ainda as palavras, mas se estiverem habituados a vê-las vão mais rapidamente reconhecer as letras e os seus sons quando se sentarem na secretária nas primeiras semanas de aulas.

A criança deve compreender que cada letra é um símbolo que possui um som particular e que, ao mesmo tempo, pode agrupar-se com outras letras (sons) para formar palavras que têm um significado. Este é o método analítico, aquele que é sugerido pela grande maioria dos manuais escolares. Este método permite à criança adquirir o conhecimento do alfabeto, aprender a escrever as letras, as silabas, depois as palavras e as frases, partindo assim para a leitura de pequenos textos.

No entanto, este método nunca é trabalhado isoladamente, como nos explica Ana Paula.

No método sintético ou global, a palavra é associada a um significado e depois a criança aprende os sons de cada letra e as combinações silábicas.

Tendo em conta as diretrizes de cada método, em sala de aula eu retiro de cada um o que melhor se adequa ao grupo de crianças que tenho na turma. Desta forma, sigo o método global, sendo que os objetivos são o enriquecimento progressivo do vocabulário, a consciência fonológica, o conhecimento das letras e sílabas, o significado das palavras, a compreensão da leitura e a motivação.

2. Sabes que começou no A…

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Mostrem às abobrinhas o que são letras e números e expliquem-lhes qual a relação entre aquilo que veem nas páginas dos livros e as palavras com que lhes contam as suas histórias: muito basicamente, aquele conjunto de símbolos escritos têm uma pronúncia e uma entoação e significa alguma coisa; a palavra representa o som. “Aqui diz “cão”, e escreve-se com um c, um a e um o”.

São conceitos ainda não totalmente compreensíveis numa primeira fase de aprendizagem, mas que se forem falados se vão fazendo presentes no pensamento das crianças. É por isso que é também importante mostrar-lhes o alfabeto, ensinar-lhes o nome das letras, como se pronunciam e como se desenham. Formas giras de o fazer? Brincando com cubos com o alfabeto ou jogando Scrabble, moldando letras em plasticina ou comendo-as (as famosas massas de letrinhas agradam a miúdos e graúdos).

Ao mesmo tempo, estimulem o interesse pelo mundo das letras mostrando o quanto, como adultos, o apreciam também.

“Desde as primeiras fases de aprendizagem da leitura a criança começa por imitar o adulto”, diz-nos Ana Paula, e por isso “é importante que, acompanhando sempre o ritmo próprio de cada criança, os pais procurem satisfazer o seu interesse espontâneo. Os pais, ou adultos mais próximos deverão alimentar o prazer da descoberta e a curiosidade da criança, valorizando sempre a vertente lúdica. As aprendizagens não devem ser forçadas, o adulto deve procurar despertar a criança para a importância e as funções da leitura e da escrita”.

3. Viver para ler ou ler enquanto se vive

Incorporar a leitura nas vossas tarefas e rotinas do dia-a-dia é mesmo a melhor maneira de os ajudar a aprender a ler.

Esta ideia, prática e com resultados a curto prazo, é ideal para ajudar as crianças que já entraram no ensino básico há algum tempo mas que estão ainda a desenvolver competências de leitura.

Não falamos de tirar um momento para lerem um livro juntos, que também deve acontecer, mas sim de os incentivar a praticar de formas diferentes e originais.

Podem, por exemplo, criar uma lista de tarefas em casa, com palavras simples que coloquem por escrito aquilo que eles já sabem que têm que fazer, e colá-la num lugar visível: acordar – fazer xixi e lavar os dentes – vestir – tomar o pequeno almoço.

Podem incentivá-los a ler as placas e os sinais, quando estiverem parados no trânsito, ou pedir-lhes que vejam os preços deste ou daquele produto no supermercado.

4. Escrever para aprender

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Aprender a escrever é um processo paralelo e inseparável ao de aprender a ler.

Ana Paula reforça que, nas escolas que seguem o Movimento da Escola Moderna a iniciação da leitura se faz mesmo a partir da produção de escrita.

Na presença dos alunos, e enquanto estes não têm competências para o fazer, o professor regista por escrito as suas produções orais. Lê esses textos, não só para lhes fazer compreender que a escrita tem uma função comunicativa, mas também para que o autor e os ouvintes possam verificar se o que foi dito corresponde ao que foi registado e, se necessário, reformular o escrito para que este corresponda efectivamente àquilo que o seu autor queria comunicar. É a primeira reescrita do texto. Este é um método muito interessante e que respeita a individualidade e o ritmo de aprendizagem de cada aluno em todas as vertentes.

Em casa, para complementar o trabalho feito em sala de aula, preparem listas com palavras que rimam e desafiem-nos a lê-las em voz alta. É importante perceber que nesta fase as abobrinhas não conseguirão ainda ler frases, e muito menos textos, mesmo que com parágrafos pequenos.

O ideal é que aprendam a ler e escrever cadeias de palavras curtas, com sons semelhantes e visualmente parecidas, para acrescentar alguma exigência à aprendizagem. Um exemplo? Cão, pão, são, mão, dão, vão. Podem também fazer este exercício com palavras que as crianças confundam com frequência, como mão-mau e pão-pau.

Pesquisem também pelo método das 28 palavras, que, diz-nos Ana Paula, “é muito útil quando nos deparamos com dificuldades na aquisição da leitura, consiste em memorizar as palavras propostas e com elas aprender a formar frases e depois textos. Este é um método aplicado mais no ensino individual”, e, por isso, faz todo o sentido que o repliquem com as vossas abobrinhas.

5. A chave é a consistência

crianças ler consistência

Apesar de acreditarmos que é muito importante permitir aos miúdos que brinquem e que sejam crianças, principalmente ao fim-de-semana, nesta fase precoce da aprendizagem é fundamental existir consistência para que aconteça a assimilação.

Por isso, tentem gerir o vosso tempo aos sábados e aos domingos e não deixem de acompanhar o trabalho que é feito na escola e de incentivar a leitura diariamente, mesmo nos dias de descanso.

Como? Ana Paula Figueiredo dá-nos algumas ideias:

Os pais podem utilizar jogos de memória com palavras ou letras, podem escrever receitas de algo gostoso ou escrever convites para uma festa. A criança deve, desde cedo, manusear livros, folheá-los passando de uma a uma as páginas, do princípio até ao fim. Os pais podem propor a dramatização da história e pedir que distinga as diferentes partes do conto.

As crianças devem ir ao encontro da leitura e da escrita porque é algo lhes interessa, as leva a descobrir novas histórias, quer sejam do mundo da fantasia ou do real. Os pais podem organizar uma pequena biblioteca em casa, ou um canto dedicado à leitura, com livros e revistas que abarquem distintos temas de interesse. Nestes locais poderão incluir material que estimule a escrita.

Claro, sempre de forma criativa, envolvente e juntos, para que não lhes pese em demasia.

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