Os doces como recompensa: sim ou não? - Pumpkin.pt

Os doces como recompensa: sim ou não?

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Os doces devem funcionar como recompensa?

Carla Rodrigues Ferreira, nutricionista e autora do blog O cestinho da mamã, partilha connosco a sua opinião: os doces não devem funcionar como recompensa. 


“Se comeres a sopa toda, no final da refeição dou-te uma guloseima!”

É mais do que habitual utilizar os doces, as guloseimas como prémio, recompensa, dando-lhes um valor que de todo não queremos dar.

As guloseimas, os doces, os refrigerantes e todos os produtos com açúcares a mais, gorduras a mais, muito processados, não são produtos alimentares saudáveis, e não estão representados na Roda dos Alimentos. Por isso, porque razão devem ser valorizados ao ponto de serem utilizados como moeda de troca?

Se realmente queremos que as crianças tenham hábitos alimentares saudáveis não podemos associar “sacrifício” à ingestão de alimentos saudáveis e compensar esse ato com produtos não saudáveis.

Os meus filhos não comem doces nunca? Claro que comem… mas tento sempre fazê-lo com conta, peso e medida, de forma esporádica e nunca como prémio.

Toda a informação científica que existe atualmente, diz-nos que a maioria das crianças ingere este tipo de produtos diariamente, sejam bolos, bolachas recheadas, guloseimas, refrigerantes,… e que o consumo regular está relacionado com o crescente aumento de crianças com excesso de peso e mesmo obesidade e com o aparecimento cada vez mais precoce de doenças crónicas associadas ao excesso de peso.

As recompensas devem ser discutidas em família e devem privilegiar os momentos em família, com atividades ao ar livre, sem associação de ingestão de produtos alimentares não saudáveis. Ficaremos surpreendidos com a felicidade das crianças sempre que brincam com os pais, passam tempo de qualidade, melhoramos a sua auto-estima e provavelmente melhoramos também os hábitos de vida da família inteira…

Truques para incentivar a alteração e/ou melhoria dos hábitos alimentares das crianças:

– Avaliar os hábitos alimentares da criança e estabelecer pontos a modificar (se necessário, procure a ajuda de um nutricionista);

– Estabelecer objetivos semanais, por exemplo: comer sopa todos os dias, comer 2 a 3 doses de fruta por dia, beber água em quantidade suficiente…, apontá-los num quadro e registar diariamente se o objetivo foi cumprido;

– Estabelecer recompensas semanais para os objetivos atingidos, por exemplo: se a criança comeu sopa mais de 4 dias na semana, vão brincar no parque ou vão à praia ou vão passear ao jardim ou, se ficarem em casa farão jogos ou bricolage, sempre ao gosto da criança.

E se em algum passeio, brincadeira ou saída em família se se proporcionar a ingestão de um gelado ou outra guloseima, façam-no sem peso na consciência, mas tentem não valorizar, e aproveitem o tempo em conjunto para reforçar as relações de confiança e afeto, conscientes de que as escolhas que fazem para os vossos filhos condicionarão sempre o futuro deles.

Um comentário em “Os doces como recompensa: sim ou não?

  1. Luisa Hale Silva Novembro 15, 2018

    Gostei muito do artigo, porém a ingestão diária de sopa não significa um consumo diário de vegetais, há imensas sopas que são batata e pouco mais. Porém a sopa é sempre considerada “saudável” quando muitas vezes não o é. Seria preferível incentivar o consumo de vegetais, sejam na sopa, salada, etc…

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