O que é, afinal, a alopecia, quais os seus sintomas e como tratar?
A polémica na cerimónia dos Óscar abriu espaço para a discussão, relevante, sobre o que é a Alopecia, quais as suas causas e tratamentos, e como viver com esta doença capilar pode ter um impacto gigante na vida de tantas pessoas. Descobrimos, inclusive, que a alopecia é uma condição que pode surgir ainda na adolescência – e por isso faz-nos todo o sentido saber mais sobre ela!
A Pumpkin reuniu alguns tópicos para ajudar-vos a identificar o problema e partilha ainda um testemunho inspirador de uma mulher com alopecia androgenética.
Alopecia: o que é, quais os sintomas e como tratar?
O que é a Alopecia?
A alopecia é considerada uma doença auto-imune porque são as células quem ataca o próprio organismo. Provoca a queda de cabelo/pêlo, a homens e mulheres, em qualquer parte do corpo.
Existem dois tipos de alopecia:
- Alopecia Areata: Com diferentes níveis de gravidade, atinge aproximadamente 2% da população mundial. Pode provocar lesões circulares pequenas em áreas como o couro cabeludo ou a barba, ou causar a completa ausência de fios.
- Alopecia Androgenética: Este tipo de alopecia é de origem genética e mais frequente nos homens. Provoca um progressivo afinamento dos fios. Está relacionada com a calvície masculina e atinge por isso as áreas da coroa e da frente. Quando afeta as mulheres, está normalmente interligada com desequilíbrios hormonais, como os que ocorrem com a síndrome dos ovários policísticos e a irregularidade menstrual, acne ou obesidade. Os sintomas são mais discretos.
A alopecia é perigosa para a saúde?
Não. A alopecia não é contagiosa, embora seja genética, e não oferece riscos à saúde. Pode, no entanto, ter um impacto emocional muito forte – e, daí, causar ansiedade, depressão e uma acentuada falta de autoestima.
A alopecia ocorre na adolescência?
Sim. Apesar de ser uma condição geralmente associada a adultos, a alopecia androgenética é a causa mais comum de queda de cabelos e calvície na adolescência.
No entanto, importa lembrar que a queda de cabelo pode ser simplesmente sinal de que o jovem não se está a alimentar de forma correta, pelo que é muito importante conseguir um diagnóstico adequado.
Como a adolescência é um período de transição física, emocional e psicológica, é mais comum estas alterações existirem sem por detrás existir uma doença.
Quais são as causas da alopecia?
Segundo a Pfizer, as causas mais comuns para o desenvolvimento da condição são as seguintes:
- Hereditariedade;
- Hormonas masculinas;
- Traumas na região;
- Má alimentação e falta de vitaminas;
- Stress;
- Oleosidade em excesso;
- Reação adversa a medicamentos ou certos tratamentos, como a quimioterapia;
- Tratamentos de beleza com produtos químicos que agridem o couro cabeludo;
- Penteados que danifiquem permanentemente o fio capilar, como tranças apertadas em demasia;
- Problemas na tiróide;
- Infecções causadas por fungos ou bactérias.
Ou seja, a alopecia pode ser permanente ou temporária, consoante a sua origem.
Quais são os sintomas da alopecia?
A alopecia é caracterizada pela queda progressiva de cabelo, e, tanto em meninas como em meninos, afeta maioritariamente a parte superior da cabeça.
Uma boa forma de avaliar a situação é analisando a casa de banho após pentear ou tomar banho: um acumular de fios em quantidade excessiva é sinal de que algo não está bem. É normal que uma pessoa perca entre 50 a 100 fios de cabelo todos os dias.
Qual é o tratamento adequado para a alopecia?
Existem formas de minimizar a queda em excesso, mas a alopecia não tem cura – precisamente por ser uma doença autoimune.
Identificar o tipo de alopecia é, por isso, essencial para um tratamento eficaz. Consultem um médico tricologista, especialista em saúde capilar, ou um dermatologista, que possa acompanhar-vos e fazer um diagnóstico. Quanto mais precocemente, melhor, já que ajudará a rapidamente melhorar a qualidade de vida e a combater a inadequação estética.
Alguns tratamentos incluem o uso de antibióticos ou implantes capilares. Em casos de falha nutricional, a ingestão de suplementos resolverá o problema.
Alopecia: um testemunho inspirador
Fomos conversar com Cláudia Varela, uma influencer digital que, como Jada Pinkett Smith, sofre com esta condição, e que partilhou o seu testemunho connosco.
“Podíamos fazer o jogo, e vocês descobriam, mas poupo o trabalho.
Sou eu em ambas com a diferença do meu melhor, e pior lado.
Sou eu em ambas, uma com o cabelo impecável, e com a imagem que me deixa confortável, e outra com o cabelo apanhado e uma fragilidade que me mexe com a auto-estima.
Se me tira o sono?
Nunca, o que nos deve tirar o sono são problemas de saúde graves.Isto preocupa-me.
Está diretamente relacionado com a ansiedade que é coisa que me foge ao controlo. Podia estar mais estagnada se tomasse medicação, mas sou contra tudo o que causa dependência.O melhor aleado da Alopécia (queda de cabelo mais acentuada em determinadas zonas), é a PACIÊNCIA.
Paciência para aplicar o produto diariamente e sem falhas, paciência para tomar alguma medicação, paciência para testar 100 penteados, e termos a certeza que saímos à rua sem desconforto.
Com ou sem alopécia todas nós temos um melhor lado, e é o que escolhemos para nos fotografar.
Acho que no reflexo gostamos de ver o melhor de nós.E ainda que há dias que a fragilidade vem ao de cima, não deixo de usar o cabelo apanhado nos dias que me apetece.
O único conselho que vos posso deixar, escolham o que vos faz sentir melhor, e não deixem de procurar um bom médico.
E tão ou mais importante, optem por uma alimentação saudável, o corpo é o espelho do que comemos.E por aí? Escolhem o vosso melhor lado?”
Cláudia Varela
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