Ter uma velocidade de processamento lenta não significa que sejamos menos inteligentes, apenas que demoramos mais tempo a realizar uma determinada tarefa mental.
Esta maior lentidão no processamento de tarefas mentais como ler, escrever, fazer contas, ou, por exemplo, manter um diálogo, nada tem a ver com falta de inteligência, mas pode sim ter impacto nas diferentes etapas da aprendizagem.
Dito isto, é importante que tenhamos igualmente presente que, identificar uma criança com manifestas dificuldades na velocidade de raciocínio nem sempre é fácil na medida em que os respetivos sinais muitas vezes não são óbvios.
Há crianças que não seguem instruções ou, por exemplo, não respondem às perguntas dos professores na sala de aula e isso não significa que apresentem obrigatoriamente dificuldades na velocidade de processamento. Cada caso é um caso.
As disfunções ao nível cognitivo podem ter origens diversas. Todos nós conhecemos crianças que demoram mais tempo do que o expectável a concluir os trabalhos de casa ou a escolher entre duas coisas qual a mais desejada.
Estes comportamentos são comuns, mas se se tornarem recorrentes e padronizados, deverão ser analisados com outro cuidado, porventura com a ajuda de um especialista.
Mesmo na idade adulta, a velocidade de processamento pode ser melhorada. O Sei – Centro de Desenvolvimento e Aprendizagem conta-nos os primeiros passos a dar caso desconfiem de que o vosso filho tem esta característica:
Aprendam tudo sobre a velocidade de processamento
A velocidade de processamento é o ritmo a que o cérebro recebe informações e as processa, seja através de estímulos visuais – na forma de letras e números- seja a nível auditivo.
Quanto mais dominarem este tema maior capacidade terão de ajudar a criança a gerir as dificuldades. Procurem informar-se.
Conheçam os sinais expectáveis para as diferentes idades de forma a melhor prepararem-se para superar os respetivos desafios.
A velocidade de processamento é um dos principais elementos do processo cognitivo e tende a refletir-se no desenvolvimento intelectual da própria criança.
Procurem padrões
A informação mais valiosa que podem partilhar com terceiros é a que costumam ver com os vossos próprios olhos em casa. Aprendam a encontrar padrões no comportamento do vosso filho.
Os sinais de velocidade de processamento lenta podem variar de tarefa para tarefa. Uma criança que processa a informação de forma mais lenta costuma desenvolver sentimentos de ansiedade e de stress e facilmente os demonstra no seu dia a dia.
Descubram o que está a acontecer na escola
A escola pode ser uma grande fonte de informação. Marquem uma reunião com o professor do vosso filho. Partilhem as vossas inquietações. Saibam quais as matérias que estão a ser lecionadas e dêem conta dos vossos receios relacionados com eventuais dificuldades que a criança apresente em casa.
A troca de informações é fundamental para identificar as melhores estratégias para fazer face às necessidades da criança, em casa e na escola.
Contactem com outras pessoas
Ao falar sobre o que está a acontecer com as pessoas em quem confiam, poderão descobrir que, eventualmente, também elas vivenciaram algo semelhante.
Transmitam confiança à criança
As crianças podem sentir-se mal consigo próprias e até frustradas quando não processam a informação ao mesmo ritmo do que os colegas da turma.
Digam ao vosso filho que as suas dificuldades não têm nada a ver com falta de inteligência ou por não trabalhar o suficiente. Saber transmitir confiança é importante. Os elogios, desde que no momento apropriado, podem contribuir para a construção de uma boa autoestima. Para uma criança é algo muito positivo, por exemplo, sentir e ouvir a própria mãe dizer que aprendeu a respeitar a velocidade de processamento do seu filho e que já a consegue “saborear”.
Procurem informar-se para nunca serem surpreendidos. Por exemplo, se eventualmente a criança alguma vez usar a expressão “não consigo fazer” é essencial que saibam como reagir, mostrando as ferramentas corretas para a criança conseguir contornar o problema. Para tal é preciso estar bem informado sobre tudo o que envolve a velocidade de processamento lenta.
Saibam onde obter respostas
A única forma de saber com total certeza se o vosso filho tem uma velocidade de processamento lenta é através de uma avaliação psicopedagógica.
A maioria das escolas não dispõe de recursos para promover, por si só, essa avaliação. Os resultados obtidos confirmarão quais as dificuldades reais da criança, os seus pontos fracos e fortes e quais as terapias adequadas para cada caso concreto.
Como qualquer competência cognitiva, a velocidade de processamento pode treinar-se e ser melhorada através do desenvolvimento de estratégias metacognitivas. Se acham que é o caso do vosso filho, procurem ajuda!
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