As férias estão aí e eis que surge a preocupação do costume… como ocupar os tempos livres das crianças?
Como escolher as atividades de tempos livres mais adequadas a cada uma delas, de forma a contribuir para um crescimento mais saudável? Estas são interrogações que se multiplicam na cabeça dos pais, sem que, muitas vezes, as respostas às mesmas surjam com a clareza desejada.
Adivinham-se semanas seguidas ao telemóvel, entregues à playstation ou em frente à televisão. Como o contrariar? É sempre possível motivar as crianças e os adolescentes a preencherem o tempo livre de forma útil e divertida.
Com o final do ano letivo os jovens têm também maior disponibilidade horária para o lazer. Querem divertir-se o mais possível, o que se compreende. É tempo de estabelecer novas amizades e de partilhar diferentes experiências.
Há que aproveitar a oportunidade para estimular competências pessoais e sociais, as quais se revelam, mais tarde, tão importantes para enfrentar os desafios da vida, sobretudo ao nível da gestão das emoções e dos comportamentos.
Por imposição dos pais, muitas crianças aproveitam estes quase três meses de férias de verão para superar eventuais dificuldades em algumas disciplinas.
Os pais pedem, muitas vezes, ajuda a um explicador, na esperança de que as crianças recuperem de algum atraso que possa ter acontecido durante o ano recém terminado.
Há crianças que reagem, manifestando não querer nem falar de escola durante este período. Sentem que merecem e que precisam de descansar da pressão das aulas e das avaliações. Muitos pais acham justo e respeitam, soltando as suas rédeas.
Mas eis que se impõe a questão: Deve ou não estudar-se nas férias? É importante que a família perceba: não há uma resposta única nem uma fórmula mágica. Cada caso é um caso. Depende da criança e das suas necessidades.
Perante isto, algumas adaptam-se bem aos planos de estudo neste período, pensado que, se um dia tem 24 horas, o que custará perder uma hora de brincadeira ou de lazer?
Na realidade, não faltam atividades de verão interessantes para os mais novos, à medida de todas as carteiras. Muitas vezes nem é sequer preciso gastar dinheiro. O Sei – Centro de Desenvolvimento e Aprendizagem recomenda-nos algumas.
Voluntariado
É sempre uma boa opção: revela-se um importante contributo para a sociedade e, simultaneamente, uma experiência enriquecedora a nível pessoal, na medida em que contribui para abrir horizontes, sensibilizar e até melhorar a autoestima do voluntário.
As oportunidades de voluntariado para adolescentes surgem, normalmente, destacadas na imprensa escrita. Há várias instituições que recebem voluntários.
Se a ideia vos interessa, procurem. Incentivem a experimentar! Não se esqueçam de que, em muitos casos, os trabalhos de voluntariado contam também, mais tarde, para o currículo.
Aulas e Acampamentos
Natação, aulas de música, acampamentos de verão. Estes são três bons exemplos de atividades que contribuem para um crescimento saudável e podem ter um efeito muito positivo em período de férias.
Nunca se esqueçam: antes de selecionar as atividades, tenham a certeza de que os respetivos professores estão preparados para lidar com as dificuldades da criança.
Prestem todas as informações sobre as necessidades especiais da criança de forma a que possa ter o melhor acompanhamento possível e viver uma experiência bem sucedida.
Atividades que melhoram habilidades
Alguns pais também olham para o verão como uma oportunidade para ajudar os filhos a melhorar as suas competências, por exemplo, ao nível da leitura, da escrita e da matemática. A tutoria pode ser um meio valioso para atingir uma melhor e mais completa estimulação a esse nível.
Algumas atividades podem ser feitas em casa. Sugerimos que:
Ensino Básico
- Incentivem a experimentar um programa de leitura de verão na biblioteca;
- Estimulem a ler um livro de culinária para crianças e seguir as instruções para, por exemplo, fazer algumas das comidas favoritas;
- Incentivem a ler jornais, existindo mesmo alguns exemplares que incluem páginas especiais para crianças;
- Leiam para a criança e falem sobre o livro ou sobre as histórias lidas;
- Estimulem o vosso filho a ler livros que possam ser usados no próximo ano letivo;
- Melhorem o vocabulário do vosso filho, aprendendo três novas palavras por semana. Experimentem, por exemplo, colocar as palavras na porta do frigorífico e falem sobre elas todos os dias;
- Peçam ao vosso filho que escreva cartões para entregar aos avós ou amigos. Façam cartões personalizados. Dividam-nos ao meio usando uma linha escura. De um lado poderão colocar o endereço e do outro lado a mensagem. Peçam à criança que faça um desenho ou tire uma foto para colocar no verso. Se preferirem, cortem uma imagem de uma revista;
- Incentivem as crianças mais velhas a escrever num diário. Sugiram fazer duas ou três frases por dia;
- Escrevam uma carta para a família ou para os amigos, deixando, por exemplo, espaços em branco para a criança preencher. Poderão, também, pedir à criança que dite a carta que pretende escrever. Depois de concluída peçam-lhe que a copie. No caso de esta já ser mais autónoma, podem mesmo sugerir que seja a criança a realizar todo o processo desde o inicio da realização da carta;
- Usem, entre outras alternativas, os jogos de computador para estimular o ensino da matemática, a leitura e o vocabulário;
- Incentivem a audição e a visualização de videos teóricos de matemática ou de outros conteúdos no youtube, por exemplo. Se dominar a teoria, mais facilmente resolverá a prática;
- Promovam a combinação ou a classificação de moedas dependendo da idade da criança ou adicionem conjuntos aleatórios de moedas.
Ensino Secundário
- Incentivem a leitura. Os alunos com dificuldades de aprendizagem, muitas vezes pouco interessados na leitura, podem gostar de livros digitais para ouvir nas férias;
- Antecipem a leitura dos livros do próximo ano. Esta é uma estratégia a que muitos pais recorrem durante as férias. Informem-se sobre os livros que o vosso filho vai ter de ler durante o próximo ano letivo e experimentem;
- Incentivem a melhoria do vocabulário. Se o jovem não souber, por exemplo, o significado de alguma palavra, deve procurar o respetivo significado no dicionário ou no google e anotar a definição num “glossário pessoal”;
- Leiam sobre os lugares onde vão passar as férias. De seguida peçam-lhe que escreva um conjunto de tópicos ou um texto sobre o que aprendeu;
- Incentivem a calcular a distância/quilometragem que farão para vários locais, usando a escala de um mapa;
- Procure mna internet ou numa livraria cadernos de atividades de verão de matemática ou de outras disciplinas. Talvez consigam despertar o interesse do aluno para a disciplina em questão;
- Visitem, também, páginas disponíveis na internet com livros, histórias e poemas gratuitos.
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