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Atraso no desenvolvimento versus Autismo

atraso no desenvolvimento

Como ter um diagnóstico correto?

Antes dos pais chegarem à conclusão que o filho sofre de autismo, é importante que se certifiquem que o diagnóstico está corretamente feito. Nem sempre a criança sofre deste Transtorno Mental, mas tem sim um desenvolvimento mais lento do que outros meninos.

Desde os primeiros meses das crianças que os pais procuram sinais que possam demonstrar se o seu filho se está a desenvolver bem ou se tem algum atraso no desenvolvimento.

É importante estarem atentos, pois alguns dos sintomas podem passar despercebidos e a criança perderia a hipótese de ser tratada precocemente e, portanto, de obter maiores taxas de sucesso no tratamento.

No entanto, estar atento não significa analisar cada ato do filho ao pormenor. A super-preocupação dos pais pode originar um “falso diagnóstico” – acabam por eles próprios diagnosticar o filho com autismo quando, na verdade, tem um outro problema de desenvolvimento. Não devem nunca tirar conclusões sem antes consultar um médico.

O chefe de Pedriatria de Desenvolvimento e Comportamental do Centro Médico Steven & Alexandra Cohen (nos EUA), Andrew Adesman, afirma ao site Fatherly que “os diagnósticos evoluem”, ou seja, estão em constante mutação, uma vez que existem diversos tipos de transtornos de desenvolvimento mentais e até porque mesmo a evolução da doença (autismo) pode ser lenta – tudo depende da criança.

Contudo, alega que os profissionais que trabalham com crianças todos os dias são bastante rápidos no reconhecimento dos sinais de alerta.

“Às vezes, os pais cometem o erro de se concentrar num sintoma que pode levá-los a um diagnóstico, mas não consideram os outros critérios clínicos para fazer um certo e determinado diagnóstico”, explica Andrew Adesman.

Antes de se prenderem à ideia de que o filho está no “espectro do transtorno” (autismo), é fulcral que considerem também aqueles que são chamados de imitadores de diagnóstico, que não são nada mais, nada menos do que outras condições médicas que originam sintomas semelhantes aos do autismo, mas que nada têm a ver com esse transtorno.

Atraso no Desenvolvimento

Problemas de visão podem originar diagnósticos incorretos de Autismo

Os sintomas mais comuns no Transtorno do Espectro Autista (ASD, sigla em inglês) estão relacionados com o comportamento social, seja ela entre pares (crianças com a mesma faixa etária) ou no caso de a criança apenas se conseguir envolver emocionalmente com um dos pais.

No entanto, não nos podemos esquecer que estes mesmos comportamentos sociais podem ser afetados  se um bebé ou criança estiver com algum problema em algum dos seus sentidos (visão, olfato, paladar, audição ou tacto).

Os bebés que estão a crescer e a desenvolver-se corretamente são capazes de reconhecer e seguir o olhar de um dos pais. Mas, se a visão tiver alguma falha ou deficiência (uma percentagem menor de visão num dos olhos, por exemplo), a interação com os pais ou com outros bebés e crianças pode ficar comprometida.

Por essa razão, é aconselhável que as crianças sejam primeiramente observadas por um oftalmologista antes de haver qualquer diagnóstico de ASD.

Problemas auditivos podem desenvolver sintomas semelhantes aos do autismo

O especialista em Pedriatria do Desenvolvimento e Comportamental explica que “as crianças com problemas de audição podem sofrer atraso no desenvolvimento da linguagem”, podendo ser este um sinal de autismo, mesmo que não o seja.

Porém, os problemas de audição nem sempre originam atraso no desenvolvimento da linguagem, a não ser que a audição não seja boa nos dois ouvidos.

Além disso, o médico ressalta que as crianças com problemas auditivos estão, na maioria das vezes, visualmente muito envolvidas no seu meio ambiente, ao contrário das crianças com autismo:

“As crianças com um transtorno do espectro normalmente têm aversão ao olhar ou podem não ser tão visualmente envolvidas”.

Dificuldades no processamento sensorial – Transtorno de Processamento Sensorial

Acredita-se que as crianças com autismo sejam sensíveis a certos inputs sensoriais, embora se deva dizer que muitas não o são. Existem crianças que não estão no espectro e que são altamente sensíveis ao som e ao toque, mas que quando se encontram perante algo que é o oposto daquilo a que estão habituados, como uma meia mal dobrada ou uma etiqueta na sua camisa os pode deixar muito perturbados.

Estes meninos sofrem de uma condição, reconhecida por muitos fisioterapeutas, chamada Transtorno de Processamento Sensorial, transtorno este que carece de reconhecimento oficial pelos manuais de diagnóstico.

Outras deficiências intelectuais gerais “similares” ao autismo

Para cada criança diagnosticada com Transtorno do Espectro Autista, há uma a duas diagnosticadas com outra deficiência intelectual, tal como o Síndrome Alcoólica Fetal ou Síndrome de Down. A realidade é que estas deficiências são muito mais comuns do que o Autismo e podem inclusive partilhar sintomas.

“Para as crianças que apresentam muito cedo um atraso na linguagem, o que devem pensar é que pode ser um distúrbio de linguagem”, esclarece Andrew Adesman. “Outra coisa que deve pensar é que se trata de uma deficiência intelectual. Só à terceira, pode pensar que é ASD”, aconselha o especialista aos pais, alertanto para a necessidade de ir colocando várias hipóteses em cima da mesa e ir descartando uma a uma, até se chegar a uma conclusão e diagnóstico. É importante não esquecer que todas têm que ser validade por um profissional de saúde.

Atraso no Desenvolvimento: Autismo ou Doenças/Transtornos mentais?

Além de todas as que já mencionámos até aqui, existem ainda algumas crianças mais velhas que podem desenvolver comportamentos repetitivos ou mesmo tornar-se socialmente retraídos, isolando-se. Estes sintomas podem ainda estar ligados a distúrbios psicológicos como o Transtorno Obsessivo-Compulsivo ou Transtornos de Ansiedade.

No final das contas, é claro que é importante que os pais estejam atentos aos seus filhos, mas é igualmente importante que saibam o que estão a “procurar” e quais os sintomas que podem realmente mostrar que o seu filho possa ter autismo.

“Os pais podem e devem Auto educar-se. Mas há um lugar importante para estas famílias: o consultório do pediatra.”

Relembramos que este artigo é apenas informativo e não serve o propósito ou pretende, tão-pouco, substituir a informação dada por um profissional de saúde. Se tiver com dúvidas ou alguma inquietação relativamente a este assunto, aconselhamos a que visite um médico especialista.

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