A tosse convulsa, também designada de tosse coqueluche ou pertússis, é uma doença infeciosa aguda.
Na origem da tosse convulsa está a bactéria Bordetella pertussis, a qual interfere no correto funcionamento do aparelho respiratório, nomeadamente da traqueia e dos brônquios.
Este é um problema de saúde pública que tem vindo a ressurgir a nível mundial. Anualmente, esta doença afeta entre 20 a 40 milhões de pessoas em todo o mundo.
Em Portugal, o número de infeções também tem crescido. A tosse convulsa é contagiosa e transmite-se através do contacto com gotículas de saliva ou com outras secreções contaminadas. O seu período de incubação pode ir dos 5 aos 21 dias.
Apesar de poder atingir pessoas de todas as idades, esta doença é mais grave em recém- nascidos e pequenos lactentes. Nesta faixa etária, é comum ser necessário o internamento hospitalar, até para evitar que a doença evolua para pneumonia, encefalopatia ou convulsões que ponham em risco a vida da criança.
Fiquem a saber mais sobre as caraterísticas desta patologia!
Sintomas da tosse convulsa
Geralmente, esta doença é dividida em 3 fases que podem ser descritas da seguinte forma:
- Catarral (1-2 semanas): caraterizada por inflamação e corrimento nasais; tosse não produtiva; e febre baixa. Nos recém-nascidos e lactentes, pode ainda haver apneia e dificuldade respiratória.
- Paroxística (2-6 semanas): carateriza-se por agravamento da tosse (que piora à noite e pode conduzir ao vómito); cianose (pele e lábios azulados); inchaço da língua; e ruído inspiratório.
- Convalescença (2-6 semanas): carateriza-se pela redução da tosse (a qual pode, no entanto, reaparecer nos meses seguintes, devido a determinadas infeções virais) e pela eliminação do ruído inspiratório e dos vómitos.
Diagnóstico e tratamento da tosse convulsa
O diagnóstico da tosse convulsa é feito com base na observação clínica do doente e, em alguns, a realização de exames laboratoriais para pesquisa da bactéria. Após o diagnóstico é, normalmente, prescrito um antibiótico, cujo ação é mais eficaz se a doença se encontrar ainda em incubação ou na primeira fase, ou seja, na fase catarral.
Cuidados a ter com a tosse convulsa
As crianças com tosse convulsa devem permanecer em casa, enquanto puderem contagiar outras pessoas. Os indivíduos que contactam e tratam da criança também devem fazer tratamento antibiótico profilático.
Enquanto a criança possui sintomas da doença, devem tomar-se algumas precauções, nomeadamente:
- manter a casa arejada;
- evitar fatores que possam agravar os sintomas da doença, como é o caso das mudanças de temperatura, pó, fumo, entre outros;
- fazer nebulizações de ar humidificado;
- reforçar a ingestão de água e de alimentos líquidos, como sopa, chá ou sumo natural;
- preparar refeições mais leves e frequentes;
- lavar as mãos regularmente.
Prevenção da tosse convulsa
A vacinação foi e continua a ser uma forma muito eficaz de diminuir a incidência da doença na sociedade e de contribuir para quadros mais ligeiros da mesma.
Logo, a melhor forma de evitar a tosse convulsa é tomando a vacina, a qual está contemplada no Programa Nacional de Vacinação (PNV) e indicada para toma aos 2, 4, 6 e 18 meses, aos 5 anos e na gravidez (idealmente até a 32ª semana de gestação).
Assim, é recomendado que as grávidas façam uma dose da vacina combinada contra a tosse convulsa, o tétano e a difteria (entre as 20 e as 36 semanas de gestação), de modo a protegerem o recém-nascido e o lactente da doença, especialmente nas primeiras semanas de vida, até aos 2 meses ele poder ser imunizado.
Depois de vacinada, a gestante produz anticorpos que são transmitidos ao bebé através da placenta, proporcionando-lhe a chamada “proteção passiva”. Esta vacina é comprovadamente segura e não comporta quaiquer riscos nem para a grávida, nem para o bebé.
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