Preparámos uma lista com os castelos mais bonitos de Portugal. De norte a sul do país, muitos são os que podem explorar.
Portugal é salpicado de castelos, que, pela sua história e imponência, merecem uma visita. Preparámos esta lista com os vários, e são muitos, castelos que conhecemos e aqueles que, num futuro próximo, queremos percorrer tal e qual membros da corte.
A verdade é que somos um país repleto de monumentos impressionantes e fazer esta escolha fica difícil!
Alguns destes locais são pontos de interesse, mais do que pela arquitetura, pelo que representam na narrativa da defesa militar portuguesa. Apesar de em ruínas, são castelos que mesmo assim merecem ser descobertos. Outros, felizmente, estão tão bem conservados que parece terem sido construídos agora!
Como ainda não conhecemos todos, a maioria das informações neste artigo foram recolhidas nos sites dos municípios de origem dos castelos, bem como no largo e incrível acervo do Turismo de Portugal.
Castelos no Norte de Portugal
Torre de Menagem do Castelo de Braga
Do antigo Castelo de Braga resta, visível, apenas a Torre de Menagem, único vestígio de uma singular cidadela medieval edificada por ordem de D. Dinis.
As obras decorreram com extrema lentidão e, ao que tudo indica, a nova cerca revelou-se pouco eficaz: na década de 70 do século XIV, a cidade foi conquistada com aparente facilidade pelas tropas castelhanas.
Trata-se de uma construção gótica com cerca de 30 metros de altura, que a todos encanta e se mantém viva na estrutura urbana da cidade. O Castelo de Braga foi demolido em 1906, restando apenas a sua Torre de Menagem (na altura funcionava como cadeia), e que foi, com alguns troços da muralha medieval, classificada quatro anos mais tarde como Monumento Nacional.
As muralhas, em pleno centro histórico, são hoje uma das grandes riquezas patrimoniais e turísticas de Braga. Podem ver alguns troços perto da Torre de Menagem, no Museu de Imagem (abertos ao público) e nas Ruínas da Escola Velha da Sé (reservas através do Gabinete de Arqueologia da CMB).
Atualmente, a Torre de Menagem do Castelo de Braga funciona como espaço cultural e a entrada é gratuita, de Terça-feira a Sábado das 14h00 às 17h30.
Castelo de Bragança
O castelo e antiga cidadela (a “vila”) de Bragança estão situados no topo de uma elevação, uma localização estratégica para erguer muralhas defensivas.
Foram por certo as suas condições topográficas e militares que tornaram importante o povoado e as intervenções realizadas no tempo de D. João I conferiram ao castelo o seu aspeto atual: demorou mais de 40 anos a ser construído!
Reza a lenda que neste Castelo de Bragança vivia uma princesa órfã com seu tio. De entre os muitos cavaleiros, que assistiam aos saraus, um apaixonou-se pela princesa. Mas como não era afamado, resolveu ir, para a guerra. A princesa jurou esperar por ele e cumpriu. O tempo foi passando e a princesa recusara todos os pretendentes até que o seu tio quis saber a razão.
Notando que a sobrinha estava decidida a esperar, resolveu, numa noite, entrar no quarto da princesa enrolado num lençol e, fingindo ser um fantasma, disfarçou a voz e disse: sou o cavaleiro que jurou regressar, porém morri.
Cheia de medo, a princesa fez um sinal da cruz e, nesse instante, abriu-se uma porta por onde saiu uma luz forte. Assim passou a chamar-se «Torre da Princesa» à torre onde estava a princesa e «Porta do sol» ao local por onde
Deus se manifestou através de tão intensa luz.
O Museu Militar atualmente aqui localizado está aberto de terça a domingo, das 9h às 12h e das 14h às 17h. A entrada é gratuita sextas-feiras das 9h às 12h. Encerra aos feriados.
Castelo de Montalegre
O Castelo de Montalegre, no coração da vila de Montalegre, concelho de Vila Real representou um importante ponto de defesa fronteiriço medieval. O castelo de Montalegre integra-se na segunda linha de defesa da fronteira N., das de mais fácil acesso ao país, e assegurava, juntamente com os castelos da Piconha e de Chaves, as defesas dos vales do Cávado e do Tâmega.
Em 1273, ano da concessão do primeiro foral a Montalegre por Dom Afonso III, o castelo ainda não existia, mas em 1281, pelo menos uma parte dele já se erguia em Montalegre, segundo uma carta de D. Dinis a D. Isabel. Na carta o rei oferecia doze castelos, entre os quais o de Montalegre.
De acordo com o primeiro Foral dado por D. Afonso III, o alcaide de Montalegre, era eleito pela população, constituindo um caso raro e original.
Em 1289-1331, no reinado de D. Afonso IV, o castelo é reedificado. Já no século XIX foi colocado o relógio circular no cubelo maior, passando a ser designado por torre do relógio.
Em 2022 foi feita a reconstrução da muralha e a requalificação na Torre de Menagem do castelo de Montalegre, tendo sido concluída a musealização da Torre de Menagem.
Castelo, Cerca Urbana e Torre do Relógio (Caminha)
Crê-se que D. Afonso III promoveu a construção do Castelo medieval de Caminha para defender a póvoa marítima
pelo que em 1260, segundo inscrição, concluíram-se as muralhas e, com a atribuição do foral em 1284, o castelo.
Deste monumento, que possuía várias torres e portas de entrada, subsistem vários troços de muralha, arcos
(como o do Marquês, com as armas de Portugal) e a Torre de Menagem, também conhecida como Torre do Relógio.
Torre principal das muralhas medievais de Caminha, dá acesso ao Centro Histórico Medieval da vila. Voltada a sul, esta torre tinha por baixo as Portas de Viana, por constituir uma saída em direção a Viana do Castelo. De planta quadrada, é constituída por dois pisos, e é atualmente o único torreão remanescente do castelo de Caminha. Em 1673 no cimo da torre foi colocado o relógio que lhe viria a dar o nome. É Monumento Nacional desde 1951.
Em 2008, foi alvo de requalificação e valorização, onde surgiu o Núcleo Museológico do Centro Histórico de Caminha, colocando o edifício da Torre do Relógio, ao serviço da cultura e do turismo, onde a História de Caminha e a sua evolução urbana desde as origens até aos nossos dias, assumem o papel principal.
Durante o século XIX, demoliram-se torres e muralhas do Castelo de Caminha, aproveitando-se a pedra para construir pegões da ponte sobre o rio Coura e o cais do rio Minho.
Castelo de Arnoia (Celourico de Basto)
O Castelo de Arnoia foi erguido durante a época românica e é dotado de elementos característicos da arquitetura militar desta época, como a torre de menagem coroada por merlões e caminho de ronda.
Foram identificados testemunhos arqueológicos que confirmam a ocupação da fortaleza entre os séculos XIV e
XVI. O abandono deu-se definitivamente a partir de 1717, quando as elites deixaram o pequeno lugar da vila de Basto, mudando a sede do concelho para Celourico.
A memória da pequena vila de Basto ainda persiste ao longo do ramal que lhe deu origem e que ligava a velha estrada da Lixa à importante via Amarante-Arco de Baúlhe, hoje identificada como aldeia do Castelo. Podem ainda visitar o pelourinho, a casa das audiências e a botica, que lembram a movimentada rua ao longo da qual se desenvolveu a povoação medieval.
Torre de Menagem do Castelo de Chaves
A base primitiva do Castelo de Chaves é anterior à ocupação romana da Península Ibérica; pensa-se que exista talvez desde a época dos Visigodos (em que era apenas um castro) e terá sido conquistado pelos muçulmanos e reforçado entre o século VIII e o XI.
Na época da Reconquista cristã o castelo é tomado pelo Reino de Leão, mas no reinado de Afonso de Henriques é
conquistado e incluído no Condado Portucalense. Volta a mãos espanholas por volta de 1221, isto porque Afonso IX, rei de Leão, sob pretexto de assegurar à infanta portuguesa, D. Teresa (sua mulher), a posse dos castelos que seu pai
(D. Sancho I) deixara em testamento e que o irmão (Afonso II) reivindicara, invadiu Portugal e tomou Chaves, que só voltaria a posse portuguesa 10 anos depois.
Em 1253, o castelo serve de palco para o casamento de D. Afonso III com a infanta D. Beatriz. Do que dele resta, apenas a Torre de Menagem se mantém como história viva de épocas conturbadas da Reconquista Cristã e de dote
real para a resolução dos vário problemas políticos entre lusos e espanhóis.
No seu exterior, construiu-se um jardim, onde estão expostas algumas peças do Museu da Região Flaviense. O jardim está limitado por muralhas construídas aquando da fortificação da vila, por alturas das Guerras da Restauração.
Do local podem ainda desfrutar de uma excelente panorâmica de todo o vale de Chaves.
Castelo de Guimarães
Provavelmente o mais famoso castelo português – como lemos na sua inscrição, “foi aqui que nasceu Portugal”.
O Castelo de Guimarães foi mandado construir no séc. X, por ordem da Condessa Mumadona. A fortificação tinha como objetivo proteger o mosteiro das invasões normandas e sarracenas que então atingiam a Península Ibérica.
O castelo é obra do Conde D. Henrique, efetuada nos finais do séc. XI, e do rei D. Dinis que, no final do séc. XIII, remodelou a fortaleza. Nos séculos seguintes outros monarcas foram deixando a sua marca e submetendo o castelo
a diversas obras de melhoramento.
Mas, à medida que os séculos foram passando surgiram novas táticas bélicas e o castelo perde a sua função defensiva, entrando num estado de progressivo abandono e degradação. No séc. XX, o castelo é recuperado e classificado como Monumento Nacional.
Em 1836, um dos membros da Sociedade Patriótica Vimaranense defendeu a demolição do Castelo de Guimarães e a utilização da sua pedra para ladrilhar as ruas de Guimarães. A justificação foi a de que o castelo tinha servido como
prisão política ao tempo de D. Miguel (1828- 1834). Embora tal proposta não tenha sido aceite, com quatro votos a favor e quinze contra, o assunto levantou acesa discussão.
Em 1881, o que restava do castelo foi reconhecido como Monumento Histórico e salvo da barbárie. No século XX um grande trabalho de recuperação permitiu que fosse reinaugurado em 4 de Junho de 1940, por ocasião do VIII centenário da fundação do país.
Sucessivas restaurações permitiram ao castelo chegar ao século XXI bem conservado e aberto ao público.
Castelo de Lamego
Sobre a antiguidade do Castelo de Lamego, quase todos os autores consultados referem que o castelo “é obra de mouros” e anterior à fundação da nacionalidade. Do primitivo, apenas subsistem a torre de menagem (séc. XII), parte da velha muralha e a cisterna (séc. XIII).
A torre de menagem, com cerca de vinte metros de altura, é de planta quadrangular e tem nas suas faces frestas de iluminação, algumas alteradas no século XVI para serem transformadas em janelas, por ordem do último conde de Marialva, D. Francisco Coutinho, talvez com o intuito de dar à torre uma função habitacional. Possui praça de armas em forma de hexágono irregular, cuja muralha, com cerca de noventa metros de perímetro, é dotada de adarve, acessível pelo lado norte por um lanço de escadas.
O acesso ao velho burgo do Castelo faz-se através de dois pórticos abertos na muralha. Quem entra pelo lado norte passa pelo arco chamado “Porta dos Figos ou dos Fogos”, também já chamada “Porta da Vila ou do Aguião”, enquanto que a porta no lado oposto se denomina “Porta do Sol”. Junto a esta última encontramos uma interessante casa brasonada que pertenceu à Ordem de Cister e mais tarde veio a ser casa da roda.
A Cisterna de Lamego, situada extramuros da praça de armas, é de silharia retangular e abobadada, com ogiva nervada sustentada por largas cintas apoiadas em pilares. Em novembro de 2013, reabriu e voltou a conhecer a luz do dia, após ter sofrido importantes obras de requalificação. Imagens, sons, letras, vivências, tradições, passaram a estar disponíveis ao público, num espaço que se assume agora como um Centro de Memória.
Ao entrar na Cisterna, podem mergulhar no passado, já que múltiplas memórias são projetadas ininterruptamente nas pedras que, outrora, foram apenas espetadoras. Uma sonoplastia associa-se ao espaço, recordando 800 anos de sons quotidianos: o sino, o galo, o pedreiro, o pregão, a procissão, o choro e o riso.
Castelo de Lanhoso
O Castelo de Lanhoso, implantado sobre um magnificente maciço rochoso, é uma das principais referências culturais e patrimoniais do concelho da Póvoa de Lanhoso.
Construído num dos períodos mais conturbados da História de Portugal, a Reconquista Cristã, o Castelo de Lanhoso subsiste ao passar dos séculos como admirável exemplar da arquitetura militar medieval, onde o imaginário das batalhas e histórias de amor e traição, aqui vividas, se sobressaem pela paz e silêncio que este local transmite.
É um dos monumentos que melhor evoca a memória de D. Teresa, mãe de D. Afonso Henriques, primeiro Rei de Portugal, ressaltando o episódio do cerco de D. Urraca, sua meia-irmã. Não conseguindo tomar de assalto o reduto medieval, ambas as partes findam a contenda com a assinatura do Tratado de Lanhoso, no ano de 1121.
Já em 1128, derrotada na batalha de S. Mamede, em Guimarães, D. Teresa retorna ao Castelo de Lanhoso, obrigada pelo seu filho, a caminho do exílio para a Galiza.
Com uma posição geográfica invejável e privilegiada, complementada por uma linha de muralhas, robustas e sumptuosas, fizeram deste baluarte medieval o obreiro na defesa e ampliação das fronteiras do Condado Portucalense.
A monumentalidade inigualável no país e na península ibérica, emoldurado pelos vales circundantes, cuidadosamente torneados pela mão humana, não deixa indiferente os sentimentos dos visitantes.
Castelo de Santa Maria da Feira
O Castelo de Santa Maria da Feira é um dos mais notáveis monumentos militares portugueses. A diversidade dos seus recursos defensivos utilizados entre os séculos XI e XVI faz dele uma peça única da nossa arquitetura militar.
Sempre representou para a Feira, e para Portugal, um símbolo de identidade nacional. Ao longo da História, desempenhou várias tarefas: foi castro de ocupação romana, baluarte contra as invasões normandas, forte militar na época da Reconquista, sede de região militar, o grande centro político que levou à independência de Portugal e habitação de famílias reais e nobres.
A Comissão de Vigilância do Castelo de Santa Maria da Feira, em parceria com a DRCN, desenvolveu um Projeto de Conservação e Remodelação do Castelo, com o apoio de fundos comunitários, que consistiu essencialmente na realização de obras de conservação e restauro da Capela, conservação e remodelação da Torre de Menagem.
Hoje, o Castelo está preparado para desempenhar as funções de Polo Cultural na vasta região em que se insere e que constituía, outrora, uma região denominada Terra de Santa Maria.
Castelo de Cerveira (Vila Nova de Cerveira)
Castelo de Numão (Vila Nova de Foz Côa)
Castelos no Centro de Portugal
Castelo do Sabugal
A cidade do Sabugal terá tido ocupação humana muito remota. No entanto, apenas na Idade Média começamos a encontrar referências precisas a estas terras, com a Reconquista cristã. Fazendo parte do Reino de Leão, em finais do século XII, D. Afonso IX de Leão fundou a vila do Sabugal e deu-lhe foral.
D. Dinis, pelo Tratado de Alcanizes, de 1297, ficou com as terras da margem direita do Côa e, para assegurar a sua defesa, mandou reforçar o Castelo do Sabugal, com uma imponente torre de menagem, de planta pentagonal regular. Igualmente, confirmou o foral anterior e a feira franca existente.
No reinado de D. Manuel, o castelo sofreu obras de beneficiação, atestadas pelo escudo ladeado pelas esferas armilares aqui presente e na única porta da muralha leonesa que sobreviveu até hoje, além das diversas casas que exibem ainda as suas caraterísticas tradicionais. Próximo do castelo, a ponte atual é a que existia no tempo do rei D. Dinis, embora alvo de sucessivas reconstruções.
Castelo de Belmonte
Belmonte é o berço de Pedro Alvares Cabral, que descobriu o Brasil. O Panteão com os restos mortais do navegador fica mesmo ao lado do Castelo de Belmonte… que também foi de Pedro casa!
D. Afonso V em 1466 doa o Castelo a Fernão Cabral I, tornando-se por isso a residência da família Cabral. As várias transformações efetuadas são ainda visíveis no pano da muralha oeste, com a construção de várias janelas panorâmicas.
Destaca-se um janela de estilo manuelino, da primeira metade do século XVI, encimada por brasão composto por duas Cabras (Cabrais) e seis ruelas (Castros), simbolizando a união de João Cabral Fernandes com D. Joana Coutinho de Castro.
Atualmente, o edifício tem funções turísticas e culturais, tendo sido construído um anfiteatro ao ar livre e a Torre de Menagem e Sala Oitocentista adaptadas a espaços museológicos dedicados à história do Concelho e do Castelo.
Castelo de Castelo Rodrigo
A Aldeia Histórica de Castelo Rodrigo é, no seu todo, um autêntico espaço monumental que conserva importantes referências no plano medieval.
Entre os monumentos que acrescentam valor ao património histórico são de destacar as velhas muralhas, as ruínas do palácio de Cristóvão de Moura, o Pelourinho quinhentista, a igreja matriz, a cisterna medieval e os vestígios que atestam a presença de uma importante comunidade de cristãos-novos.
Castelo de Folgosinho
As origens do Castelo de Folgosinho são difusas, dizendo o saber popular que s sua fundação terá sido atribuída ao guerreiro Viriato, que aqui terá nascido, enquanto que outros estudos arqueológicos apontam para uma fundação medieval, na continuação do povoamento da região.
O Castelo é um diminuto recinto circular, situado a cerca de 933 metros acima do nível do mar, construído com pedra de quartzo branco-rosado, conferindo-lhe uma beleza única.
A porta principal está voltada a Ocidente e, do lado oposto, ergue-se a torre de menagem, que tem sobrevivido ao passar dos tempos.
O Castelo é hoje a maior atracção da bonita vila de Folgosinho. Ao longe, o horizonte perde-se da vista, olhando apenas as silhuetas das serras de Montemuro, Arada, Caramulo e Bussaco.
Castelo da Guarda
A criação da Cidade da Guarda e a concessão da sua Carta de Foral por D. Sancho I, a 27 de Novembro de 1199, exigiram a construção de um primitivo castelo românico, do qual apenas sobreviveu, na zona norte da cidade, a denominada Torre Velha, que constituiu a sua Torre de Menagem.
O Castelo da Guarda era o coração do moderno sistema defensivo da cidade. Este sistema contemplava, porém, vastíssimos panos de muralha que, partindo da alcáçova localizada no ponto cimeiro da cidade, circunscreviam e abrigavam as casas, paços e igrejas do burgo medieval, adaptando-se às curvas de nível.
Como em todas as cidades e vilas medievais fortificadas, as muralhas eram rasgadas ciclicamente por portas monumentais, estrategicamente localizadas face ao arranque das grandes vias de circulação que punham a cidade em contacto direto com o exterior: com a Covilhã e sobretudo com Castela, via Almeida e com Celorico e a partir daqui com a legendária Estrada da Beira, uma das grandes vias de Portugal da Idade Média e da Idade Moderna, que de Celorico levava a Coimbra e a Lisboa.
Das portas das muralhas medievais da Guarda sobrevivem a Porta da Erva, a Porta d’El Rei e a Porta dos Ferreiros, esta protegida por uma imponente torre.
Castelo de Trancoso
Trancoso encontra-se ainda hoje rodeada de muralhas, da época dinisiana, com um belo castelo também medieval, a coroar esse majestoso conjunto fortificado. Com os seus numerosos monumentos, da arquitectura civil e religiosa, constitui um dos mais expressivos Centros Históricos do país, visitado anualmente por muitos milhares de pessoas.
Destacam-se, entre todos, as Igrejas paroquiais de Santa Maria e de S. Pedro, a Casa dos Arcos, de séc XVI, a Igreja da Misericórdia, a Casa do Gato Preto, um curioso edifício do antigo Bairro Judaico e o Pelourinho, bela peça do mais puro estilo manuelino.
No exterior da muralha, podem ver-se a Fonte Nova, de linhas clássicas erguida no sec. XVI, a Capela de S. Bartolomeu, exemplar barroco, a Igreja da Senhora da Fresta e Capela de Santa Luzia, templos da transição do romântico para o gótico, as capelas do Senhor da Calçada e de Santa Eufémia, do séc. XVIII e, ainda, o antigo Convento dos Frades Franciscanos, com elementos do séc XVI ao séc XVIII, hoje recuperado e transformado em Auditório Municipal.
Torre de Almedina (Coimbra)
O Castelo de Coimbra, hoje integralmente desaparecido, situava-se na atual praça D. Dinis, em plena cidade Universitária.
Possivelmente erguido no século XI, durante o governo de D. Sesnando Davides, seria então de dimensões acanhadas e de planta irregular. Ampliado e transformado nos séculos seguintes, sobreviveu, ainda que progressivamente arruinado, até aos finais do século XVIII quando, no âmbito da Reforma Pombalina da Universidade de Coimbra, a construção do Observatório Astronómico praticamente o destruiu.
Não obstante, o conjunto de elementos que sobre ele chegaram aos nossos dias, como a Torre e Arco de Almedina, permite-nos reconstitui-lo e compreender a sua posição no perfil da cidade.
Foi certamente no castelo que se refugiou D. Teresa, viúva do conde D. Henrique quando, em 1116, o exército islâmico comandado por Ali Ben Yusuf montou cerco à cidade.
D. Afonso Henriques, filho de D. Teresa e primeiro rei de Portugal, adotando Coimbra como capital do novo reino, reforçou o castelo, dotando-o de uma imponente Torre de Menagem, elemento que era então uma importante inovação técnica, introduzida pelos Templários, designadamente por D. Gualdim Pais, mestre da Ordem em Portugal.
Ao longo dos séculos foi sendo alvo de reformas e restauros, nomeadamente no século XVI, época em que recebe o acrescento superior para servir de Casa da Vereação, sendo por isso também conhecida por Torre da Relação.
Atualmente está aqui sediado o Núcleo da Cidade Muralhada, cujo objetivo é a recuperação na memória coletiva da existência da muralha, demonstrando a sua influência determinante na organização urbana da cidade.
Castelo da Lousã
O Castelo de Arouce, também conhecido como Castelo da Lousã a partir do século XVI, foi construído em posição dominante, no topo de um monte escarpado na margem direita do rio Arouce.
Apesar das muitas lendas que envolvem o castelo e a região, pouco sabemos de forma absolutamente segura. O que parece poder comprovar-se é que Arouce [Arauz] já existia em 943, ano em que foi assinado um contrato entre o Abade do Mosteiro de Lorvão e o Moçárabe Zuleima Abaiud. Desconhece-se se a construção do Castelo data desta época.
O que sabemos seguramente é que D. Sesnando Davides, a quem Fernando Magno, após conquista definitiva de Coimbra em 1064, entregou o governo de todo o território a sul do rio Douro, teve em Arouce uma intervenção profunda: povoando a região, como ele próprio afirma no seu testamento, e na definição do castelo, pelo menos ao nível de melhoramentos, facto que uma análise cuidada comprova.
Foram inauguradas, no dia 27 de abril de 2019, as obras de qualificação e acessibilização do Castelo que tiveram como objetivo a criação de condições de segurança e conteúdos para que o mesmo pudesse ser visitável no seu interior.
Na mesma altura, foi também inaugurado um Centro de Interpretação e Acolhimento que além de facultar informação relevante sobre o Castelo, prestará também informação turística sobre o Concelho.
Castelo de Leiria
O imponente Castelo de Leiria foi mandado construir por D. Afonso Henriques em 1135 e perdura até hoje como postal da belíssima cidade do Liz.
Entrem no castelo pela Porta da Albacara e deslumbrem-se com a Igreja de Nossa Senhora da Pena, os antigos Paços Reais, a Torre de Menagem e sobretudo a bela vista sobre toda a cidade.
A estrutura está muito bem conservada e é um agradável local para passear em família, que se transformou no ex-libris de Leiria.
Castelo de Ourém
O castelo de Ourém é uma das mais inovadoras obras de arquitectura militar do séc. XV em Portugal. Mandado construir pelo Conde de Ourém, neto de D. Nuno Álvares Pereira, o castelo possui uma estrutura compacta com sistemas de defesa activos modernos, incluindo duas grandes torres de planta pentagonal que funcionam como baluartes e ofereciam maior resistência ao tiro de bombarda.
Atrás das torres situa-se a zona palaciana, residência dos Condes, que tem a forma de uma longa torre disposta no sentido da largura comunicando com os baluartes.
No cimo do monte, recuado relativamente ao paço e ao castelo, encontra-se o primitivo castelo de “Abdegas”, nome antigo desta povoação, cuja construção remonta ao séc. XII.
Castelo de Abrantes
O Castelo de Abrantes é uma construção marcante na história da cidade com uma vista única e de grande beleza, ergue-se numa colina a 196 metros de altitude.
A sua construção foi ordenada por D. Afonso Henriques, no século XII para defesa da linha do Tejo, sendo doado em 1173, pelo mesmo, à Ordem de Santiago de Espada.
Desde a sua primitiva construção, até ao século XX, foi alvo de sucessivas reconstruções e ocupações militares.
A Fortaleza é constituída por uma torre de menagem, mandada edificar por D. Dinis, em 1300, e é detentora da maior e mais bela panorâmica desta região, na qual podemos ter um ângulo de 3600, num raio que atinge os 70 km, permitindo contemplar variadas paisagens sobre a lezíria ribatejana, a charneca alentejana e as serranias da Beira.
Também é constituído pelo Palácio dos Governadores ou dos Alcaides, que terá sido construído no século XV, pelo Alcaide-Mor de Abrantes, Diogo Fernandes de Almeida.
No Palácio dos Governadores podemos apreciar uma majestosa frente em arcada assente sobre uma galeria, virada para a cidade, bem como algumas salas abobadadas, nomeadamente 11 vãos intercomunicantes, cobertos por abóbadas de berço, com tijolo burro, dos séculos XVII/XVIII.
Existe a possibilidade de realizar visita guiada, através do contacto com o Posto de Turismo.
Castelo de Óbidos
O Castelo de Óbidos é um dos mais bonitos Castelos de Portugal e foi transformado em Pousada, pelo que o acesso ao seu interior está condicionado apenas aos hóspedes da unidade – quem sabe não é uma boa oportunidade para dormirem como Reis e Princípes?
No entanto, hospedados ou não na Pousada do Castelo, não deixem de percorrer as suas Muralhas, de acesso livre.
São aproximadamente 1,5km de vistas mediavais deslumbrantes.
Se passeiam com crianças pequenas, tenham especial atenção aos limites das Muralhas, e mantenham-nas próximas e/ou ao colo, de forma a evitar acidentes: ao longo do percurso existem troços de caminho sem vedação, pelo que é necessária vigilância máxima.
A 07.07.2007, o Castelo de Óbidos foi eleito uma das 7 Maravilhas de Portugal.
Castelo de Tomar
D. Afonso Henriques doou o Castelo de Ceras e o seu termo aos Templários, em 1159. O território era atravessado a sul pelo rio Tomar, com um fértil vale limitado a poente por uma cadeia de colinas de relevo acentuado. Foi numa dessas colinas, sobranceira ao rio, que Mestre D. Gualdim Pais, fundou, em 1160, o castelo e vila de Tomar.
O Castelo de Tomar era constituído por uma cintura de muralhas que rodeavam o cabeço. Duas cortinas de muralha dividiam-no interiormente em três recintos.
Na parte sul da fortaleza, situava-se o recinto vila, onde hoje está o laranjal. A norte, na parte mais elevada da colina foi estabelecida a casa militar dos Templários, flanqueada a nascente pela casa do Mestre, a Alcáçova com a sua torre de menagem, e a poente pelo oratório dos cavaleiros, a Charola. Separava estes dois recintos um terceiro, o vasto terreiro do castelo, hoje espaço ajardinado.
Castelos na região de Lisboa e arredores
Castelo dos Mouros
Isolado lá no alto, num dos cumes da serra de Sintra, o Castelo dos Mouros é uma fortificação fundada no século X, época da ocupação muçulmana da Península Ibérica.
As suas famosas muralhas serpenteiam a serra com os seus blocos graníticos por entre penedos e penhascos.
O seu caminho da ronda permite vislumbrar uma paisagem única sobre a vila, a Pena e, mais ao longe, o contraste entre o verde da serra e o azul do Atlântico.
Hoje, o Centro de Interpretação do Castelo dos Mouros, instalado na Igreja de São Pedro de Canaferrim, conta a história dos povos que ali se sucederam e complementaram, desde o Neolítico até à Idade Média, através de achados arqueológicos e de múltiplas ferramentas interativas.
Castelo de São Jorge
O Castelo de São Jorge é o mais visitado Monumento Nacional, e dos locais mais antigos e emblemáticos de Lisboa.
Aberto ao público 7 dias por semana, é hoje um local onde se pode desfrutar do património, ficar a saber um pouco da história de Lisboa no Núcleo Museológico, explorar os vestígios do bairro islâmico do século XI no Núcleo Arqueológico, descobrir vistas inéditas da cidade na Câmara Escura, passear pelos jardins e miradouro, participar em visitas guiadas ou noutras atividades pedagógicas ou, simplesmente, deixar-se encantar com a música, o teatro, a dança e as tertúlias sobre património que vão animando os dias neste notável Monumento de Lisboa.
Castelo de Palmela
Com ocupação islâmica entre os séculos VIII-XII, o Castelo de Palmela foi conquistado por D. Afonso Henriques, em 1147 e definitivamente recuperado por D. Sancho I. Sede definitiva da Ordem de Santiago, de 1443 até à sua extinção, em 1834, a fortificação é Monumento Nacional desde 1910.
A posição geográfica do castelo permite um domínio estratégico de parte do estuário sadino, de uma vertente da cordilheira da Arrábida e das planícies envolventes que a separam do Tejo. Esta situação, noutros tempos, revestia-se da maior importância pelas ligações e possibilidades de comunicação que se estabeleciam com os castelos circundantes das linhas do Tejo e do Sado.
Dentro das muralhas do Castelo encontram-se a Pousada Histórica de Palmela, situada no antigo convento da Ordem de Santiago; a Igreja de Santiago; as ruínas da Igreja de Sta. Maria, em cuja sacristia está instalado o Gabinete de Estudos sobre a Ordem de Santiago; o Posto de Turismo; lojas de artesanato e produtos regionais e um Restaurante-Esplanada.
O Museu Municipal apresenta diversos espaços visitáveis no Castelo: o Espaço Arqueológico, o Espaço de Transmissões Militares e a Reserva Visitável de escultura de São Tiago (esta com visita sujeita a marcação prévia).
Para melhor conhecer a história do Castelo de Palmela, marquem uma visita guiada gratuita, aqui.
Castelo de Sesimbra
O Castelo de Sesimbra é o último dos castelos portugueses sobre o mar a manter a traça medieval. Foi classificado como Monumento Nacional em 16 de junho de 1910 e reúne vários motivos de interesse. As suas muralhas têm uma vista única sobre a vila e sobre o mar.
No seu interior existem duas exposições permanentes sobre a sua história, centro de interpretação do património, igreja e um cemitério desativado. Há também um circuito museológico que podem percorrer e assim, de forma autónoma, descobrir os diversos pontos de interesse do monumento.
Os visitantes podem percorrer as muralhas e desfrutar de uma vista privilegiada da vila de Sesimbra e da região. A cafetaria com esplanada disponibiliza alguns produtos locais. Destaca-se na paisagem pela sua imponência.
Castelos no Alentejo
Castelo de Almourol
Situado numa ilhota a meio do Rio Tejo, o Castelo de Almourol é um dos monumentos mais emblemáticos que se podem encontrar em Portugal, pelo seu significado e pela paisagem envolvente.
A sua história relembra a Reconquista do território durante a Idade Média. Quando aqui chegaram os cristãos em 1129, o castelo já existia sob o nome de Almorolan, tendo sido então incluído nas terras entregues à guarda dos Templários, sob as ordens de Gualdim Pais. Segundo uma inscrição existente na entrada, as obras de reconstrução datam de 1171.
Juntamente com os castelos de Tomar, do Zêzere e da Cardiga formava a linha defensiva do Rio Tejo.
Depois de extinta a Ordem dos Templários e terminada a necessidade de defesa do território, acabou por cair no esquecimento, sendo recuperado pelo espírito Romântico do séc. XIX que orientou o seu restauro e lhe deu o aspecto que vemos actualmente.
Castelo de Arraiolos
O Castelo de Arraiolos é Monumento Nacional e compreende a muralha da antiga povoação e os Paços dos Alcaides. A sua construção teve inicio no ano de 1306, após a assinatura do contrato entre o rei D. Dinis e o Concelho da vila, alcaide e Juizes em 26 de Novembro de 1305.
Coroado no vértice pela antiga Igreja do Salvador séc. XVI, dele se vislumbra a imensidão e a beleza da paisagem circundante, permitindo um olhar distinto sobre o centro histórico da vila.
Castelo de Alandroal
Situado no ponto mais elevado da vila do Alandroal, o Castelo do Alandroal é uma construção militar do final do século XIII.
Esta fortaleza medieval é de estilo gótico e é uma das obras de arquitetura militar do reinado de D. Dinis mais bem datadas, graças a duas inscrições, comemorativas do arranque e da conclusão dos trabalhos de construção.
A fortaleza do Alandroal é também importante no que respeita à identidade e formação cultural do seu arquiteto, já que uma terceira inscrição, localizada no torreão direito da porta do castelo e datada criticamente entre 1294 e 1298 refere claramente o nome do responsável pela condução dos trabalhos, um homem oriundo da comunidade muçulmana e auto-intitulado “Eu, Mouro Galvo”.
Este letreiro tem sido considerado uma das mais importantes marcas mudéjares no nosso país e revela a existência de um albanil islâmico a comandar a edificação de um castelo, num tempo em que os inimigos não eram já, em primeira instância, as forças muçulmanas do Sul da península.
Depois da sua classificação como monumento nacional em 1910, o castelo foi restaurado na década de 40 do século XX, tendo sido reconstruídos alguns troços e desobstruídas as estrutura de numerosas casas que, ao longo dos séculos, se haviam adossado às muralhas.
Castelo de Belver
O Castelo de Belver, no Alentejo, localiza-se na freguesia de Belver, no município de Gavião, distrito de Portalegre.
Monumento Nacional desde 1910, é considerado um dos mais completos da arquitetura militar medieval portuguesa, ergue-se isolado no alto de um monte granítico, a Oeste da vila, em posição dominante sobre a confluência da ribeira de Belver com a margem direita do rio Tejo, guarnecendo a então chamada Linha do Tejo.
Tem origem em 1194, ano em que D. Sancho I doou a Afonso Pães, prior da Ordem, as chamadas terras de Guidintesta com a obrigação de construir um castelo. A fortaleza foi objeto de algumas modificações ao longo dos séculos, mas mantém praticamente intacta a sua primitiva estrutura.
Castelo de Sines
O Castelo de Sines é uma fortaleza medieval construída sobre um ponto da falésia com sucessivas ocupações desde o Paleolítico, de grande utilidade defensiva e, hoje, um dos melhores miradouros para a baía.
No século XIV, o pequeno povoado burguês de Sines reivindica junto do rei Dom Pedro I a autonomia administrativa em relação a Santiago do Cacém. O monarca, interessado na importância estratégica da terra na proteção desta zona de costa em relação aos corsários, concede foral a Sines. Mas com uma condição: a construção de uma cerca defensiva.
O castelo é construído durante a primeira metade do século XV. A sua área é relativamente pequena, meio hectare, o que pode justificar-se pelo facto de na altura em que o castelo é construído a povoação ocupar já uma área demasiado grande para ser totalmente cercada.
O mais famoso dos alcaides de Sines foi Estêvão da Gama, pai de Vasco da Gama, que fez obras na fortaleza. Admitindo que Estêvão já ocupava esse posto em 1469, ano provável de nascimento do navegador, este deve ser o local de nascimento de Vasco da Gama.
Castelo de Monsaraz
Monsaraz mantem a sua magia de outrora como poucos lugares no mundo. Feita de cal e xisto, por este lugar podemos sentir que viajamos até ao passado.
Suspensa no tempo, a histórica povoação alentejana, uma das mais antigas de Portugal, é um destino obrigatório na sua lista de lugares a visitar no Alentejo, especialmente depois de, em 2017, ter vencido a categoria “Aldeias Monumento” do concurso 7 Maravilhas de Portugal.
O castelo de Monsaraz é um ponto turístico único e excepcional em Portugal, pois é um dos mais esplêndidos mirantes sobre o maravilhoso espelho-de-água da Barragem de Alqueva, o maior lago artificial da Europa e uma das maiores obras portuguesas do nosso século.
Castelo de Estremoz
O Castelo de Estremoz domina a paisagem no topo de uma colina de onde se avistam os campos e vinhas envolventes, os montados de sobreiro e azinheira, a Serra d’Ossa, o castelo de Evoramonte (que também merece a vossa visita!), os olivais e as pedreiras de mármore.
A Torre do castelo, totalmente construída com mármore branco de Estremoz, é denominada “Torre das Três Coroas”, por ter sido edificada ao longo dos reinados de três reis portugueses (D. Afonso III, D. Dinis e D. Afonso IV). Na Alcáçova de Estremoz viveu, e acabaria por falecer em 1336, a Rainha Santa Isabel, numa época em que Estremoz foi um dos principais centros políticos do reino.
A cidade desenvolveu-se no interior das muralhas da segunda linha de fortificação, mandadas construir durante os séculos XVII a XIX, com o objetivo de defender a Praça Militar de Estremoz. Grande parte desta linha de muralhas ainda hoje existe, com as suas quatro portas monumentais, os seus baluartes, revelins e restantes estruturas defensivas.
Castelo de Viana do Alentejo
Com algumas fontes históricas a colocarem a génese do Castelo de Viana do Alentejo no reinado de D. Dinis (1279-1325), sendo do mesmo período da outorga do primeiro foral da vila alentejana (1313), investigações mais recentes parecem apontar para uma construção posterior.
O conjunto arquitetónico do Castelo de Viana do Alentejo é composto pela estrutura amuralhada e por um conjunto de espaços religiosos que se encontram no seu interior: Igreja Matriz de Nossa Senhora da Anunciação, pela Igreja da Misericórdia de Viana do Alentejo, pela Capela de Santo António e pela antiga capela de Nossa Senhora da Assunção, hoje convertida no centro de interpretação para o conjunto.
Castelo de Elvas
Situado no ponto mais elevado da cidade, o Castelo de Elvas é uma obra de fortificação islâmica, reconstruída nos séculos XIII e XIV, tomando só no séc. XVI o aspeto atual.
Acolhia o alcaide de Elvas e foi palco de importantes acontecimentos da história do país como tratados de paz, trocas de princesas e banquetes de casamentos reais.
Ao longo dos séculos, o Castelo foi perdendo importância defensiva, ficando sem qualquer função militar a partir da segunda metade do séc. XIX. Este facto levou a que o edifício fosse deixado ao abandono, entrando no séc. XX arruinado. Vários elvenses amantes da história e do património quiseram promover o seu restauro, a sua visibilidade e entabularam um processo que faria do Castelo de Elvas, em 1906, o primeiro Monumento Nacional português.
Castelo de Marvão
O Castelo de Marvão situa-se a 843 metros de altitude, num dos pontos mais elevados na Serra de São Mamede, denominado Serra do Sapoio.
A Serra é bastante escarpada, constituindo um ponto de defesa natural, com possibilidade de acesso apenas pelo lado Este, onde se desenvolveu a povoação intramuros. Daqui era possível observar a fronteira com o país vizinho e a localidade espanhola de Valencia de Alcántara, por onde se aguardou a entrada dos exércitos inimigos por diversas vezes.
O conjunto, muito bem conservado, resulta numa sobreposição de fortalezas, que correspondem a vários períodos de construção bem documentados.
Para além das particularidades militares, o Castelo de Marvão é sobretudo apreciado pela paisagem envolvente. Por isso, vale a pena percorrer Marvão pelo corredor da muralha terminando na Torre de Menagem, de onde, como diz um ditado popular, “se vêem as costas dos pássaros” quando voam.
Castelo de Alcoutim
Construído no século XIV com o objetivo de defender esta região fronteiriça, o Castelo de Alcoutim possui um grande pano de muralha com torres defensivas.
Uma visita ao castelo permite apreciar uma magnífica panorâmica sobre o rio Guadiana, a vila de Alcoutim e a aldeia espanhola de Sanlucar.
No interior do castelo, oportunidade para visitar o Museu Arqueológico de Alcoutim, onde se pode apreciar um variado conjunto de achados que testemunham todas as épocas da história do concelho, bem como a exposição Jogos Intemporais.
De salientar que esta coleção integra o maior conjunto e variedade de jogos de tabuleiro de época islâmica provenientes de um único sítio arqueológico e os únicos exemplares de Mancala III de que temos conhecimento em Portugal.
Castelos no Sul de Portugal
Castelo de Aljezur
O local onde o Castelo de Aljezur se encontra implantado parece ter sido ocupado, sucessiva e ininterruptamente, por vários povos: os lusitanos que dele fizeram um castro; os romanos que nele tiveram um posto de vigia; os visigodos, que também o utilizaram como vigia; e os árabes que nele deixaram mais vestígios, sendo-lhes atribuída a edificação do castelo e a fundação da vila, bem como a reformulação das suas defesas.
Edificado no século X pelos árabes, fez parte integrante do sistema defensivo de Silves, durante os séculos XII e XIII, tendo sido o último castelo islâmico a ser conquistado pelos cristãos no Algarve, em 1249, no reinado de D. Afonso III.
Castelo de Paderne
O Castelo de Paderne é um dos que figuram na Bandeira de Portugal e foi conquistado aos mouros por D. Paio Peres Correia em 1248 e desactivado em 1858.
Classificado como Imóvel de Interesse Público desde 1971, o Castelo está a ser objecto de estudo por parte do IPPAR – Instituto Português do Património Arquitectónico e Arqueológico, com vista à sua valorização e classificação das áreas envolventes à Ribeira de Quarteira como Área de Paisagem Protegida. Este estudo contempla a identificação de vários núcleos de interesse arqueológico e etnográfico, bem como a caracterização da fauna e flora existentes.
Apesar dos sucessivos restauros, o seu estado de conservação encontra-se degradado e nos nossos dias apresenta apenas alguns panos de muralha, bem como o torreão de entrada e paredes mestras da sua Ermida.
Nos princípios do séc. XVI, com a transferencia da povoação do interior das muralhas para Norte, torna-se claro o seu estado de semi-abandono e mais tarde com o terramoto de 1755 sofre o desmoronamento parcial das muralhas e da torre albarrã.
Muralhas do Castelo de Tavira
O Castelo de Tavira vale a visita sobretudo pela vista sobre a cidade e sobre a paisagem circundante até ao mar.
As bases do sistema defensivo foram construídas durante o domínio muçulmano, entre o séc. VIII e XIII). Após a Reconquista Cristã, o conjunto sofreu obras de melhoramento, ordenadas pelo rei D. Dinis (1261-1325), que assim integrou Tavira na sua política de reforço das linhas de defesa do território. Em 1640, foram feitas obras de conservação.
Actualmente ainda se podem ver alguns panos de muralha, uma parte da Alcáçova que mantém as suas características medievais e o Arco da Misericórdia.
Castelo de Silves
Situado no alto de uma colina, o imponente Castelo de Silves teve origem romana, mas foram os árabes, entre os séculos VIII e XIII, quem edificou o magnífico castelo hoje existente.
Construído com grés de Silves, o castelo possui a forma de um polígono irregular e apresenta uma porta principal ladeada por duas torres defensivas, três torreões e sete quadrelas, sendo possível aos visitantes percorrerem o passeio de ronda.
No interior do castelo é possível observar diversos vestígios da ocupação muçulmana, nomeadamente um silo que servia para armazenar cereais e uma cisterna coberta por abóbada assente em cinco arcos de volta inteira.
Apesar de ter sido reconstruído no século XIII, após a conquista da cidade aos mouros por D. Paio Peres Correia, o Castelo de Silves é o melhor exemplar da arquitetura militar árabe existente em Portugal.
Castelos de Portugal nas Ilhas
Fortaleza de São João Baptista do Pico
Em 1566 deu-se um ataque corsário de sérias proporções, comandado pelo corsário protestante Bertrand de Montluc, de nacionalidade francesa, à cidade do Funchal. Este acontecimento determinou a tomada de medidas urgentes na linha de reestruturação interna da defesa da ilha e em particular da cidade, com a construção, entre 1570 e 1590, de novas fortalezas.
Sobre o domínio Filipino foi nomeado, em 1595, fortificador da ilha Jerónimo Jorge, que mais tarde deu início à construção da Fortaleza São João Baptista do Pico (1602-03). A partir de 1618, e durante cerca de quatro décadas, Bartolomeu João, mestre de obras reais, deu continuidade à obra de seu pai, Jerónimo Jorge, concluindo a Fortaleza.
A defesa da cidade, através do cruzamento de fogos das várias fortificações, dificultava, assim, a entrada de navios inimigos na baía do Funchal, mantendo-a mais protegida.
Durante um curto período, esta fortaleza foi denominada de Forte ou Castelo de S. Miguel, em homenagem aos Miguelistas, no contexto da Guerra Civil Portuguesa (1828-1834), voltando à sua denominação inicial.
Em meados do século XX, a Fortaleza de S. João Baptista do Pico foi entregue à Marinha que ali instalou o Centro de Comunicações da Armada, ficando conhecida popularmente por Pico-Rádio.
No essencial, a Fortaleza de S. João Baptista do Pico mantém a sua estrutura original, de traça maneirista.
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Olá, gostaria de ressaltar o Castelo de Montalegre no Norte de Portugal, lugar muito lindo e bastante visitado por turistas durante todo o ano, entre eles temos muitos espanhóis, a Pastelaria São Paulo se destaca como point desse passeio, situado na rua direita ela dá acesso a uma visão única do Castelo e outras ruas adjacentes, espero ter contribuído com o site, abraço forte.