Como ajudar a criança a ser confiante e bem sucedida? - Pumpkin.pt

Como ajudar a criança a ser confiante e bem sucedida?

Dicas: ajudar a criança a ser confiante e bem sucedida

A confiança da criança pode ser trabalhada! Damos os primeiros passos e dicas para a sua criança fica mais confiante

“Ser capaz de tomar decisões”, “ser capaz de defender o seu ponto de vista, mostrando respeito pelos outros”, “acreditar que é capaz” são alguns dos desejos que muitos pais têm para os seus filhos. Como ajudar uma criança a ser mais confiante em si?

Num mundo em que o julgamento, a crítica e os desafios são cada vez maiores e exigem cada vez mais que sejamos resilientes, muitos pais procuram a melhor forma de ajudar a criança a ser confiante e bem sucedida. A Beatriz Pereira do blog Mais q’Especial e Sei – Centro de Desenvolvimento e Aprendizagem partilham algumas dicas para trabalharmos a auto-estima das abobrinhas.

Os primeiros passos para ajudar a criança a ser mais confiante

O Centro Sei partilha os passos principais para crianças confiantes.

O primeiro passo de ajudar uma crianças ser mais confiante é incentivar, sem demasiada pressão, a novas experiências, desde que saudáveis, didáticas e adequadas a cada idade.  Encoraje a curiosidade da criança. Porque não iniciar, por exemplo, uma atividade de grupo extracurricular, como o basquete, que permita estimular a componente física e, em simultâneo, a social? Ou um curso de ballet? Estas e outras atividades podem ser importantes para desenvolver a confiança dos mais novos. 

Muitas vezes as conversas em torno da confiança estão relacionadas com o novo ano escolar e as amizades que aí se desenvolvem: o primeiro dia de aulas; as pessoas perto das quais nos sentamos na sala e na hora de almoço; com quem conversamos na hora de recreio, etc. Em todo o processo de aprendizagem, é essencial que exista confiança, só com ela adquirimos a força suficiente para aceitarmos, sem desconforto, a ideia de experimentar novas atividades pela primeira vez. A confiança permitir-nos-á a superar o medo do fracasso e o risco de desiludir os que mais gostamos.

Devemos sempre valorizar o esforço desenvolvido, ainda que o resultado final não seja propriamente aquele que mais se deseja, permitindo assim à criança superar o medo de um eventual falhanço. Por exemplo, se no jogo de basquete a criança não conseguir marcar nenhum ponto, mas tiver contribuído em termos coletivos para um bom jogo da equipa, esse esforço pode e deve ser apreciado e reconhecido. Se o fizer estará a contribuir para que a criança ouse alcançar novos desafios que anteriormente se julgou incapaz com medo de falhar. O importante é valorizar a ação em si e não o resultado final. Faça ver à criança que pode começar por atingir metas mais acessíveis antes de alcançar o objetivo final que realmente pretende.

A aprendizagem prática ajuda a construir a confiança dos estudantes, na medida em que estes alunos, através do conhecimento empírico, tendem a lembrar-se mais facilmente dos temas que estudaram por mais tempo.  A aprendizagem é, sem dúvida, um processo continuo que não termina quando soa o toque do final das aulas. Não. Em casa, há um papel importantíssimo a desempenhar por parte dos pais, no sentido de cultivar e consolidar essa mesma aprendizagem que foi ministrada na escola.

Dicas para ajudar a criança a ser confiante e bem sucedida

Adequar exigências e tarefas à criança

É importante que as instruções e as tarefas pedidas às crianças estejam adequadas à idade e tenham em consideração as suas dificuldades. Dou-vos dois exemplos: pedir a uma criança de dois anos para fazer a cama e esperar que a mesma fique bem-feita, é exigir-lhe uma tarefa que não está ainda adequada à sua idade.

Pedir a uma criança que tem dificuldades utilizar uma tesoura para que corte um desenho sobre os limites, é exigir sem considerar as suas dificuldades. Relembro que é fundamental que os pais estejam informados sobre as competências esperadas para cada fase de desenvolvimento da criança ou até mesmo para as dificuldades associadas a perturbações de desenvolvimento ou dificuldades de aprendizagem.

Não resgastar a criança

Se a criança se deparar com um desafio, e se for seguro, deixe que  a criança pare para observar o que aconteceu e reflicta sobre como pode superar o desafio. Ao ver-se capaz de participar na resolução do desafio, a criança aprenderá a acreditar que é capaz.

Valorizar aquilo que se vê, não a perfeição

É importante mostrar à criança que o importante não é a perfeição, mas sim o espírito de iniciativa, o envolvimento e o empenho na tarefa com o seu melhor. É importante descrever aquilo que a criança faz, não o seu resultado propriamente dito.

Para além disso, lembrem-se de não comparar a criança ou o que a criança faz, às outras crianças. Mostre-lhe antes o quão única é. Mostrar-lhe esta individualidade e valorizá-la, irá ajudar no desenvolvimento da sua auto-estima e auto-confiança.

Reconheça o esforço, não apenas o sucesso

A oferta de um presente, ou de uma recompensa há muito desejada, como prémio por uma avaliação elevada no teste de matemática, por si só, não é o melhor caminho para se atingir o objetivo que se pretende. Em vez de, por exemplo, destacar a nota do teste de matemática no frigorífico lá de casa, porque não manter uma conversa com a criança sobre o esforço que ela desenvolveu, o quanto estudou e se empenhou para obter aquele excelente resultado? Ao fazê-lo estará a reconhecer o esforço e não somente o sucesso que se alcançou. Esta estratégia é uma preciosa ferramenta para demonstrar à criança o quão importante é o esforço, o trabalho, a dedicação a uma determinada missão que nos propomos atingir. Não deixe, todavia, de comemorar cada conquista. Seja sempre assertivo, mas procure não criticar um eventual mau desempenho, ao fazê-lo estará a desencorajar a criança a assumir novos desafios. E, claro, é igualmente importante que evite dizer que está preocupado com ela – essa preocupação, por vezes, pode ser interpretada como um voto de desconfiança.  

Repense o que significa o fracasso

lembre-se, o fracasso é um processo, não um ponto final. Os alunos precisam de aprender a falhar para se tornarem mais confiantes e bem-sucedidos na escola. O erro é sempre positivo, desde que provoque uma reflexão e a consequente aprendizagem para que o mesmo não se repita. Se a criança errou, não a condene, os erros são elementos fundamentais no processo de aprendizagem.  Primeiro, escute-a. Tente perceber o que aprendeu com esse erro e de seguida encoraje-a a tentar novamente, de forma a conseguir pelos seus próprios meios ultrapassar com sucesso esse obstáculo. Aprender com os erros ajuda a construir a confiança. Se considerar conveniente, dê-lhe um exemplo de uma experiência sua inicialmente fracassada e depois vencida com sucesso com recurso à confiança que conquistou. Recorra também, se necessário, a exemplos de superação de outras pessoas, nomeadamente aquelas que a criança mais admira.  

Focar no “copo meio cheio” em vez do “meio vazio”

Conhecem a história do copo que tem água até metade? Imaginem isso mesmo e respondam a esta pergunta: o copo está meio cheio ou meio vazio? A resposta a esta questão irá mostrar-vos se têm maior predisposição para ver as situações pela positiva ou pelo lado negativo. Pois bem, ajudem as crianças a abraçar as nossas experiências e as suas necessidades e dificuldades pelo lado do copo meio cheio.

Relembrem a criança do que já conseguiu aprender, melhorar ou superar e chamem a sua atenção para tarefas, ações, comportamentos ou competências que a criança coloca em prática com sucesso!

Ofereça-lhe tempo livre 

Dispor de tempo livre para explorar é algo fundamental no desenvolvimento de uma criança. Representa dar-lhe oportunidade para desenvolver a sua natural curiosidade em relação ao desconhecido e, em simultâneo, a própria criatividade. Entre um calendário diário repleto de tantas atividades curriculares e outras obrigações, é essencial proporcionar às crianças um espaço e um período diários para explorarem as suas curiosidades, através de brincadeiras adequadas a cada idade. Encoraje a criança a brincar da forma que quiser, sempre que possível com recurso ao mundo real, ao ar livre, longe das consolas, dos telemóveis e tablets. Deixe-se a sua imaginação voar. E prepara-se para responder a perguntas constantes. É saudável que isso aconteça.  

Deixar a criança decidir

Muitos pais receiam dar opções de escolha ou liberdade na escolha que a criança quer fazer. Sentem que ser pais é estar no controlo de cada passo da criança.

No entanto, adequar esta liberdade ou opção de escolha à idade será a base para que a criança se torne num adulto capaz de ponderar os pontos positivos e menos positivos das situações que terá de enfrentar na sua vida. “De pequenino se torce o pepino!” –  lembrem-se!

Antes de não deixar a criança decidir se quer usar a camisola branca ou a camisola azul, pense se é assim tão importante que seja você a decidir que camisola leva!

Reconhecer em vez de elogiar

Já falei sobre isto num artigo sobre reconhecer (podem ver o artigo aqui) a criança em vez de elogiar. O elogio torna a criança dependente do que os outros lhe dizem. Quando descrevemos aquilo que são capazes de fazer, em vez de os elogiar e definir que são x ou Y, motivamos a criança a acreditar nas suas capacidades e a agir dessa mesma forma, com espontaneidade e intenção.

Incentivar a criança a relacionar-se com os outros e a ajudar

É fundamental para que a criança se torne uma criança capaz de se adaptar a situações, pessoas ou formas de pensar/brincar/estar diferentes da dela. Desta forma, desenvolve-se a resiliência que tem por base a confiança e tantas outras competências sociais como o respeito pelo outro!

Ao incentivá-la a ajudar outras crianças ou adultos, a criança sente tem o poder de fazer a diferença, de contribuir para algo, ajudando-a a acreditar que tem valor e é capaz!

Permita que a criança seja o seu próprio herói 

Deixe que lide com os seus problemas sozinho. Não seja demasiado protetor. A ajuda dos pais pode evitar o desenvolvimento da confiança. É normal que, perante uma barreira que parece ser grande demais para as capacidades da criança, os pais e professores saiam em sua defesa. Quem nunca o fez? A simples intenção de a proteger e ajudar leva-nos, várias vezes, a sermos nós próprios a resolver um determinado problema com o qual a criança se confronta e que se diz incapaz de o resolver por si mesma. Não caia nesse erro.  Antes de o fazer deixe-a tentar primeiro. Permita-lhe a liberdade de experimentar sem ajudas, através dos seus próprios meios, como resolver a situação. Se o fizer, não se esqueça, estará a estimular o desenvolvimento das capacidades da criança, como o pensamento criativo e a comunicação eficaz, para além de novas competências académicas. Ensine a criança a não ter medo de falhar.  

Ajude a criança a dar asas à sua imaginação

Ajudando-a a visualizar-se a concretizar algo que deseja muito ou junto de alguém de quem quer muito estar perto. Esta visualização, faz-a  acreditar que é possível…e acreditar é a palavra de ordem para se conseguir!

Lembrem-se que todos temos a confiança dentro de nós. Não há pessoas sem ou com mais confiança. O potencial está mesmo dentro da criança, dentro de todos nós…só precisamos de o despertar!

Envolva-se 

Não tenha medo de partilhar novas experiências com a criança. Salte, corra, jogue. Encontre o que funciona melhor para si e para a sua família, mas nunca deixe de estar presente na educação da criança. Os pais desempenham um papel absolutamente vital no apoio à aprendizagem dentro e fora da sala de aula. Pergunte como correu o dia de escola. Coloque à criança perguntas abertas para lhe dar espaço para responder o que quiser, desenvolvendo o tema. Converse sobre as matérias que foram lecionadas, as dúvidas e as certezas. Mantenha sempre aberta uma ponte de diálogo permanente com a escola e os professores.   

Deixe-a fazer de professor

Incentivar a prática ajuda a construir a competência. Se a criança está entusiasmada com algo que aprendeu recentemente na escola, aproveite essa alegria e desafie-a a falar sobre o tema, ajudando os colegas que eventualmente ainda não adquiriram esses conhecimentos. Ao fazê-lo estará a consolidar a aprendizagem, a reforçar as competências e ao mesmo tempo a transmitir-lhe confiança.

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