É por volta dos 14 anos que a grande maioria dos adolescentes é forçada a tomar uma decisão da qual dependerá grande parte sua vida futura: no caso, qual a Escola Secundária?
É cedo demais para tamanha responsabilidade? Podemos orientá-los sem interferir na escolha? Se o seu filho vai entrar este ano letivo para o 9º ano, comece já a prepará-lo para este momento com as dicas da Pumpkin!
Cada um como cada qual. Há crianças que, desde muito cedo, revelam vontade de seguir determinada profissão, pelo que o percurso escolar está à partida definido. No entanto, é muito provável que, durante a adolescência, a fase de descoberta provoque várias dúvidas que interferem num processo de escolha responsável e ponderado.
Não importa discutir, neste artigo, se o sistema educacional está organizado da forma mais correcta, ainda que sintamos que é colocada nos jovens uma pressão muito grande e que consideremos que uma escolha desta importância deva acontecer mais tarde, quando já temos uma melhor noção de quem somos, daquilo que procuramos e daquilo que fazemos melhor.
Queremos ajudar o seu filho, através de si. Propomos um exercício de reflexão, que o obrigue a pensar e a conhecer-se. Não interfira demasiado, oriente-o: tente evitar os “eu acho que és bom a…” e prefira os “o que é que sentes que sabes fazer melhor?”.
Perguntas para ajudar o seu filho a escolher a sua escola secundária
Na escolha da escola secundária, recomendamos pensar nas seguintes perguntas:
1. Quem és?
Peça ao seu filho que reflicta sobre quem é e que o coloque no papel: os seus valores, a sua personalidade, aquilo em que acredita, os seus interesses. Não lhe exija um texto estruturado nem necessariamente bem escrito, já que às vezes escrever ao ritmo do que a mente pensa é o mais acertado e real.
2. O que te deixa feliz?
Mais do que uma profissão, peça ao seu filho que pense em coisas do dia a dia que o façam feliz. Sair à noite, porque adora dançar? Ajudar os amigos a estudar para os testes? Fazer o jantar da família? Os gostos do seu filho podem dar-lhe pistas valiosas e se conseguirem transformar essas ideias numa profissão concreta, melhor.
3. O que é que fazes melhor?
É importante termos noção daquilo em que somos bons. As amigas da sua filha pedem-lhe sempre dicas sobre moda? Os amigos do seu filho pensam sempre nele quando precisam de alguém que organize as tarefas do trabalho de grupo? Identificar as nossas habilidades nem sempre é fácil, principalmente para jovens com problemas de auto-estima, pelo que nesta fase a ajuda de família e amigos é bem-vinda: apontem-lhe as principais qualidades que lhe reconhecem e deixem-no reflectir sobre se concorda e se identifica com os retratos que dele criaram.
4. Teste psicotécnico.
Os testes psicotécnicos que algumas escolas oferecem são bons caminhos de partida, mas não deixe que sejam o único factor de escolha. Estes testes podem dar boas pistas sobre os interesses do seu filho, quais as áreas mais indicadas e as possíveis carreiras a seguir, mas não são nenhuma fórmula mágica. Encare-os como um elemento mais de reflexão e não entre na onda de que se “os testes dizem, é porque tem que ser”. O caminho indicado pelos resultados pode não ter nada a ver com aquele que o seu filho já começou a traçar na cabeça
5. Uma lista com possíveis opções de carreira.
Após uma primeira reflexão, peça-lhe agora que elabore uma lista com algumas profissões que lhe pareçam interessantes. Não é necessário que pertençam à mesma área científica. O único critério é a motivação que provocam no seu filho.
6. Pesquisa.
É provável que o seu filho tenha já uma ideia pré-concebida da maioria das profissões que escolheu, mas façam, juntos se ele quiser, uma pesquisa sobre elas. Às vezes podem surpreender-se com as possibilidades de entrada no mercado de trabalho, por exemplo, ou com funções associadas à profissão que não imaginavam existir. As redes sociais são muito úteis neste aspecto, possibilitando o contacto com profissionais das áreas ou jovens no mesmo processo de escolha.
7. Profissões do futuro.
É importante racionalizar a escolha. Com o advento da tecnologia e das redes sociais, são cada vez mais as profissões que se tornam obsoletas, mas também são muitas aquelas que surgem ou se renovam. Procurem conhecer as novas tendências do mercado laboral; haverá certamente profissões que não conhecem e que encaixam perfeitamente no perfil do seu filho.
8. Releve a importância.
Esta é uma escolha importante, mas não vital. Esta lista pode dar a ideia contrária, mas a decisão do seu filho não é definitiva, e jamais deve encarar como uma catástrofe a indecisão ou os receios. Pelo contrário, faça sentir ao seu filho que tem liberdade para seguir outros caminhos, se mais tarde assim lhe fizer sentido. É preferível dar dois passos atrás do que condenar um jovem à infelicidade. Não se esqueça nunca disto: a sanidade mental dos seus filhos é mais importante do que as boas notas, o sucesso escolar e um percurso irrepreensível.
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