Uma alimentação vegetariana pode ser adequada para crianças? - Pumpkin.pt

Uma alimentação vegetariana pode ser adequada para crianças?

vegetarianismo crianças

Ser vegetariano implica abdicar de vários alimentos como carne, peixe, ovos e aves.

Se os pais optarem por dar uma alimentação vegetariana ao filho estão a privá-lo de nutrientes? Vai haver consequências no seu desenvolvimento da criança? A nutricionista Carolina Fernandes da Bebé Gourmet responde. 


É considerado vegetariano todo indivíduo que exclui de sua alimentação todos os tipos de carnes, aves, peixes e seus derivados, podendo ou não utilizar lacticínios ou ovos. As três principais dietas vegetarianas mais conhecidas são:

  • Dieta ovolactovegetariana, baseada em grãos, vegetais, frutas, legumes, sementes, oleaginosas, lacticínios e ovos;
  • Dieta lactovegetariana, que exclui o ovo bem como carne, peixe e frango;
  • Dieta vegetariana restrita ou vegan, que exclui ovos, leites e outros produtos de origem animal.

É frequente que os Pais que optam por uma alimentação vegetariana incutam à criança esses mesmo estilo de alimentação, uma vez que são eles os responsáveis pela alimentação dos mais pequenos.

Os estudos demonstram que quanto mais atípica for a dieta (e mais restrita) e quanto mais nova for a criança, maior o risco de deficiências nutricionais. Globalizando, a má nutrição é quase sempre detetada primeiro em crianças, umas vez porque apresentam maiores necessidades energéticas por quilograma de peso ponderal.

Para a American Dietetic Association e para a Amercian Academy of Pediatrics, é perfeitamente possível que uma dieta vegetariana seja adequada e que suprima todas as necessidades nutricionais de uma criança em idade de crescimento, desde que muito bem planeada. É, portanto, conveniente e importantíssimo que os pais e educadores, estejam bem informados e orientados quanto ao equilíbrio da alimentação e da necessidade de suplementação.

Alguns cuidados devem ser tomados especialmente na dieta vegan para garantir o fornecimento adequado de nutrientes. As Proteínas carregam o maior peso no que toca a receios e com razão: a quantidade de aminoácidos presentes nos vegetais não será suficiente para suprir as necessidades proteicas e a digestibilidade da proteína vegetal é bastante deficiente quando comparada com a digestibilidade da proteína animal.

O equilíbrio é possível por meio de uma maior variação e maior ingestão de fontes proteicas vegetais, como leguminosas e cereais diversos. Os vegetais não são bons fornecedores de vitamina B12. A deficiência desta vitamina pode desencadear anemias megaloblásticas e distúrbios neurológicos, portanto para crianças em idade de crescimento, mais vale nem arriscar. A suplementação é neste caso a melhor opção.

O Ferro é outra grande preocupação. A sua deficiência desencadeia anemias ferropénicas ou ferroprivas que afetam o desenvolvimento psicomotor da criança. O ferro presente nas plantas é significativamente menos biodisponível para o organismo Humano por ser bioquímicamente diferente do Ferro presente em fontes animais.

Outros nutrientes como o Cálcio, a Vitamina D são também casos de preocupação.

As crianças adeptas do vegetarianismo e respetivos pais, devem ter acompanhamento da evolução do crescimento, do ganho ponderal e do desenvolvimento psicomotor como parte da avaliação nutricional. Além disso, é importante ter um histórico detalhado da dieta dos pais e da criança para poder fazer um aconselhamento adequado e suplementação correta.

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