É importante reduzir os açúcares adicionados na alimentação de toda a família, mas principalmente das crianças.
Nos últimos anos, o consumo excessivo (e às vezes inconsciente) de açúcar tem sido apontado como um dos grandes vilões para uma vida mais saudável.
A verdade, no entanto, é que os açúcares não são todos iguais e que os naturalmente presentes nos alimentos, como a frutose (presente na fruta e alguns legumes), a lactose (presente no leite) e a mistura de diferentes açúcares presentes no mel, são muito importantes para o nosso corpo.
Sabiam que o nosso cérebro só usa açúcar como combustível? Quem nos contou foi a nutricionista Ana Leonor Perdigão e ficámos impressionados!
O que importa de facto reduzir, na opinião desta especialista, e principalmente na alimentação das crianças, é o consumo de sacarose – o açúcar refinado que, além de obesidade, pode também causar ou agravar condições de diabetes, insuficiência hepática, Alzheimer ou cancro.
Trazemos 4 dicas para reduzir o consumo de açúcar adicionado em família e para desfrutarem de uma vida mais doce… sem colocar a vossa saúde em risco.
Dicas para reduzir o consumo de açúcar em família
Substituições inteligentes
Fazer substituições inteligentes é uma forma de evitar o consumo “desnecessário” de açúcares refinados sem alterar drasticamente os hábitos da família no dia a dia.
Um exemplo fácil e óbvio é o de optar por sumos naturais em detrimento de refrigerantes, à hora das refeições. Podem também fazer biscoitos de banana e aveia para substituir as bolachas que compram tradicionalmente no supermercado.
E se adoram uma boa tigela de cereais ao pequeno-almoço não precisam de prescindir desse hábito tão saboroso: felizmente, hoje em dia há várias opções com cereais 100% naturais e sem açúcar adicionado.
Os doces não são recompensa
Infelizmente, temos o hábito de oferecer doces como prémio ou recompensa, concedendo-lhes sem notar um valor que não queremos de todo atribuir-lhes. Os doces não estão representados na Roda dos Alimentos, e, por essa razão, não devem ser valorizados ao ponto de serem utilizados como moeda de troca.
Se realmente queremos que as crianças criem uma relação pacífica com a comida não podemos associar o consumo de alimentos saudáveis ao conceito de “sacrifício” e compensá-lo, depois, com produtos que nutricionalmente pouco lhes acrescentam.
Optem por recompensar as boas ações das crianças com palavras gentis, amor de braços estendidos e, em último caso, com presentes didáticos, como livros ou jogos educativos. Também podem “compensá-las” com programas. Por exemplo, se a criança aceitou comer sopa, vão brincar no parque ou vão à praia – deixem-nas escolher aquilo de que gostam mais!
Quem disse que os lanches sem açúcar não têm vida?
É preciso deixar cair a ideia de que há receitas que só funcionam e se tornam deliciosas com açúcar. Adoramos ser criativos na cozinha e encontrar formas alternativas de adoçar as nossas panquecas, bolos, bolachinhas, queques e outros lanchinhos de forma muito mais saudável.
Utilizar ingredientes como bananas e tâmaras, por exemplo, é uma forma divertida de “dar vida” às vossas receitas – já para não falar no delicioso mel, que, quando consumido com moderação, é um toque extra de doçura aos vossos pratos. Podem também utilizar cereais como ingrediente secreto para uma iguaria mais equilibrada. Nós em casa misturamos uma banana, três colheres de aveia em flocos, um ovo e uma pitada de canela para render 3 panquecas super saudáveis e deliciosas! Basta multiplicar as medidas pelo número de bocas e… devorar!
Reduzir o açúcar neste tipo de alimentos – que os miúdos podem levar para a escola, por exemplo – ajuda também a construir, no médio prazo, um paladar mais “adulto” e capaz de aceitar diferentes sabores sem birras ou esquisitices.
O açúcar adicionado deve ser limitado no dia a dia
O fruto proibido é sempre o mais apetecido, já diziam e com razão lá atrás, e, por isso mesmo, acreditamos que é no equilíbrio que está a resposta.
Permitam às crianças o consumo de açúcares adicionados não sempre mas, por exemplo, aos fins-de-semana ou em dias de festa. Ensinem-nas a apreciá-los com conta, peso e medida para não criar desequilíbrios emocionais ou até físicos motivados pelo seu consumo excessivo nestes momentos.
A regra é abrir excepções, mas as excepções devem também elas ser controladas.
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