As refeições com os miúdos podem ser uma verdadeira batalha...
Ou não gostam das cenouras, dos espinafres, do peixe… A Oficina de Psicologia dá-nos umas dicas para resolver as esquisitices com a comida.
Grande parte das crianças, nalguma fase do seu desenvolvimento, parecem apresentar recusa ou seleção alimentar. Fiquem tranquilos papás: esquisitices na hora das refeições é uma tendência perfeitamente natural dos mais pequenotes, e na maioria das vezes, é de fácil solução, pelo que não há motivo para grandes preocupações ou alarmismos!
De qualquer modo, é sempre importante perceber qual o motivo dessa recusa alimentar ou falta de apetite. Em alguns casos existem factores orgânicos associados a essa recusa alimentar, como por exemplo amigdalites ou aftas que podem dificultar a deglutição de determinados alimentos que são mais sólidos ou rijos.
E as crianças, por vezes, parecem simplesmente querer ignorar os momentos de refeições porque lhes roubam algum tempo às suas brincadeiras. A recusa alimentar pode funcionar ainda como uma chamada de atenção relativamente à família.
E por fim, tal como os adultos, também as crianças têm as suas preferências quanto à alimentação, e o que habitualmente acontece é que os alimentos mais saudáveis são aqueles que os mais pequenotes colocam na sua lista de “alimentos indesejados”, parecendo apresentar um paladar mais apurado para os alimentos mais doces.
Mas a luta pelos alimentos é uma batalha que pode ser ganha com esforço e envolvimento por parte de todos os elementos da família…
Como diz o provérbio: “para grandes males, grandes remédios.”
A atitude dos pais neste processo é fundamental e umas das estratégias que podem utilizar é, por exemplo, criar uma pequena história onde a abóbrinha esteja envolvida.
Em conjunto, podem recriar uma pequena história, onde a criança será um super-herói/heroína, ou um guerreiro(a), que tem como missão conquistar novos alimentos, e que todos no seu reino a vão reconhecer como alguém forte, corajoso e que procura lutar contra as suas adversidades ou imigos.
Para motivar a criança nesta conquista, pode criar com ela um quadro com autocolantes, e a cada alimento conquistado, conquista também um autocolante.
Quando finalizar o quadro, terá direito a um prémio, que poderá ser fazer durante uma semana um jogo divertido em família (o preferido da criança) ou no final da semana ter direito a um lanche especial ou à sua refeição preferida… preparem-se papás para as guloseimas afins… mas lembrem-se que é uma excepção e um reforço para todas as conquistas da abobrinha.
Para além do recurso à fantasia pode ainda:
– Mostrar-lhe que os momentos de refeição fazem parte da rotina familiar, e que todos beneficiam desse momento único (por vezes, o único do dia em família);
– A refeição deve ser igual para todos os elementos da família (caso não existam contra indicações), mas em doses diferenciadas;
– Estabeleça horários regulares ao longo do dia para comer – Não permita que ele coma fora das horas das refeições, pois isso evita a falta de apetite que muitas vezes surge nos momentos das refeições;
– Procure não esconder ou mentir acerca dos alimentos que a criança está a experimentar. É importante que ela saiba aquilo que come, pois isso permite-lhe aprender a distinguir e a aceitar os diferentes sabores e texturas dos alimentos;
– Nos momentos de experimentar novos alimentos, procure misturar alimentos pelos quais a abóbrinha já demonstre preferência com esses novos alimentos, ou até com aqueles em que apresenta uma certa resistência;
– Envolva a abóbrinha na participação de algumas refeições – poderá ser benéfico uma vez que ela começa a reconhecer alguns alimentos e já não será novidade quando os vir já no prato cozinhados;
– Procure não dar muita importância à crítica pela comida; por vezes são apenas tentativas para chamar a atenção e “oportunidades de fuga às refeições”.
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