O Carnaval como terapia, até em casa! - Pumpkin.pt

O Carnaval como terapia, até em casa!

O Carnaval como Terapia até para casa!

Pode o Carnaval ser uma terapia para crianças com (e sem) necessidades especiais?

Imaginar novos mundos, encarnar diferentes personagens e ser “outro eu” por alguns dias: pode a proposta do Carnaval servir como terapia? A Beatriz Pereira do blog Mais Q’ Especial diz que sim.


Ainda me lembro de ser miúda e ansiar pela minha fantasia de carnaval. Na verdade, aquilo porque ansiava era a possibilidade de imaginar e ser naqueles dias aquilo que eu quisesse ser, aquilo que eu gostaria de ser, a forma como me queria vestir, andar, falar, interagir com as pessoas, o mundo mágico em que gostaria de viver.

Pensando sobre isso decidi fazer este artigo para vos falar do carnaval como uma terapia, como uma forma de trabalharmos a nossa relação com as crianças, com ou sem necessidades especiais, como uma forma de promovermos o desenvolvimento da criança. Será possível? Sim, tudo é possível desde que feitas as devidas adaptações, é este o meu lema sempre e quem me conhece por aqui já sabe que é mesmo assim. ?

Como o Carnaval pode funcionar como uma ferramenta da terapia seja em contexto terapêutico, escolar ou mesmo aí por casa?

Construção da Máscara

A própria construção da sua máscara de carnaval pode funcionar como uma estimulação a competências como a motricidade fina, a coordenação manual, coordenação visuo-motora, a criatividade, a atenção, a memória pela lista do que ainda é preciso fazer ou do que já está feito – por exemplo – e a capacidade para planear algo, entre outras competências cognitivas e motoras.

É importante que a criança escolha e participe na escolha da sua fantasia, pois só assim estará verdadeiramente comprometida e motivada nas tarefas que terá de fazer para construir a sua fantasia e, desta forma, empenhar-se nas competências que pretendemos trabalhar com ela.

A importância de esperar

A construção da máscara e a espera por estes dias de festa são ótimas oportunidades para ajudar a criança a perceber a importância de sabermos esperar e da nossa capacidade para regular a nossa ansiedade e as nossas emoções para com algo que nos deixa tristes ou felizes.

A empatia

No Carnaval em Portugal, por termos a oportunidade de nos colocarmos na pele do outro, surge o pretexto perfeito para explorar com a criança o tema da empatia para com as crianças ou com as outras pessoas, com quem a criança tenha um conflito ou alguma questão pendente ou caso a criança tenha dificuldades a nível da relação social como as crianças com perturbação do espetro do autismo ou pertubação da hiperatividade e défice de atenção.

Assim, a criança ao vestir a pele de uma figura ou personagem, ela terá a prova de que é possível percebermos melhor o outro e que quanto mais atentos, empáticos e observadores formos, melhor conseguimos entender o outro e ter também a resposta que mais procuramos no outro.

Sonhar acordados

Há crianças que gostam muito de “sonhar acordadas” e nós adultos passamos o tempo a re-chamar a criança para o mundo real. Então, quem sabe no Carnaval não podemos dar a oportunidade de sonharem acordados e percebermos o que cativa a criança a viver neste mundo de fantasia e sonho: será uma baixa auto-estima, será uma dificuldade em sentir uma identidade própria, será uma fuga ao seu contexto diário que não faz a criança feliz ou será apenas a criança a querer ser criança? Estes dias de carnaval são uma oportunidade para perceber ainda melhor a criança nestes aspetos.

Brincar

Por termos uma desculpa para despirmos a nossa pele diária no Carnaval, para aqueles que têm dificuldade em ter uma relação mais próxima da criança, menos rígida, mais interativa e dinâmica, mais carinhosa e que querem trabalhar a sua proximidade com a criança de uma forma mais lúdica e divertida, esta é uma altura maravilhosa para começar a quebrar essas crenças, esse papel. Ter a sua própria fantasia, fazer partidas de carnaval e mostrar um lado mais divertido e “leve” provando a si mesmo e à criança que é possível ser-se uma figura de referência em que existe respeito, regras e diversão simultaneamente.

Então, estamos todos de acordo? Pode ou não ser uma ótima forma de terapia, estes dias de Carnaval? Até para nós adultos pode ser!

Tudo para um Carnaval de folia e diversão com as suas abobrinhas:

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