Estudar requer método, persistência e foco.
Incutir nas crianças o interesse e a motivação para o fazer nem sempre é fácil, principalmente porque a matéria é-lhes apresentada na maior parte das vezes como blocos de texto maçudos e pouco apelativos. O que podemos fazer enquanto pais para ajudar os nossos filhos a estudar? Apresentar-lhes metódos de estudo personalizados, alternativos, didácticos e até divertidos, criando assim condições para uma aprendizagem mais sólida.
1. Memorizar ajuda, mas não a longo prazo. A solução? Companhia.
Quem nunca memorizou a Tabela Periódica ou o teorema de pitágoras que atire a primeira pedra!
No entanto, é extremamente provável (ainda se lembra das Probabilidades matemáticas?) que quem o tenha feito não saiba dizer qual o símbolo químico de praticamente nenhum elemento, precisamente porque a memória do estudo é efémera e desaparece poucos dias após a sua aplicação.
Por isso, incentive o seu filho a ir além da memorização. Participe no estudo e oriente-o. Peça-lhe que converse consigo sobre a matéria, mas sem folhas à mão. É importante que a criança domine o assunto e saiba explicá-lo pelas próprias palavras, bem como resolver exercícios sem ajuda. Desta forma, vai assimilar o conhecimento e guardá-lo para ser utilizado mais tarde, e não apenas no dia seguinte.
Mas se não deve memorizar, como deve a criança esquematizar o seu estudo? Façam jogos, adivinhas, transformem a matéria em música e cantem-na, conversem. Transformem o tempo de estudo em tempo de diversão e rentabilizem as brincadeiras. Descubram aquilo que melhor funciona na vossa dinâmica familiar, e acima de tudo, as técnicas que melhores resultados garantem à criança.
2. Cada caso é um caso.
Somos todos diferentes, felizmente. Isso significa que as técnicas de estudo que funcionam para uma criança podem não funcionar para outra. Não force o seu filho a ir pelo caminho que lhe parece a si correcto – só criará frustração e barreiras, comunicacionais e na aprendizagem. Algumas pessoas têm óptimos resultados fazendo resumos, a outras basta-lhes ler. Alguns preferem fazer jogos e outros só estudam à noite.
Descubra, em conjunto com o seu filho, como tornar o estudo mais interessante e apelativo. Só vão saber testando diferentes alternativas, mas também através de uma fórmula simples: perguntando-lhe como o prefere fazer. E acompanhe-o nesse processo – se a criança sentir que os pais se interessam, também se vai interessar. É o efeito boomerang. E o método cria-se, a verdade é que ninguém nasce com ele assimilado.
3. Mais tempo = Excelente?
Não obrigatoriamente. Uma criança que passe três horas em frente aos livros no dia antes do teste, mas que o faça sem método ou motivação, não terá melhores resultados do que aquela que estuda diariamente uma hora de forma estruturada. Dê-lhes espaço para serem o que são: crianças. Devem existir momentos de pausa – intervalos de 15 minutos por cada 45 de estudo. Deixe-os correr à vontade nesse período. A atividade física, inclusive, aumenta a oxigenação do cérebro e a boa-disposição, pelo que as horas seguintes de estudo serão encaradas com outra atitude. Ah, outra coisa muito importante: a assimilação do conhecimento ocorre durante o sono profundo, portanto deixe-os descansar.
Crie isso sim hábitos de estudo regulares, vá variando o estudo entre as disciplinas favoritas e aquelas de que a criança gosta menos, e opte por locais calmos e sem motivos de distracção: estudar com a televisão ligada é proibido. Os pais devem estar presentes, mas não apenas como figuras de corpo presentes, e sim como elementos activos e interessados no estudo. Nunca nos cansaremos de reforçar o quão importante esse envolvimento pode ser para a auto-estima da criança.
4. Métodos alternativos de estudo.
Não é inacreditável que saibamos de cor as letras das músicas que ouvimos duas vezes na rádio mas tenhamos tanta dificuldade em memorizar a Dinastia Joanina? As crianças sofrem do mesmo mal, por isso a ideia é mesmo criar formas alternativas de apresentar a matéria.
Além do mais, ainda que a nossa presença seja fundamental, nem sempre temos os conhecimentos necessários para esclarecer todas as dúvidas das crianças.
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