Será que precisamos de consumir proteína animal para ter uma ingestão saudável de proteína? Percebam por que não.
Catarina Sanches, da Aliança Animal, faz e promove uma alimentação familiar sem proteína animal. É mãe do Lucas, um bebé também vegano, saudável e muito feliz!
Nesta reflexão, convida-nos a pensar melhor na necessidade de comermos proteína animal, explicando quais são efetivamente as nossas necessidades proteicas e como podemos satisfazê-las através de uma alimentação vegetariana.
Acham que não é a mesma coisa? Ora leiam.
Ano novo, dúvida antiga? Não vejo melhor forma de inaugurar o novo ano do que com uma reflexão sobre aquele que é, talvez, o mais antigo dos mitos que contornam a dieta vegetariana.
Coloquemos então a questão: onde é que eu (e o meu pequeno Lucas) vamos buscar a proteína? Será que precisamos mesmo de ingerir ingredientes de origem animal para atingir os valores recomendados deste nutriente?
O que é a proteína? Ingrediente ou nutriente?
Comecemos por listar algumas verdades:
- Nós somos compostos por mais de 200 mil proteínas diferentes, e estas são formadas por 20 aminoácidos. Destes, nós só somos capazes de sintetizar 11.
- Os outros nove, de seu nome histidina, isoleucina, leucina, lisina, metionina, fenilalanina, treonina, triptofano e valina têm, assim, de ser ingeridos através da alimentação.
- A proteína não é um ingrediente, mas antes um nutriente vital. E esta é, talvez, a verdade de que menos se fala e, consequentemente, também a que sempre principia alguma confusão. Deixemos, assim, de assumir que ingerir determinados ingredientes de origem animal é sinónimo de estarmos a ingerir ‘proteína’ assumindo que de outra forma não o conseguiríamos fazer.
Então porque é que se fala em carne e peixe como “a proteína”?
Vamos agora a alguns factos:
- A razão pela qual as fontes de proteína animal são confundidas com o próprio nutriente é porque estas são fontes ‘completas’ de proteína. E isto significa o quê? Que são compostas por todos os aminoácidos essenciais (apesar de em quantidades diferentes), o que resulta numa (se quisermos colocar desta forma) forma prática de ingerir proteína.
- Agora vamos a um facto talvez menos conhecido (ou devidamente equacionado): a razão pela qual são fontes completas é porque estes aminoácidos pertenciam aos músculos, células e fibras dos animais a que foram ‘retirados.’ Colocado desta forma, não é estranho que escolhamos retirar a outros seres vivos aquilo de que o nosso organismo precisa, se existem outras formas para o fazermos?
Formas alternativas de satisfazer a necessidade de proteína
Finalmente, o último facto:
- Também existem fontes de proteína vegetais. A razão pela qual estas não são tão comumente confundidas com o nutriente em si é porque estas não são, na sua maioria, completas. Por este motivo, obrigam a uma maior criatividade na hora de desenhar a ementa semanal da família, já que temos de ser mais inventivos e procurar colocar maior diversidade no prato.
Mas comer de forma variada não é chave de uma alimentação saudável? Então por que motivo não escolhemos ingerir todas as leguminosas (o feijão, o grão, as lentilhas, as ervilhas, as favas e muito mais), todas as oleaginosas (as nozes, as amêndoas, as castanhas e outras similares), as sementes (de chia, de abóbora, de linhaça e a lista é quase interminável) os cereais as hortícolas e as frutas? Por que persistimos em acreditar que é necessário retirar a outros seres vivos aquilo que podemos cozinhar com mais vida, cor e sabor?
E o melhor é que, se nem todos os dias de todas as semanas nos sentirmos com o tempo e disponibilidade necessários, podemos optar por consumir soja ou quinoa, que são duas fontes vegetais completas. Se quisermos, podemos até dizer que são “a carne e o peixe do reino vegetal”.
Por fim, se leram o texto até aqui, acredito que a questão mais pertinente agora a colocar será: E daqui para a frente, onde vamos escolher ir buscar a proteína?
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