Somos pela igualdade e acreditamos numa infância feliz onde pai e mãe têm o mesmo lugar.
Nos braços de um pai não repousa apenas a força do trabalho, mas também a do amor quando, depois da saga das nove às cinco, às seis, às sete, ou até quando preciso for, chegam finalmente a casa – e se sentem esperados. Importantes.
Mas também querem estar e ser presentes. Dividir para multiplicar. Levar as crianças ao futebol e receber um sorriso depois do ballet. Poder dar banho e ajudar nos trabalhos de casa. Participar, como a mãe, em todas as tarefas e necessidades, transmitir conhecimentos, do simples ao complexo, do essencial ao que apenas nos permite rir. Rir é tão importante.
Gostamos de conversar com homens que entendem o seu papel na educação das abobrinhas como um contrato vitalício e que nos inspiram a ser melhores, todos os dias – como pais, como mães e como pessoas! Este mês falámos com o Márcio Nogueira, que é mesmo, mesmo O Melhor Pai do Mundo!
1. Quando é que nasce um pai?
Há vários momentos que podem significar o “nascimento” do Pai. No meu caso, senti-me Pai no momento em que segurei pela primeira vez o meu filho nos braços. Ao olhar para aquele ser tão frágil pensei “Agora é que é”.
Curioso que nos eventos em que participo com Pais relatam-me vários momentos, uns no momento em que recebem o “positivo”, outros quando vêem a primeira ecografia e até um Pai ou outro que sente enjoos nas primeiras semanas!
Sim, os Pais também têm mudanças hormonais…
2. Foi fácil entender-se no papel de pai e ter claramente definidas as suas responsabilidades, repartidas de forma igual com a mãe?
É claramente instinto na maior parte das vezes, as restantes são dinâmicas que acontecem naturalmente entre Pai e Mãe. Assim deve ser para haver menos fricção.
Quer se queira quer não um bebé vem sempre ocupar um espaço no meio e todas as atenções se viram para a criança, isso implica novas rotinas e nem sempre a relação está bem oleada para sofrer com estas mudanças.
A atitude do Pai deverá ser sempre de se chegar à frente e até desafiar a Mãe a abrir mão de certas tarefas para que o Pai possa ganhar o hábito de se envolver. Não nos podemos esquecer que o Pai tem de conquistar o seu espaço numa relação entre Mãe e filho que é literalmente umbilical.
Por isso, costumo dizer que o Pai tem de querer ser Pai e a Mãe tem de deixar.
3. O verbo “ajudar” ficou esquecido? O pai, agora, “faz”?
Acho que sempre existiram exemplos de Pais que fazem. O “agora” tem que ver com a mudança de mentalidade da sociedade em geral que já integra o Pai na educação dos filhos.
Há muitos anos um Pai que tratasse dos filhos no lugar da Mãe era de alguma forma recriminado pela sociedade e acabava por se retrair nessas tarefas, dedicando-se ao trabalho. Hoje estes preconceitos ainda existem, mas os Pais têm a capacidade de pensar pelas suas cabeças e marcar uma posição.
Eu sempre assumi que ser Pai seria a minha grande prioridade na vida, porque não queria desperdiçar esta oportunidade que a natureza nos concede. Isto claro que me trouxe dissabores ao nível profissional sobretudo, mas no final de contas compensa tudo.
O Pai ajuda, faz, intervém… e tem o seu papel, diferente do da Mãe e de preferência devem complementarem-se e não concorrer como acontece muitas vezes.
4. Qual é a melhor coisa de se ser pai? E a pior?
A melhor coisa é sem dúvida contribuir como podemos para o desenvolvimento de uma pessoa boa, que respeita o que o rodeia e que tem bons valores para a sua vida. Isto para além de todo o amor que nos preenche.
O pior são os dilemas que nos são colocados, algumas decisões difíceis que temos de tomar porque ser Pai tem uma responsabilidade acrescida. Às vezes caímos na tentação de pensar que temos resposta para tudo, mas estamos enganados. Os nossos filhos no momento em que nascem pertencem ao Mundo e não aos Pais e isso nem sempre é fácil de lidar. Julgo que o tempo e a experiência ajudam.
5. A paternidade é um exercício diário, mas o que é preciso para se ter sido um bom pai, no fim de cada dia?
Amar incondicionalmente os filhos, só isto. Se colocarmos amor em tudo o que fazemos como Pais é quase que garantido que chegaremos ao final do dia com a sensação de dever cumprido.
Claro que temos de equilibrar emoção com razão, porque todos os dias temos decisões a tomar e nem sempre o nosso coração de Pai é bom conselheiro.
6. O pai sabe sempre? Ou vai descobrindo pelo caminho?
Ser Pai tem 99% de instinto e 11% de conhecimento. Não dá 100% eu sei, mas como Pais temos de dar sempre mais, não como exigência, mas com a consciência que estamos constantemente a aprender.
A descoberta é diária e nunca vamos saber tudo por muita informação que procuremos. Uma coisa é certa o Pai tem alguma dificuldade em expor os seus sentimentos e isso às vezes isola-nos.
Não há nada melhor que partilhar o bom e o mau com outros Pais, com a Mãe é óbvio, amigos, família e em alguns caso até procurar ajuda profissional. Ninguém nasce ensinado como se diz por aí.
7. O que diferencia o Melhor Pai do Mundo de todos os outros pais?
Todos os Pais são os melhores do Mundo aos olhos dos seus filhos, basta para isso transmitir-lhes confiança e muito amor. Há porém uma ressalva, os Pais não devem procurar serem os melhores de forma obsessiva ou até forçada.
Ser Pai é ao jeito de cada um, com algumas referências claro, mas cada um forma o seu instinto paternal que o guia em todas as ações como Pai.
Onde encontrar O Melhor Pai do Mundo?
Podem acompanhar o Márcio e as suas reflexões sobre ser Pai na “Melhor Família do Mundo” através das contas de Instagram e Facebook – e, claro, subscrever o blog!
E se quiserem surpreender o super pai aí de casa, passem pela Loja do Pai. Vão gostar!
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