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Disgrafia: o que é e o que fazer?

disgrafia

A disgrafia deriva das palavras “dis” (desvio) + “grafia” (escrita) e consiste numa dificuldade na escrita.

A criança com disgrafia pode apresentar dificuldades no desenho ou no grafismo da letra (“má letra”), na ordenação correta ou na ortografia das letras de forma a criar/escrever palavras, na pontuação, na correção gramatical e na elaboração e organização de textos. O SEI – Centro de Desenvolvimento e Aprendizagem fala-nos sobre esta dificuldade.


As crianças desde cedo demonstram a necessidade de se expressar através da escrita. A escrita consiste numa destreza/capacidade motora que se vai desenvolvendo ao longo do percurso escolar da criança e que possui uma série de requisitos básicos necessários para o seu bom/correto funcionamento, nomeadamente:

Capacidades psicomotoras gerais: uma boa coordenação óculo-manual, um correto desenvolvimento da motricidade fina, um bom esquema corporal, espacial, boa lateralidade, um correto reconhecimento do espaço, formas e distancias e uma boa capacidade de inibição e controlo neuromuscular de forma a que a criança seja capaz de efetuar os movimentos necessários para a escrita das letras.

Coordenação funcional da mão: os movimentos de pressão e preensão e a independência mão-braço.

Hábitos neuromotores corretos e bem estabelecidos: a visão, a transcrição da esquerda para a direita, e o posicionamento correto do lápis).

A disgrafia pode apresentar alguns sinais de alerta típicos, aos quais devemos estar atentos.

Sinais indicadores/sinais de alerta

Diagnosticar a disgrafia, precocemente, não é fácil, uma vez que todas as crianças revelam dificuldades durante o seu processo de aprendizagem da escrita. Contudo existem indicadores para auxiliarem nesse processo:

  • traços exageradamente grossos ou finos e pequenos ou grandes;
  • ritmo de escrita excessivamente rápido ou lento;
  • letras separadas, sobrepostas ou ilegíveis, com as ligações distorcidas;
  • postura gráfica incorreta (dificuldade em utilizar corretamente o lápis/caneta com que escreve);
  • caligrafia, geralmente, inclinada.
  • letra excessivamente pequena ou grande;
  • forma das letras irreconhecível (por vezes podem distorcer, inclinar);
  • grafismo trémulo ou com uma marcada irregularidade, originando diferentes tamanhos de grafemas;
  • espaçamento irregular das letras ou das palavras;
  • erros ou borrões;
  • realização inversa dos traçados de algumas letras/números;
  • desorganização geral na folha
  • utilização incorreta do instrumento com que escrevem;

No entanto, importa informar, que a confirmação do diagnostico deve ser efetuado por profissionais especializados, uma vez que requer procedimentos específicos.

Intervenção

A reeducação do grafismo encontra-se relacionada com três fatores fundamentais: o desenvolvimento psicomotor, o desenvolvimento do grafismo em si e a especificidade do grafismo da criança.

Relativamente ao desenvolvimento psicomotor devem ser trabalhados aspectos relacionados com a postura, controlo corporal, dissociação de movimentos, representação mental do gesto necessário para o traço, perceção espaço-temporal, lateralização e coordenação visuomotora.

Já de acordo com os aspetos relacionados com o grafismo, devem-se treinar habilidades relacionadas com a escrita, como atividades que impliquem a utilização do lápis e papel, de forma a melhorar os movimentos e posição (gráfica), a pintura, o desenho e a modelagem. Deve-se também corrigir erros específicos do grafismo, como o tamanho, forma, inclinação das letras, o aspecto do texto, a inclinação da folha e a manutenção das margens/linhas.

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