A secção menos assustadora regressa para o 18.° aniversário do Festival com a mais querida programação para entreter os espectadores mais novos de 10 a 16 de Setembro.
2024 é o ano em que o MOTELX se torna, oficialmente, “maior e vacinado” e, como é claro, o Lobo Mau não podia faltar a esta festa! É que o Lobo Mau, e todas as criaturas mágicas que habitam em si, não pensa apenas nos pequenos de hoje – é, sobretudo, uma secção dedicada à criança que todos, um dia, fomos. Assim, nesta edição, e continuando uma linha de trabalho que já começa a criar raízes, transformamos os universos fantásticos dos filmes em pontes para educar os nossos espectadores mais jovens para o seu próprio bem-estar.
Privilegiar actividades pedagógicas que estimulem o uso dos cinco sentidos e explorem materiais sensoriais para desenvolver as habilidades cognitivas, emocionais e motoras dos jovens é uma tendência educativa cada vez mais frequente.
De parceria renovada com o Projecto CoolBrave, promovido pela Pressley Ridge e inserido no Programa Escolhas do Instituto Português do Desporto e Juventude, I.P., o Lobo Mau levou a arte sensorial a um grupo de jovens do Bairro da Estrada Militar do Alto da Damaia.
Com eles, percorreu os grandes medos do seu dia-a-dia através do cinema, e ajudou-os a trabalhar a sua criatividade, imaginação e capacidade de resolverem desafios.
Os testemunhos gravados serão exibidos durante o Festival numa sessão de Sustos Curtos dedicada a um público a partir dos 10 anos, que explorará os vários medos evocados através de 7 outras curtas-metragens.
A colaboração com o Projecto CoolBrave continua também através do Prémio Lobo Mau, onde três adolescentes avaliarão um grupo de curtas-metragens numa sessão, desta vez, para crianças a partir dos 6 anos.
Em termos de programação cinematográfica, o protagonismo vai para a longa-metragem “Flow”, de Gints Zilbalodis, estreada na secção Un Certain Regard do Festival de Cannes e multi-premiada no maior festival de animação do mundo – o Festival de Annecy.
Convocando talvez um dos maiores e mais reais bichos-papão das novas gerações, a ansiedade climática, “Flow” alerta para a veloz e constante recorrência de desastres naturais, tendo também o cuidado de preconizar – ou antecipar – uma atitude colaborativa ao invés de competitiva em prol de uma (sobre)vivência colectiva. Estes temas serão contextualizados através de uma conversa com os pequenos espectadores no final da sessão.
Teremos ainda momentos para aguçar os sentidos com os Ateliers Sensoriais da ALMA, orientados por Mónica Sousa. Estas actividades serão dinamizadas num ambiente estimulante, lúdico e arrepiante (mas pouco), onde o contacto com diferentes materiais e texturas – enquadradas na temática do género de terror – proporcionará às crianças (de todas as idades) uma experiência sensorialmente rica.
Mais novidades e oportunidades para os mais novos expressarem livremente a sua criatividade com novas texturas, formas e sensações serão anunciadas até Setembro.
Destacamos:
FLOW, de Gints Zilbalodis
(Letónia, França, Bélgica, 2024, 84’)
Sessão longa-metragem
O mundo parece estar a aproximar-se do fim, repleto dos vestígios deixados pela presença humana. Gato é um animal solitário, mas quando a sua casa é devastada por uma cheia catastrófica ele encontra refúgio num barco povoado por várias espécies, com as quais terá de colaborar, apesar das suas diferenças. Neste barco à deriva, que flutua por entre paisagens místicas e inundadas, os animais terão que navegar os desafios e perigos de se adaptarem a este novo mundo. Com os termómetros a bater novos recordes todos os meses, a nova animação do letão Gints Zilbalodis (“Away”) esconde entre os silêncios de animais fofinhos, uma importante lição: apenas juntos conseguiremos sobreviver à crise climática. Estreado na secção Un Certain Regard do Festival de Cannes, “Flow” veleja até Lisboa depois de ter conquistado o público e o júri do maior festival de animação do mundo, o Annecy International Animation Film Festival.
SUSTOS CURTOS
É natural ter medo. Crescer é aceitar que alguns não podemos derrotar – mas que podemos aprender a viver com eles. As sessões de curtas-metragens deste ano têm como ponto de partida os testemunhos gravados com um grupo de jovens e o Projecto CoolBrave e explorarão os vários medos mencionados pelos adolescentes. Com duas compilações adaptadas a idades diferentes (M/6 e M/10), vamos conversar sobre o medo do desconhecido, o receio da crise climática, o bullying, a pressão de tentar agradar a todos, o pânico de perder um familiar, e outros sentimentos ou fantasmas que surjam na sala. O objectivo é que as crianças aprendam a distinguir e nomear emoções, boas e más, bem como a expressá-las de forma saudável.
Os Nosso Medos, de Bernardo Gramaxo
(Portugal, 2024)
Produção: Projecto CoolBrave, MOTELX
The Calling, de Frida E. Elmström
(Suécia, 2021, 8′)
Cartaz do Lobo Mau
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