Quando questionamos os pais sobre o que mais desejam para os seus filhos encontramos unanimidade numa resposta: “Quero que ele seja feliz!”
Independentemente da maior ou menor dificuldade que existe em definir o conceito, a felicidade é a grande meta na vida do ser humano.
Mas a felicidade estará ao alcance de todos?
Os estudos da autora Sonja Lyubormisky trouxeram luz sobre esta questão. Ela conseguiu mostrar que, apesar de 50% da felicidade depender da herança genética e 10% das circunstâncias de vida, 40% dependem de cada pessoa e do seu comportamento!
Com o reconhecimento de que é possível aprender a ser feliz, foram também identificadas estratégias simples que ajudam a treinar o cérebro para funcionar de uma forma mais “produtora de felicidade”. Aqui ficam algumas dessas estratégias, que devemos praticar e ensinar desde cedo às nossas crianças:
• Exercitar a gratidão
• Meditar
• Praticar exercício físico
• Praticar atos de altruísmo e bondade
• Saborear as experiências positivas (utilizando os 5 sentidos!)
• Reservar tempos para refletir sobre a nossa própria experiência e aprendizagens
• Cuidar das relações com os outros
Como educadores, estamos muitas vezes treinados para pensar que o sucesso traz a felicidade. E como tal, incutimos a ideia de esforço e empenho, mesmo que implique algum “sacrifício”, para se poderem obter os resultados que “nos deixarão felizes (orgulhosos, satisfeitos, …)”. Mas não será a inversão deste paradigma mais interessante?
De facto, a investigação tem comprovado que o sucesso é mais vezes alcançado quando as pessoas cultivam ativamente a felicidade. Sabe-se hoje, por exemplo que o otimismo é um dos melhores preditores de sucesso empresarial, porque quando nos sentimos mais felizes e positivos, o nosso cérebro perceciona mais possibilidades e oportunidades.
Sendo assim, colocam-se dois grandes desafios a quem tem como missão educar (para a Felicidade):
• Dedicar regularmente tempo (energia, recursos, …) a potenciar a felicidade dos nossos filhos/educandos. E não nos esgotarmos apenas a tentar assegurar os seus resultados escolares “sem mais”.
• Cultivar um estilo pessoal mais otimista e positivo, sendo antes de mais um bom modelo de bem estar e felicidade para os mais novos. Não esquecer que as crianças aprendem mais pelo que lhes mostramos do que pelo que lhes dizemos! “Children see. Children do”.
Se a ciência atual nos mostra que a felicidade é uma escolha e uma necessidade do ser humano, devemos assumi-la também como uma responsabilidade:
• Para connosco próprios
• Para com a nossa família e amigos
• Para com as nossas organizações
• Para com a sociedade.
Alexandra Frias (Técnica Superior de Educação)
Nuno Francisco Maia (Psicólogo)
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