Conheçam o sítio ideal para reviver as tradições e práticas agrícolas dos antigos habitantes do campo!
A Quintinha de Monserrate é uma quinta pedagógica, localizada perto do Palácio e Parque de Monserrate, onde se recria o tradicional ambiente agrícola da região. Possui dois hectares de extensão e já serviu como fornecedora do Palácio de Monserrate, cuja envolvente foi transformada num jardim romântico. Atualmente, este local lindo recria uma pequena exploração agrícola, o que promete ser uma grande diversão e uma grande aprendizagem para os mais pequenos!
Há áreas destinadas a diferentes tipos de plantações e animais, bem como um sistema de energias renováveis que a torna totalmente autónoma do ponto de vista energético. A antiga casa oitocentista do caseiro foi recuperada com o objetivo de proporcionar espaços adequados para atividades pedagógicas, tais como uma sala de trabalho com salamandra e uma cozinha com forno de pão. Estes espaços permitem reproduzir a atmosfera da cozinha tradicional em ateliers para as crianças, nos quais se utilizam os produtos da quinta.
As plantações incluem zonas de pomar, de hortícolas, de plantas silvestres e de bagas, de cereais e de plantas aromáticas. À volta, existe um picadeiro para cavalos, burros e ovinos, uma coelheira e um abrigo para aves de capoeira. Querem mais? O espaço tem ainda uma zona de piquenique, um anfiteatro ao ar livre e um celeiro.
Foi também recuperada e beneficiada a linha de água que atravessa a Quintinha, que é alimentada pelas nascentes naturais e minas de água da Tapada de Monserrate, constituindo um habitat privilegiado para anfíbios e animais aquáticos. Alimenta, por outro lado, um tradicional sistema de rega por levadas, de elevado valor pedagógico por possibilitar inúmeras abordagens temáticas.
Pontos de atração recomendados na vossa visita à Quintinha de Monserrate:
Tanque: onde a comunidade se encontrava
Até meados do século XX, os tanques eram o ponto de encontro da comunidade local, sabem porquê? Como algumas terras do território saloio ainda não possuíam esgotos e as casas não tinham canalizações, era comum as mulheres deslocarem-se frequentemente até à fonte ou lavadouro para ir buscar água e lavar a roupa. Por isso, o tanque era o sítio ideal para a comunidade conversar e fofocar!
Pit stop no Galinheiro
As galinhas e os seus ovos eram dos produtos de origem saloia mais apreciados pelos lisboetas. A criação deste tipo de animais, bem como de outros animais domésticos, era de enorme importância para obter alimento quotidiano e também para venda nas áreas próximas. Aproveitem a curiosidade natural que os miúdos têm por animais e aproveitem para explicar de onde vêm os ovos antes de chegarem às prateleiras do supermercado!
Celeiro, um espaço de abrigo e armazenamento
O celeiro podia servir de abrigo a animais, mas tinha como principal função o armazenamento de cereais e alfaias agrícolas, sabiam? Estes cereais eram cultivados nas zonas mais planas ao redor da serra, sendo que o centeio e a aveia eram os mais fáceis de semear nesta zona.
Hora de ver os bichinhos!
Na Quintinha de Monserrate coabitam várias espécies de animais. Para além dos abrigos, este espaço é tão grande que permite a livre circulação dos animais. Podemos encontrar animais de transporte (de pessoas ou bens) e trabalho, utilizados para tarefas agrícolas, como é o caso do burro, bem como animais de menor porte, como as cabras e ovelhas, que dão leite e com os quais se podem produzir diferentes tipos de queijo e a lã.
Passeio na floresta
As áreas florestadas e os recursos que estas proporcionam eram também muito importantes nesta zona. Para além dos frutos, com fins alimentares, uma árvore deveria ser inteiramente aproveitada para diferentes necessidades. Na zona de Sintra, são várias as espécies que se destacam:
– O Medronheiro (Arbutus unedo) produz um fruto comestível, o medronho, bom para fazer aguardente, bem como madeira para lenha;
– O Castanheiro (Castanea sativa) fornece-nos as maravilhosas castanhas e madeira boa para marcenaria, construção e cestaria;
– O Sobreiro (Quercus suber), cuja cortiça tem utilizações múltiplas graças à sua propriedade isoladora, produz ainda bolotas, muito utilizadas na alimentação de porcos;
– O Pinheiro-bravo (Pinus pinaster) fornece-nos madeira. É utilizada na produção da celulose (pasta de papel) e a sua resina é utilizada para fazer colas.
Visitem o Pomar!
Embora na orla da Serra muitos terrenos sejam relativamente pobres, encontramos zonas extremamente férteis junto aos cursos de água. A bacia do Rio das Maçãs é das mais ricas da região para o cultivo de árvores de fruto como a macieira, o pessegueiro, a nespereira (como a que se encontra junto à Casa da Quintinha), o alperceiro, a laranjeira e a cerejeira.
A Horta, uma das partes mais importantes da Quinta!
Uma horta é parte integrante de qualquer quinta, permitindo a produção de vegetais para venda ou consumo direto. Na zona saloia, destaca-se o cultivo de couves, cebolas, couve-flor, espinafres, batata, ervilha, rabanete, feijão, alface, tomate, melão e melancia. Estas hortaliças eram posteriormente vendidas em Lisboa.
Junto à horta, podemos observar um compostor com três divisões que permite a transformação de desperdícios orgânicos em fertilizante (compostagem). O lixo orgânico é depositado na primeira divisão durante um período de 2 a 3 meses, findo o qual é sequencialmente transferido para as outras duas divisões por igual período de tempo. No final obtém-se adubo natural, que pode ser utilizado para fertilizar os solos.
Sistema de rega
Tendo em conta as dimensões reduzidas da Quintinha de Monserrate e o seu relevo, é possível aproveitar de forma engenhosa a linha de água para regar vários pontos da propriedade. Um sistema de rega através de levadas (canais) permite regar a horta por gravidade, em muito menos tempo do que se a rega fosse feita à mão. Este sistema de rega permite ainda regar, de forma seletiva, diferentes zonas do vale, tapando ou destapando canais.
Como nem todas as plantas são iguais, este sistema permite que umas recebam mais ou menos água do que as outras, de acordo com as suas necessidades. A utilização de pequenas represas é também uma das maneiras de melhor aproveitar a água para a rega.
O Anfiteatro: hora do espetáculo!
Entre a horta e as plantas aromáticas localiza-se um agradável anfiteatro ao ar livre com capacidade para acomodar cerca de trinta pessoas. Foi construído numa das vertentes da Quintinha, em madeira e relva, e é o espaço ideal para fazer pequenas apresentações ao longo da visita.
Totem, uma escultura cheia de significado
No vosso passeio à Quintinha de Monserrate vão encontrar um curioso Totem! Trata-se de uma escultura feita com motosserra, no local, a partir do tronco de um velho eucalipto monumental. Sem possibilidade de sobrevivência devido a uma grave infestação por fungos, a árvore foi mantida de pé, enraizada, e transformada num novo marco de paisagem que representa a vida selvagem da serra de Sintra.
Nela, foram esculpidos 17 valores naturais deste ecossistema como a águia-de-bonelli, o morcego-de-ferradura-pequeno, a víbora-cornuda e alguns elementos da floresta nativa, com o objetivo de sensibilizar para a proteção destas espécies através da adoção de atitudes sustentáveis. O Totem foi criado pela artista galesa Nansí Hemming, especializada em escultura com motosserra.
Tentem, com as crianças, identificar os diferentes animais esculpidos no Totem, eles vão adorar!
Parque de merendas
Inserido num espaço arborizado e com várias mesas e bancos, o parque de merendas permite efetuar piqueniques e lanches de aniversário num local com vista privilegiada para vários pontos de atração da Quintinha.
Casa saloia
A Casa da Quintinha de Monserrate pertenceu ao caseiro que tomava conta do terreno e foi construída no século XIX, tendo estado em ruínas até à reconstrução efetuada em 2008 pela Parques de Sintra-Monte da Lua. Durante o processo de recuperação procedeu-se à alteração do espaço interior, com o objetivo de adaptar a casa a novas atividades, incorporando uma sala-ateliê e uma cozinha com forno a lenha, onde se coze o pão.
Quintinha fora de rede
A Quintinha de Monserrate é hoje um exemplo de independência energética da rede elétrica nacional graças à instalação de um sistema de energias renováveis que inclui um painel fotovoltaico, uma turbina eólica e uma turbina hidráulica.
O aproveitamento alternado de recursos energéticos renováveis consoante as variações das condições ambientais permite ultrapassar a dependência da disponibilidade exclusiva de sol, de vento ou de caudal suficiente na linha de água para garantir a alimentação das baterias que suportam o funcionamento energético da Quintinha.
Um conjunto de painéis de monitorização permite, ainda, perceber as variações de consumo da energia, encorajando o uso racional dos recursos energéticos.
Valores naturais
A Serra de Sintra alberga um ecossistema privilegiado. Compreende valores naturais muito importantes para a conservação. A Águia de Bonelli é um destes valores, retratado no Totem da Quintinha de Monserrate, assim como o lagarto de água e o morcego de ferradura pequeno.
Eventos
Através da participação nas tarefas diárias e sazonais, os visitantes da Quintinha de Monserrate têm a oportunidade única de aprender num espaço natural com uma refrescante linha de água, árvores autóctones e socalcos destinados a diferentes tipos de plantações e animais. Há diversas tipologias de visita e atividades, pelo que o melhor é consultar a bilheteira dos Parques de Sintra.
As atividades requerem marcação prévia pelo telefone (+351 219 237 300) ou email: [email protected]
Festas de aniversário
O “Aniversário Saloio”, na Quintinha de Monserrate, é animado por monitores trajados que dão vida a saloios do século XIX.
Para além de fazerem o pão, as crianças vão explorar os vários espaços da Quintinha e auxiliar os personagens nas tarefas do dia-a-dia, como recolher os ovos no galinheiro, dar cenouras aos animais, passar pelo pomar e pela horta para conhecer os frutos e vegetais da época e, na zona das ervas aromáticas, reconhecer as plantas dos chás e dos temperos com a ajuda do nariz.
Em dias de chuva, se for necessário abreviar o passeio, a festa acontece dentro de quatro paredes e será feito um atelier de cheiros, utilizando as plantas aromáticas para fazer saquinhos perfumados que cada um levará consigo. Será ainda contada uma história em que as crianças são chamadas a intervir, usando alguns acessórios associados às tradições da região. No final, há tempo para saborear o lanche, que incluirá pão quentinho acabado de fazer.
Ponto de encontro: Entrada da Quintinha.
Destinatários: 5-10 anos.
Duração: 2h + 1h lanche.
Tarifário: 10 euros/participante (mínimo 15; máximo 25 participantes).
As perguntas mais frequentes sobre a Quintinha do Monserrate
Qual é o horário de funcionamento da Quintinha do Monserrate?
Os horários são sob consulta/marcação.
Como é que podemos chegar a Quintinha do Monserrate?
A morada da Quintinha é:
Estrada de Monserrate, 2710-405 Sintra.
De automóvel, podem chegar à Vila de Sintra utilizando o IC19 (de Lisboa), o IC30 (de Mafra) ou a EN9 (pela A5/Cascais).
Coordenadas GPS
38º 47’ 27” N 9º 24’ 40.5” W
Transportes:
Lisboa > Sintra
De comboio (CP) – Linha de Sintra
Estações de origem:
• Estação de Oriente
• Estação do Rossio
• Estação de Entrecampos
Sintra (centro histórico) > Monserrate
De autocarro (Scotturb)
• Sintra Estação
Da Vila de Sintra, o autocarro nº 435 da Scotturb efetua o trajeto de ligação entre a estação ferroviária e Monserrate.
A Quintinha de Monserrate tem estacionamento?
Sim! Há parque de estacionamento gratuito na entrada da quinta.
Há restaurante na Quintinha de Monserrate?
Não há restaurante/café, recomendamos que levem água e lanches.
A Quintinha de Monserrate tem programas para escolas?
Tem sim! 🙂 Há sim atividades especiais para escolas na Quintinha de Monserrate, como esta.
Contactos da Quintinha de Monserrate:
E-mail: [email protected]
Telefone: +351 219237300
Podem também visitar o site da Quintinha.
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