Quarto Montessoriano: inspire-se para decorar o quarto do pequenito - Pumpkin.pt

Quarto Montessoriano: inspire-se para decorar o quarto do pequenito

Conheça melhor as diferentes áreas de actividade que podem compor um quarto de inspiração Montessori e inspire-se para começar a criar o seu!

O “Quarto Montessoriano” é um tema muito procurado e discutido no que toca à aplicação em casa. Ninguém melhor do que as mamãs que escrevem no blog Jardim da Descoberta para nos explicar melhor como deve ser um quarto assente nesta pedagogia.


Quarto Montessoriano

O que é?

O quarto montessoriano é um quarto pensado para bebés e crianças e não para adultos, com o objetivo de criar áreas específicas para fazer com que a criança se sinta confortável, organizada, com vários espaços para diferentes atividades que a estimulem psicológica e fisicamente. Este é um conceito que foi desenvolvido no séc. XX, em 1907, pela educadora italiana Maria Montessori.

Desde quando e para quê criar as áreas de atividade?

Será que faz sentido criar várias áreas de atividade num quarto do bebé recém-nascido? Fará sentido estar a colocar prateleiras com livros e alguns materiais nos seus primeiros meses de vida?

Estas e muitas outras questões colocam-se quando chega a altura de montar o quarto montessoriano, sendo normal, por esse motivo, que os pais se sintam um pouco perdidos e sem noção de onde colocar os vários elementos que compõem o espaço. Por isso, iremos aqui tentar clarificar um pouco alguns dos princípios a ter em conta.

Em primeiro lugar, é importante não esquecer que um dos principais objetivos é criar um ambiente onde a criança se vá sentir “envolvida” e atraída para os diversos desafios que vai encontrar à sua volta. Devemos sempre procurar um equilíbrio entre a existência destes desafios e o apoio que o bebé terá para a realização dos mesmos, sendo importante frisar que a intervenção dos adultos deverá ser reduzida ao mínimo possível.

Tal consegue-se através do “Ambiente Preparado” que deve sobretudo acompanhar o desenvolvimento da criança tanto ao nível destes desafios, como da segurança que oferece.

Assim sendo, o quarto deve ser preparado desde que a criança nasce, de forma a adaptar-se ao crescimento da própria criança para que esta consiga realizar as atividades facilmente e sem dificuldades. Por outro lado, também é importante conseguir que o espaço seja o mais simples e elegante possível, nunca esquecendo que demasiados objetos e materiais expostos são um entrave à concentração.

É verdade que nos primeiros tempos a criança não irá usufruir plenamente destas diferentes áreas, mas ainda assim tem uma grande importância, uma vez que começa a explorar o seu espaço. Mesmo que durma no quarto dos pais nos primeiros meses, irá ainda assim passar algum tempo no seu. Os sentimentos de segurança e familiaridade ao reconhecer o seu espaço são fulcrais para o bebé.

Que áreas de atividade existem?

No que respeita às áreas de atividade podemos encontrar algumas divergências no que respeita à enumeração. As áreas apresentadas não são estanques e servem, sobretudo, de orientação para os educadores na hora de montar o quarto. O bom senso, as características do quarto, da criança ou crianças e da própria família, entre tantos outros factores, devem ser tidos em consideração na hora de criar e ir alterando o quarto.

Acima de tudo, o quarto deve:

  • Ter uma atmosfera calma e ordenada;
  • Privilegiar a Beleza;
  • Facilitar e promover a movimentação da criança, bem como da sua independência;
  • Facilitar e promover o interesse e concentração da criança nos diversos desafios que encontra;
  • Ter desafios alcançáveis, dado em conta a idade da criança;
  • Ser um espaço onde a criança queira estar;
  • Ter conforto;
  • Segurança.

Rapidamente se compreende que a existência de diferentes áreas de atividade encontram justificação em muitos dos objetivos acima enumerados: permite a existência de ordem, o estabelecimento de rotinas, a aprendizagem de diversas atividades, a segurança e confiança que advém do facto de reconhecer o seu ambiente e saber o que lá encontra, a possibilidade de aprendizagem através da repetição, entre outros aspetos.

Posto isto, podemos identificar quatro grandes áreas essenciais num quarto montessoriano:

  • Área de Dormir;
  • Área de Brincar/Movimento/Trabalho;
  • Área de Cuidados Pessoais;
  • Área de Alimentação.

De seguida, pode ver alguns exemplos de quartos para diferentes faixas etárias, e explicar para que serve cada uma das áreas.

Quarto Montessoriano dos 0 aos 6 meses

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Quarto Montessoriano dos 6 aos 18 meses

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Quarto Montessoriano dos 18 meses aos 3 anos

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Área de Dormir

Como se pode ver em todos os exemplos, o colchão é colocado no chão a representar a zona de dormir, sem prejuízo da utilização da alcofa para os primeiros meses.

Uma das características mais interessantes da aplicação do método Montessori em casa é precisamente a inexistência de berços. A cama deverá ser larga e colocada no chão, e o colchão não deverá ser muito alto, pois mesmo um bebé pequeno assim que começar a conseguir rastejar e movimentar, pode rapidamente cobrir distâncias consideráveis ao arrastar-se.

Aconselha-se que à volta da cama seja colocado apenas um tapete suave, de forma a que caso o bebé ou criança pequena saia da cama não se magoe, e, ao mesmo tempo, consiga sentir que saiu da sua cama para o chão. Desta forma irá começar a compreender os limites do espaço.

Ao início, aquando da transição do berço para a cama no chão, podem colocar-se toalhas ou mantas enroladas nos limites da cama para facilitar este processo, que pode não ser fácil, pois as crianças não estão habituadas a dormir sem “paredes”. Assim que a criança já for capaz de sair com autonomia e segurança da cama, então está na altura de se colocarem camas normais.

Porquê a cama no chão? Porque dá liberdade de movimento à criança e o facto de saber que tem todo aquele espaço para explorar, motiva-a a movimentar-se. Consequentemente, promove a independência, pois a criança é livre para ir buscar um livro, um brinquedo, vestir-se, deitar-se, levantar-se, tudo sem necessitar da ajuda dos pais. Isto faz com que a criança se sinta confiante e capaz de tomar decisões por si só. É, por fim, uma forma de respeitarmos o seus desejos naturais e capacidades, sobretudo quando são mais crescidos. Devemos, por isso, questionar-nos sobre o que vê a criança ao acordar. Isto prende-se, para além do favorecimento da independência, com a importância que se dá àquilo com que a criança se depara assim que acorda, e que, caso esteja num berço, pode não ser inspirador.

Inspirador poderá ser a criança observar o quarto à sua volta, o que pode inclusivamente ser potenciado com a afixação de um espelho ao lado da cama, e sentir-se atraída pelo ambiente que a rodeia, através de um mundo de atividades/interesses que devemos ir adequando a cada fase de desenvolvimento.

Nunca é demais lembrar que estas possibilidades todas oferecidas pela colocação da cama no chão dependem da segurança que todo o quarto oferece e que tem ser cuidadosamente observada. Além disso, pode-se pensar por uma espécie de porta de segurança pequena à porta do quarto para evitar que a criança saia deste espaço quando os pais estão por exemplo a dormir.

Área de Trabalho ou Movimento

Normalmente esta área é identificável através de um tapete macio que se encontra no chão, e também de um espelho. Aqui devem estar sempre disponíveis e acessíveis os materiais e atividades que representem desafios para a criança, ordenadamente colocados em prateleiras à sua altura (para que possam facilmente lá chegar).

Nos primeiros meses esta área caracteriza-se pela existência de mobils que devem ser substituídos à medida que o bebé cresce. Estes devem estar idealmente colocados nesta área ou na área de cuidados pessoais, e não na zona de dormir, para que o bebé se vá apercebendo da diferença do tipo de ação: dormir e brincar. Outra dica importante sobre os mobiles é que devem estar sempre ao nível do peito da criança e não logo a cima da face, porque o principal objectivo deste objeto é o desenvolvimento da capacidade de visão e de concentração.

A importância do espelho prende-se com o facto de estimular a criança a desenvolver as suas capacidades de movimento coordenado observando o seu reflexo. Devemos ir mudando a posição do espelho à medida que a criança for desenvolvendo a capacidade motora. Primeira deitada, depois de gatas e depois de pé. A barra para os mais pequenos também deve ser colocada nesta área.

Pode-se observar que todas as zonas nesta área se mantêm idênticas, mas que o tipo de materiais disponíveis vão mudando.

Área de Cuidados

Como se pode ver através da evolução dos desenhos, esta área também precisa de ir sendo adaptada à evolução da criança.

Num primeiro momento, pode representar o espaço onde está o tocador de fraldas em cima de uma cómoda. Este também poderá ser colocado no chão, o que poderá facilitar a troca das fraldas. Mas à medida que o bebé vai crescendo, é bom ir tendo a oportunidade de aprender a cuidar de si, o que pode ser feito através da colocação à disposição de roupas pelas quais possa optar (lembre-se que para já o que importa é o processo e não o resultado) através de cabides acessíveis, e mesmo alguns cuidados de higiene. Mais uma vez isto depende da idade e evolução da criança, e chegará o dia em que deixará de fazer sentido ter esta área no quarto.

Área de Alimentação

Esta é considerada outras das áreas de um quarto Montessoriano. Nos primeiros meses, será colocado um sofá ou cadeirão para se alimentar o bebé. Aconselha-se que coloque alguns quadros por trás da cadeira, para que o bebé possa observar enquanto estiver a mamar ou beber o biberão.

À medida que o bebé vai crescendo, o espaço também vai ficando diferente. A pequena mesa que vemos nos últimos exemplos serve, por exemplo, para aqueles lanches ou vezes em que a criança come sozinha. Isto não prejudica as refeições em família, nem mesmo a possibilidade de a criança ter um espaço de alimentação e preparação de alimentos próprios colocado ao pé da cozinha, juntamente com outros materiais da vida prática relacionados aí colocados.

HOEWEMONTESSORI 4 MONTH
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(todas as imagens de http://www.howwemontessori.com/)

Como se pode ver através das imagens, existe uma transformação do quarto, que, em todo o caso, deve ser sempre feita à medida que a criança se desenvolve e, claro, respeitando o seu ritmo de aprendizagem.

No entanto, apesar de o quarto ir acompanhado esse desenvolvimento vai mantendo a sua estrutura inicial. Isso transmitirá segurança e tranquilidade à criança, e também facilita as mudanças a realizar

Aconselhamos a procurar exemplos para se inspirar. Nenhum quarto é perfeito e cada família tem a sua realidade, logo uma estrutura um pouco diferente).


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