O parto na água, seja em casa ou no hospital, tem vindo a ser cada vez mais uma opção a considerar pelos casais e futuros papás.
Em países como o Reino Unido, o trabalho de parto e parto na água são já uma opção, quer em meio hospitalar, quer escolha ter um parto em casa.
Em Portugal, existem alguns hospitais públicos que já aderiram a esta “nova” forma de dar à luz, fazendo os partos em piscinas colocadas nas suas instalações, tais como o Hospital São Bernardo, em Setúbal, e o Centro Hospitalar Póvoa do Varzim, em Vila do Conde.
Parto na Água
O parto na água pode ser um opção para mulheres com uma história obstétrica normal e que tenham um trabalho de parto espontâneo, a termo (entre as 37 e as 41 semanas de gestação) e que não possuam fatores de risco, ou seja, que não tenham sido contraindicadas a ter um parto via vaginal. Nos últimos anos, a adesão e procura por este tipo de parto tem sido enorme, sendo a curiosidade do “novo” algo que despoletou a procura e a vontade dos casais experimentarem aquela que definem como “uma experiência única, natural e onde se respeita a mãe e o bebé”, o chamado Parto Humanizado. A partir daí começaram a surgir associações como a “Mães d’Água“, que nasceu em 2014, da necessidade de espalhar o conceito do parto na água por todo o país. Também a Waterbith International, que tem trabalhado nesse sentido desde 1988, se juntou a esta associação.
Este tipo de parto é procurado, essencialmente, por mulheres que pretendem ter um parto normal (via vaginal) sem recurso a medicamentos para diminuir a dor, como a epidural, ou seja, pelas mulheres que pretendem ter um parto natural.
Sofia Serrano, médica ginecologista e autora do blog Café, Canela e Chocolate e co-autora do livro “Dias de uma princesa grávida”, juntamente com Maria de Guimarães de Melo, enfermeira especializada em Saúde Materna e Obstetrícia e … explicam quais os benefícios, desvantagens e quais as orientações a seguir caso opte por um parto em meio aquático.
Benefícios do parto na água:
- a mulher pode desfrutar de um ambiente mais tranquilo e relaxante;
- permite um alívio da dor, logo existe uma menor necessidade de analgesia farmacológica;
- trabalho de parto mais rápido;
- a mulher sente uma sensação de leveza dentro de água, o que lhe permite ter uma mais fácil mobilização – pode adotar mais facilmente posições que lhe sejam mais confortáveis;
- diminuição da sensação de cansaço, porque os músculos do corpo tendem a relaxar na água;
- a água morna promove o relaxamento dos músculos, inclusive do períneo, dos ligamentos e das articulações pélvicas, facilitando o parto;
- melhora o fluxo uterino, o que pode fazer reduzir a necessidade de intervenção (partos com fórceps ou ventosas, cesariana…);
- menor risco de depressão pós-parto.
De acordo com as declarações da ginecologista Sheila Sedicias ao portal Tua Saúde, as vantagens para o bebé são também muito benéficas:
- uma melhor oxigenação do feto durante o trabalho de parto;
- um nascimento menos traumático, porque há menos luz artificial e ruídos;
- o facto de ser a própria mãe que o traz à superfície para respirar, fazendo com que seja o primeiro rosto que o bebé verá, pode aumentar o vínculo entre ele a mãe.
Desvantagens e riscos:
- pode haver um atraso no reconhecimento de intervenções emergentes;
- aumento da incidência da hemorragia pós-parto;
- aumento das infecções materna e fetais.
Orientações a seguir para se realizar um parto na água:
- a entrada na água deve ser sempre por escolha da mulher, na altura em que se sente confortável;
- o trabalho de parto não deve ser pré-termo (antes das 37 semanas) ou pós-termo (depois das 41) e o bebé deve estar cefálico (de cabeça para baixo);
- à entrada deve ser realizado um CTG, que deve ser tranquilizador e a observação materna deve ser normal;
- o casal deve ser informado que perante qualquer complicação/suspeita de complicação têm de sair da piscina e que devem sempre seguir as indicações das parteiras e médicos assistentes;
- a temperatura da água deve estar à mesma temperatura do corpo da mãe;
- a mãe deve ter água de forma a ficar com o abdómen imerso;
- o bebé deve ser trazido imediatamente à superfície assim que nasce.
A experiência das mães que têm partos na água parece ser única e muito especial, devido a todo contexto de relaxamento e tranquilidade adjacente.
No entanto, os casais devem estar plenamente conscientes da escolha que tomaram, das vantagens e desvantagens que o procedimento pode trazer. Como em tudo na vida, o essencial é que seja uma escolha consciente e tomada em conjunto!
Veja também:
- Parto: as diferentes formas de ver a magia acontecer!
- Epidural no trabalho de parto: informação para uma escolha consciente
- Prematuridade: saiba tudo sobre os bebés pré-termo
Olá equipa Pumpkin,
Estamos a viver em Monchique, a 30 minutos de Portimão e estamos muito interessados no parto na água, embora tenhamos algum receio de ter um parto em casa.
Pode recomendar-nos opções no Algarve?
Agradecemos desde já.
Os melhores cumprimentos
Daniel Cassidy Tuta e Kristel ter Steege
— English —
Hello team Pumpkin,
We are living in Monchique, 30 min from Portimao and are very interested in water birth, although we are a bit afraid for home birth.
Can you recommend us for the options in the Algarve?
Thanks in advance.
Best wishes
Daniel Cassidy Tuta and Kristel ter Steege
Olá Daniel e Kristel, partilhamos aqui algumas opções com mais informação:
Para encontrar uma doula que os apoie na busca de uma parteira ou local de parto:
Encontra a tua Doula – Rede Portuguesa de Doulas
Para encontrar profissionais de saúde:
Profissionais de saúde – Rede Portuguesa de Doulas
E aqui ainda mais profissionais de saúde
Esperamos que tenham uma experiência de parto e nascimento maravilhosa!