As células do bem que podem salvar!
Quanto mais pudermos fazer pelos nossos melhor. Daí a crescente preocupação com a recolha das células estaminais dos bebés na altura do nascimento. Veja o que são, para que servem e como ter acesso.
Células estaminais
O que são?
“As células são a menor unidade de matéria do corpo humano. Qualquer órgão ou tecido humano é constituído por milhões de células especializadas, por exemplo, células do músculo cardíaco, células nervosas, glóbulos vermelhos ou células da pele”, explica a Crioestaminal, empresa especialista em recolha de células estaminais.
Já as células estaminais são células que dão origem às células especializadas, constituintes de vários tecidos e órgãos do nosso corpo. Este é um processo que acontece ao longo da vida.
Caracterizadas pela sua autorrenovação – capacidade de gerarem novas células estaminais – e diferenciação indefinida (, podem, no que diz respeito a esta última, dividir-se em dois tipos:
- as embrionárias, presentes na fase inicial do desenvolvimento do humano e que podem originar todos os tipos de células constituintes do nosso organismo;
- as adultas, que mantêm as funções dos tecidos e órgãos na qual estão presentes e ainda reparam os tecidos caso estes tenham sofrido qualquer tipo de lesão. A placenta, o sangue e o cordão umbilical têm células estaminais adultas.
Para que servem as células estaminais?
A capacidade das células estaminais gerarem vários tipos de células específicas, dá-lhes um grande benefício: substituir células lesadas ou destruídas e/ou regenerar tecidos danificados. Daí ser cada vez mais crescente o interesse dos pais em quererem preservar estas células “milagrosas” em contextos terapêuticos.
Como explica a Crioestaminal num texto cedido à Sapo, as células estaminais hematopoiéticas são particularmente importantes quando é necessário regenerar o sistema sanguíneo e imunitário do doente. No adulto podem ser utilizar, na sua maioria, na medula óssea, e são as responsáveis por todas as outras células do sangue – glóbulos vermelhos, plaquetas e as células do sistema imunitário.
Já nos bebés encontram-se no sangue do cordão umbilical e que, de acordo com a autora do artigo, têm sido usadas para o tratamento de mais de 80 doenças, incluindo as doenças hematológicas, imunológicas e metabólicas.
A transplantação das células estaminais têm como objetivo tratar doenças do sangue, como leucemias e alguns tipos de anemias, e do sistema imunitário, bem como de algumas doenças metabólicas. Além disso, este tipo de células estão a ser estudadas para que, num futuro próximo, se possam usar no tratamento da paralisia cerebral, autismo, diabetes do tipo 1, entre outras.
A utilização das células do sangue do cordão umbilical para além da utilização nas mais de 80 doenças já descritas, encontra se em estudo em ensaios clínicos (utilização em humanos a título experimental), em doenças como paralisia cerebral, autismo, diabetes tipo 1 e displasia broncopulmonar, entre outras, o que poderá aumentar o leque de aplicações clínicas do sangue do cordão umbilical.
Como ter acesso?
Atualmente, existem dezenas de empresas que entregam, mediante solicitação, um kit para que os profissionais de saúde possam, durante o parto, recolher as células estaminais do seu bebé.
Os preços variam entre os 1000 € (com a preservação das mesmas durante 25 anos – tempo em que as mesmas estão utilizáveis) e os 3000€ no privado, dependendo do kit escolhido (com preservação – se sim, durante quanto tempo – .
Contudo, existe, no Centro de Histocompatibilidade do Norte, também um banco público (LUSOCORD – Banco Público de Células Estaminais do Cordão Umbilical) no qual o kit e a preservação é gratuita.
O que fazer para solicitar o Kit Gratuito?
As futuras-mamãs podem contactar o LUSOCORD através de várias formas:
- Pessoalmente – nas instalações do Centro de Histocompatibilidade do Norte, Rua Dr. Roberto Frias, 4200-467 Porto
- Por carta – para a morada acima indicada ou por mail para o endereço [email protected] ou [email protected]
- Telefonicamente – para os números 225 573 470 ou 936 244 286
- Por FAX – para o número 225 501 101
Após o preenchimento de um questionário para avaliar o historial clínico e se não houver nenhum impedimento, será enviado para
casa da dadora o kit de colheita.
Sabia que…
Uma equipa de cientistas identificou e isolou recentemente e pela primeira vez, um conjunto de células estaminais, capazes de promover a formação do crânio e a reconstrução do crânio facial, em cobaias de laboratório.
O objetivo foi o de compreender e descobrir uma terapia com células estaminais para a craniossinostose, uma deformação do crânio das crianças, que retarda o desenvolvimento e que provoca o aumento da pressão sobre o cérebro, que pode ser fatal.
Após uma série de testes em laboratório, a equipa verificou a existência de células estaminais no interior do gene Axin2, com capacidade de reparação, regeneração e desenvolvimento ósseo. Os testes laboratoriais para descobrir estas células poderão agora servir para descobrir doenças ósseas, causadas por células estaminais danificadas.
Estes resultados contribuem para o desenvolvimento da medicina regenerativa e da engenharia de tecidos, que usam células estaminais associadas a outros materiais, de modo a fomentar novas formas de substituir ossos do crânio facial danificados em seres humanos.
A Bebé Vida, que divulgou este estudo, disponibiliza a criopreservação que permite que as células estaminais estejam disponíveis a qualquer momento, podendo ser utilizadas em caso de necessidade, no tratamento de várias doenças.
“Esta descoberta reforça, mais uma vez, a importância da recolha das células estaminais do sangue do cordão umbilical. As células estaminais têm um potencial imenso, e cada passo que a investigação cientifica dá, reforça as potencialidades das mesmas. É neste caminho que queremos continuar e para o qual contribuímos internamente na Bebé Vida”, refere Sílvia Martins, Administradora da Bebé Vida, Laboratório de Criopreservação.
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