Veja os mitos mais comuns!
A gravidez é aquela altura em que, de repente, toda a gente se torna um expert em obstetrícia. E ao longo dos tempos, vão surgindo teorias que se vão perpetuando. Pois é, e assim surgem os clássicos mitos urbanos da gravidez. Porque é que são mitos? Sofia Serrano, médica ginecologista e autora do blog Café, Canela e Chocolate, explica-nos!
Mitos da Gravidez
MITO 1 – O formato da barriga (pontiaguda=rapaz, redonda=menina.)
Desmistificar: Toda a gente tem uma teoria absolutamente fantástica sobre o formato da barriga e o sexo do bebé que lá mora. A mais frequente (mas já ouvi ao contrário) é que a barriga pontiaguda corresponde a um bebé do sexo masculino, e a barriga mais arredondada a um do sexo feminino.
Portanto, há cerca de 50% de probabilidades de quem diz isto acertar. Não está demonstrado que o formato da barriga tenha nada a ver com o sexo do bebé. Terá a ver sim com a constituição da mãe e elasticidade dos tecidos.
MITO 2 – Usar colares na gravidez faz com que o bebé nasça com o cordão à volta do pescoço.
Desmistificar: Cerca de 25% dos bebés nascem com circulares cervicais do cordão, ou seja, com o cordão enrolado à volta do pescoço. Quem faz o parto está preparado para que isso aconteça e muitas vezes clampa-se o cordão antes do bebé nascer para que isto não traga qualquer problema. E claro que não tem absolutamente nada a ver com a quantidade de colares que a mãe usou durante a gravidez.
MITO 3 – Se a grávida tem desejo de comer uma fruta e se esse desejo não for satisfeito, o bebé nasce com a cara do fruto.
Desmistificar: Pronto, nesta altura viveríamos numa sociedade em que toda a gente se pareceria com algum tipo de fruta. Sabemos que a hormona da gravidez Beta-HCG faz de facto, aumentar o desejo por certos alimentos, mas obviamente que a desculpa de que se o desejo não for satisfeito o bebé nasce com cara desse desejo não tem qualquer fundamento científico nem corresponde à verdade.
MITO 4 – Quando se tem azia na gravidez, é porque o bebé é muito cabeludo.
Desmistificar: A hormona Beta-HCG e a progesterona, que estão elevadas durante a gravidez, vão provocar alterações a nível do sistema digestivo. Uma das coisas que acontece é a lentificação da digestão e um relaxamento dos esfíncteres que separam o estômago do esófago e duodeno. Por isso, o sistema digestivo fica mais sensível, há mais frequentemente refluxo (em particular à noite, após grandes quantidades de comida, ou ingestão de molhos e condimentos) e surge a azia, sensação de enfartamento, vómitos e outros. Nada disto tem a ver com a quantidade de cabelo do bebé.
MITO 5 – Uma grávida tem de comer por dois.
Desmistificar: Está mais que provado que a gravidez é a altura ideal para levar uma vida saudável, e isso passa também por uma alimentação saudável.
De facto, a grávida tem necessidades energéticas superiores à mulher não grávida, mas isso não significa comer por dois. O aumento de peso deve ser entre 9 e 12 kg, sendo que pode ser superior nas mulheres mais magras ou nas grávidas de gémeos.
Aumentos de peso excessivos estão relacionados com mais complicações na gravidez, como a diabetes gestacional, complicações no parto e, claro, uma mais difícil recuperação da forma no pós-parto. Alimentação na gravidez deve ser saudável.
MITO 6 – Se a grávida tem muitos enjoos, é de certeza uma menina.
Desmistificar: Os enjoos estão relacionados com níveis elevados da hormonal Beta-HCG e com as alterações fisiológicas da gravidez no sistema digestivo. Nem todas as mulheres têm enjoos na gravidez, o que se pensa que tenha a ver com a sensibilidade individual do organismo a esta hormona. Não tem nada a ver com o sexo do bebé.
MITO 7 – Ter relações sexuais na gravidez magoa o bebé.
Desmistificar: O feto está dentro da bolsa amniótica, que por sua vez está dentro do útero materno, que comunica com a vagina pelo colo do útero, que está fechado, em situações normais. As relações sexuais não vão magoar o bebé. Podem sim, desencadear algumas contracções indolores que são autolimitadas. O sexo na gravidez é saudável, desde que não haja contraindicação médica (hemorragias, ameaça de parto pré-termo, rotura de bolsa…).
MITO 8 – Se a grávida andar com tesouras no bolso, o bebé nasce com lábio leporino.
Desmistificar: É uma crença popular sem qualquer fundamento científico. O lábio leporino pode ser uma malformação esporádica (não relacionado com nada identificado), pode ser de tendência familiar, ou estar relacionado com a toma de corticóides pela mãe no primeiro trimestre de gravidez.
MITO 9 – Beber cerveja preta faz aumentar a produção de leite.
Desmistificar: Vários estudos já demonstraram que isto é totalmente errado. O álcool não é saudável nem na gravidez nem no puerpério. Para aumentar a produção de leite deve-se fazer uma alimentação saudável e beber muitos líquidos, de preferência água, e dar de mamar ao bebé sempre que este quiser, pois é o estímulo da sucção do bebé que aumenta a produção de leite.
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