Férias grávida: quais as precauções? - Pumpkin.pt

Férias grávida: quais as precauções?

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As férias estão aí à porta? Está a planear viajar grávida? Boa! Será de certeza uma viagem inesquecível. Mas que cuidados ter?

Em primeiro lugar é fundamental que a grávida fale com o médico assistente sobre o assunto: o local das férias, o meio de transporte, a duração da estadia, o tempo de gravidez, se há ou não problemas associados à gravidez… todos estes fatores devem ser tidos em conta.

É importante fazer um check-up para garantir não há qualquer problema. Agende, se possível, e principalmente se viajar para um país tropical, uma consulta do viajante 2 a 3 semanas antes. Nessa consulta irá obter toda a informação sobre vacinas, profilaxias e cuidados gerais.

Depois de dado o aval do médico, é só a planear as férias e gozá-las ao máximo – com os cuidados que as grávidas devem ter.

O que deve ter em atenção para qualquer viagem?

  • Tenha sempre o seu Boletim de Grávida e os resultados de exames e análises que realizou desde que soube que estava à espera de bebé na sua mala;
  • Se estiver a tomar vitaminas ou qualquer tipo de medicação, não se esqueça de os colocar sempre na sua mala pessoal;
  • Tenha sempre por perto o contacto do seu médico assistente e garanta que a pessoa que está a viajar consigo também tem o número;
  • Se a viagem implicar caminhadas durante o dia, é importante parar frequentemente para descansar e comer. Quando se sentir muito cansada, faça uma pausa mais prolongada;
  • Viaje sempre com uma almofada: não só lhe permite dormir de forma mais confortável em qualquer lado como pode servir de apoio para aliviar a região lombar;
  • Se for viajar durante um período prolongado, pode ser importante encontrar um número de telefone de um médico local, caso seja necessário numa urgência.

Dicas da para as grávidas aproveitarem bem as férias

1. Manter os níveis de stress baixos

Toda a gente sabe que nas viagens, sejam elas longas ou curtas, há sempre muito stress associado às malas, chegada ao aeroporto, viagens de carro, etc. No entanto, há que ter calma e fazer tudo com tempo para que os níveis de cortisol não subam demasiado.

Um truque é antecipar e planear tudo:

  • Sair de casa com alguma antecedência, para não correr o risco de ficar preso no trânsito ou haver alguma complicação no caminho;
  • Reservar o que for possível antes da viagem: os lugares no avião (no caso de viajar de avião – temos mais dicas no ponto abaixo), refeições especiais (por exemplo, pode haver alguma restrição alimentar durante a gravidez), quartos de hotéis e pousadas (em vez de deixar para marcar à chegada e correr o risco de não haver vagas);
  • Não encher muito a mala, para que a grávida a consiga carregar. Idealmente usar malas com rodinhas e usar os carrinhos de transporte de malas sempre que possível;
  • Tentar manter o bom humor, mesmo com filas ou atrasos. Sim, as hormonas da gravidez podem ser complicadas e fazer com que tenhamos vontade de gritar ou chorar, mas o melhor é focar na chegada e no relax que as férias vão proporcionar.

2. Se viajar de avião

Este é talvez o meio de transporte que mais ansiedade causa nas grávidas, mas é um dos meios de transporte mais seguros. A maior parte das companhias aéreas permite que as mulheres grávidas com uma gravidez normal e sem complicações voem sem problemas até às 36 semanas de gravidez. Contudo, se for uma gravidez de gémeos, o limite máximo desce para as 32 semanas de gravidez.

Mas, ainda assim, a partir das 28 semanas de gravidez, as gestantes terão que se fazer acompanhar por um atestado médico a indicar o tempo de gestação e que comprove que se trata de uma gravidez sem quaisquer complicações. Há, no entanto, alguns conselhos que deve seguir:

  • Antes do voo

Convém estar com antecedência no aeroporto e garantir que o seu lugar no avião se encontra perto do corredor e das casas de banho para facilitar a sua deslocação.  Já para não falar que os (os do corredor são melhores, uma vez que a gestante terá que ir várias vezes à casa de banho e terá que se levantar para esticar as pernas se se tratar de uma viagem longa)

  • Durante o voo

 – Cinto: o cinto deve ser colocado abaixo do abdómen na região pélvica, de forma a não pressionar o útero;

– Alimentação: antes do voo, evite ingerir bebidas gaseificadas e leguminosas, pois agravam a distensão dos gases a nível dos intestinos, o que pode provocar incómodo durante a viagem;

– Hidratação: não se esqueça de beber ainda mais água para se manter hidratada enquanto viaja;

– Risco de trombose: em viagens superiores a três horas, deve levantar-se e exercitar as pernas sempre que possível. É importante ser avaliada pelo seu médico, porque se tiver fatores de risco trombótico, como varizes e excesso de peso, pode ser indicado a fazer um tratamento durante a viagem (profilaxia da trombose com um fármaco específico para o efeito).

Se viajar para fusos horários muito diferentes do local de origem tenha em atenção que os medicamentos para amenizar o incómodo do jet lag estão contraindicados durante a gravidez. Portanto, há que optar por outras vias. Ou seja, para minimizar o efeito jet lag é recomendável:

  • Alterar horário de sono cerca de dois dias antes (deitar-se mais cedo se viajar para leste ou mais tarde se viajar para oeste);
  • Procurar ter uma boa noite de sono antes do voo;
  • Ajustar o relógio ao horário do destino quando entrar no avião;
  • Após chegada ao destino seguir o ritmo local de refeições e sono;
  • Evitar a ingestão de bebidas com cafeína, como café e chá, ou sumo de laranja antes e durante a viagem.

Atenção…

  • As viagens aéreas internacionais para destinos longínquos e com risco epidemiológico devem ser evitadas, sobretudo se estiver no 2º ou no terceiro trimestre de gravidez;
  • As viagens são desaconselhadas se a grávida tiver anemia na gravidez, doença cardíaca ou doença respiratória crónica, epilepsia, imunossupressão, passado de doença tromboembólica, diabetes gestacional, doença renal, entre outras.

3. Manter uma alimentação adequada

Não é por estar fora de casa que a grávida deve abandonar os hábitos alimentares correctos. Por isso mesmo, é uma boa ideia levar na mala de mão barras de cereais, fruta ou triângulos de queijo, por exemplo, uma vez que a grávida não deve ficar muitas horas sem comer, correndo o risco de ficar enjoada e com tonturas.

Também a água é fundamental, sendo que a hidratação adequada permite que a grávida tolere bem a viagem e não desidrate – mais frequentes em viagens de avião.

Após chegar ao destino, deve-se fazer refeições de 2 em 2 ou de 3 em 3 horas, equilibradas e sem comer muito de cada vez (grandes refeições causam mais azia) e com os cuidados habituais (por exemplo, não consumir carne mal passada).

4. Manter a energia

Gravidez não é doença, e a grávida pode manter a sua rotina de exercício físico na gravidez durante as férias, desde que o médico não tenha desaconselhado a continuação do mesmo.

Além disso, podem fazer caminhadas, visitar museus e jantar fora, mas deve lembrar-se que vai ficar mais cansada que o habitual e que não terá o mesmo ritmo. Portanto, mexa-se e vá passear, mas com calma e guarde algumas horas para descansar, nem que seja ler um livro na praia ou no quarto ou mesmo fazer uma sesta.

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5. Ter cuidado com as pernas e pés

Os sapatos que utiliza confortáveis são fundamentais para que usufrua de conforto. Devem ser adequados para caminhar e um pouco largos para o caso dos pés incharem.

Se tiver que fazer uma viagem de carro, convém ir parando a cada hora e meia para esticar as pernas e andar um bocadinho, evitando assim o inchaço do pés, e as cãibras. Enquanto está sentada, faça movimentos com os pés para estimular a circulação sanguínea e evitar coágulos. Se tiver hipótese, eleve um pouco os pés (por exemplo, apoiá-los na mala de mão colocada no chão). Também pode utilizar as meias elásticas durante a viagem, caso o médico assistente o recomendar.

Outra opção é pedir, delicadamente, ao marido para fazer uma massagem nas suas pernas no final de cada dia, para ajudar a diminuir o edema.

6. Informar-se sobre as vacinas necessárias

O ideal é ter feito todas as vacinas 3 meses antes de engravidar. É boa ideia informar-se para perceber qual o risco de contrair determinadas doenças na(s) região/ões que vai conhecer.

No entanto, é de ressalvar que as grávidas devem evitar vacinas feitas a partir de organismos atenuados, como a febre amarela, sarampo, rubéola e outras, pela possibilidade de infetar a mãe e o bebé, e poder ter efeitos adversos. O ideal é recorrer à consulta do viajante e esclarecer caso a caso (esta consulta existe nos centros de saúde ou hospitais).

7. Escolher atividades seguras

Há muitas atividades físicas adequadas para as grávidas, como as caminhadas, natação ou yoga para grávidas. A grávida vai conhecendo o seu corpo e vai percebendo o que pode ou não fazer. No entanto, há coisas que deve evitar:

  • Saunas e banheiras de hidromassagem muito quentes, já que se pensa que temperaturas elevadas no início da gravidez podem ser prejudiciais para o feto, e numa fase mais tardia podem baixar muito a tensão e dar sensação de mal-estar e desmaio;
  • Parques de diversões com mudanças bruscas de direção e travagens abruptas, onde se incluem também escorregas aquáticos;
  • Mergulho e outros desportos que envolvam mudança de pressão;
  • Surf e equitação, porque têm risco de traumatismo abdominal. E quando a grávida estiver cansada, com calor ou desconfortável, é boa ideia diminuir o ritmo ou parar.

Veja o testemunho da Pinhoca, uma mãe que lhe dá outras dicas preciosas para viajar grávida.

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