Quem o diz não é um, mas dois estudos!
De acordo com um estudo, o facto dos casais de um círculo de amigos chegados anunciarem, quase em simultâneo, que estão à espera de bebé não é uma coincidência. A gravidez pode ser contagiosa, explicam os cientistas.
Gravidez contagiosa
“A gravidez de um amigo influencia positivamente o risco de um indivíduo se tornar pai ou mãe“, concluíram os autores de um estudo de 2014 publicado na revista American Sociological Association.
Para realizarem o estudo, os investigadores analisaram os dados de 1720 mulheres que participaram do Estudo Nacional Longitudinal de Saúde do Adolescente (ADD Health), nos EUA, entre meados de 1990 a meados da primeira década de 2000. Focando-se em entrevistas domiciliares com as participantes do sexo feminino que tinham, pelo menos, 15 anos de idade em 1995, os pesquisadores descobriram que cerca de metade das mulheres tinham já um filho em 2008 ou 2009.
Durante as entrevistas, as mulheres anotaram dez “laços de amizade”, o que permitiu aos investigadores ter uma noção, ainda que superficial, dos padrões de grupos de amigos à medida que as mulheres iam envelhecendo.
Concentrando-se especificamente em amigos da escola, os cientistas concluíram que há um forte elemento de “contágio” para a gravidez planeada, ainda que esta aconteça anos mais tarde.
“Descobrimos que esse efeito é de curto prazo e inverso em forma de U: o risco individual de engravidar começa a aumentar após a gravidez de um amigo, atingindo um pico cerca de dois anos depois, pico esse que diminui após os dois anos”, afirmam os investigadores.
Esta conclusão foi reforçada por um estudo de 2011, realizado na Alemanha, que revelou que os efeitos dos amigos são significativamente mais fortes sobre a fertilidade do que os efeitos dos irmãos. De acordo com esse mesmo estudo, o “risco” de uma mulher engravidar aumenta à medida que os amigos vão tendo filhos nos três anos anteriores.
Infuência da Fertilidade
Segundo os autores de um estudo de 2014, este fenómeno de “influência de fertilidade” surge devido a três fatores:
- Aprendizagem social: As mulheres podem ficar com mais vontade de embarcar na aventura da maternidade quando veem um amigo próximo a percorrer esse caminho com sucesso.
- Influência social: As mulheres podem não querer sentir-se “deixadas para trás”, especialmente se a maioria dos casais do seu grupo próximo de amigos tiver a experimentar a maternidade e paternidade.
- Partilha de custos: Se formos a racionalizar, é lógico que existeam alguns benefícios financeiros se dois amigos souberem que podem coordenar atividades e ajudar-se mutuamente no que toca ao cuidado das crianças.
Não é apenas o timming das gravidezes que influencia as pessoas dentro de ciclo de amigos, mas também o número de filhos que têm – existe uma correlação entre as amizades e as taxas de natalidade, avança o estudo de 2014 publicado no jornal
Curiosamente, tanto a investigação de 2011 como a de 2014 descobriram que o elemento de contágio não se estende aos irmãos. Isto porque, segundo os autores da última investigação, “nas sociedades individualizadas de hoje, os amigos podem ser iguais ou mais importantes do que irmãos e outros membros da família”, acrescentanto ainda que o facto dos amigos terem um efeito na sua reprodução pode ter a ver com a influência que os amigos têm em si e os irmãos não.
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