O blog positive mood aventurou-se numa viagem de autocaravana a 4 pelas aldeias históricas de Portugal e partilha a experiência com a Pumpkin.
Com “alguma” informação histórica, mas mais na intenção de passar uns dias em convívio permanente e próximo a 4, lá partimos à descoberta das aldeias históricas de Portugal, num carnaval que prometia muita chuva, mas que não nos fez desistir deste compromisso sério que temos com as nossas viagens…
Foram uns 4/5 dias repletos, que podem ser divididos no roteiro seguinte: Castelo Rodrigo e Almeida; Castelo Mendo e Belmonte; Sortelha e Penha Garcia; Monsanto e Idanha a Velha; Castelo Novo e Piódão. Espreitem o que andamos a visitar em cada uma destas preciosas aldeias…
Castelo Rodrigo Foi o primeiro de muitos castelos a desbravar. A Porta do Sol rapidamente nos convida a entrar por ruas tão pitorescas que nos sentimos num retroceder a tempos antigos, qual conto medieval em que entramos. Algumas brincadeiras e muitas fotografias, e até se dança no salão de baile do Palácio de Cristóvão de Moura ao anoitecer.
Seguiu-se Almeida, com sua muralha e jardins em estrela, onde as miúdas adoraram visitar o picadeiro. O vento era gelado, e foi a desculpa certa para a pausa para um chá na Pousada, com poderes de aconchego e aquecimento. Chá esse que nos deu também a coragem para subir a muralha e apreciar esta tão original moldura desta aldeia-quadro.
Abre-se o sol que nos aquece numa caminhada pelas casas brasonadas, na subida aos telhados (!), na passagem por túneis que não são mais que as Portas Duplas de São Francisco da Cruz, no cumprimentar do soldadinho estátua. Almeida está vista e aprovada também! E siga para Castelo Mendo!
Autocaravana acabada de estacionar na Porta da Vila (sim, as aldeias históricas têm quase todas porta) e já nos tentam vender ovos. A mensagem passa tão rápido na pequena aldeia, que somos abordados e convidados a entrar na casa da D. Teresa, com bolinhos a sair do forno e requeijão caseiro. O pão, como ainda demorava uma horita a sair quentinho, seria entregue em casa (na autocaravana, portanto!). Meu dito, meu feito! Uma volta dada, sempre a subir calçada medieval acima para alcançar as melhores vistas. Pelourinho, Casa Manuelina, Porta do Castelinho. Procurar flores simplesmente porque a nossa F. quer. Registos fotográficos feitos e volta abaixo para a nossa caracoleta para almoçar. É aí que entra em cena a D. Teresa com o pão quentinho, assim como dois pães com chouriço, um extra acabado de sair do forno. A D. Teresa ganhou o dia e nós também! Obrigada!
De barriga cheia seguimos para a próxima paragem: Belmonte. Aqui corremos a subir ao castelo. Percorremos cada canto da muralha deste e subimos à torre, espreitando em cada ameia. Vimos Belmonte de cima, muito bem empoleirados. E logo descemos para no parque infantil brincar. Porque nem só de programas de adultos se trata esta viagem. A adaptação tem que ser feita para que se sintam felizes. Só assim pode ser!
Sortelha surpreende-nos logo na chegada, ao contornarmos toda a muralha, escolhendo o melhor sítio para estacionar a Maria. Entrados pela parte superior, deixamo-nos encantar pelos seus telhados, por um olhar de fim de tarde visto dos céus, onde as casinhas se encaixam meticulosamente, abrindo brechas a ruelas desenhadas a dedo, por um qualquer artista a quem batemos palmas de pé!
Ao amanhecer percorremos as suas ruas, fotografando cada casa, janela, ou porta que nos seduz (muitas, muitas). Tudo pequeno, tudo com detalhe, tudo com muito amor.
E mais um pelourinho, um castelo e um artista. O Sr. Carlos, carpinteiro e artista na arte das madeiras, com quem brindamos (com o seu licor de laranja caseiro) ao negócio acabado de assinar com um aperto de mãos. Sortelha é uma das mais belas e antigas vilas portuguesas. Concordamos e assinamos por baixo!
As miúdas dormiam um sono maravilhoso ao chegar a Penha Garcia (não sendo considerada uma das aldeias históricas de Portugal, está aqui pois vale a pena visitar!). E como as belas adormecidas continuavam belas e também adormecidas, a mãe voluntaria-se a subir ao topo da aldeia, para avaliar a coisa e trazer notícias à família.
Mãe sobe ruas e ruelas, íngremes e sinuosas, até chegar ao castelo. Qual não é o seu fascínio quando os seus olhos piscam ao olhar para baixo: um parque icnológico fantástico. E piscinas naturais, uma barragem, casinhas pequenas e pessoas minúsculas que por lá serpenteiam. Uma vista única. Diferente de tudo que tínhamos visto anteriormente. Como lá chegar com duas pequenas?
De viatura (casa) lá chegamos perto (via lar de idosos, como nos indicaram), percorrendo um pequeno caminho a pé, sem dificuldade. Piscinas naturais e uns caminhos que deixaram as pequenas (mais a maior, a grande aventureira) felizes por escalarem e serem muito radicais. Batemos à porta das casinhas, sentamos nos banquinhos a descansar e aproveitamos ao máximo este passeio fantástico por este lugar único que remonta a 480 milhões de anos, quando a região era banhada pelo oceano.
São visíveis vestígios de seres marinhos de há muitos, muitos milhões de anos… O pai e a mana ainda foram à barragem enquanto nós voltamos a casa, felizes. Lugar único este. Recomendadíssimo!
De visão e corações cheios com tudo o que esta viagem nos tem dado, seguimos para a aldeia histórica de Monsanto. Além de aldeia histórica, esta foi também considerada a Aldeia Mais Portuguesa de Portugal!
Algum desconhecimento foi benvindo também afinal. As elevadas expetativas sobre a aldeia não foram defraudadas. A subida revela-se única e autêntica a cada esquina. A cada penedo. E à sua relação com a construção. Mas o percurso é demasiado extenso e um pouco exigente para as crianças.
Sem saber, lá fomos subindo e entre queixas e algumas promessas dos pais, as justificadas “chantagens” ou “prémios” como prefiro chamar, e… objetivo final alcançado por todos! E as marafonas em miniatura tiveram que vir! Ok, confesso! Mais um geladinho ao descer, para recuperar a energia gasta! Porque elas mereceram! Palmas a elas! E a Monsanto!
Chegados a Idanha a Velha, parámos a Maria, perto de um dos ex libris da aldeia: a Ponte Romana. Entramos numa aldeia ainda adormecida, com pouco movimento e um vento gelado cortante. Um café para acordar a alma e seguimos rumo ao desconhecido que queremos conhecer. Pelourinho, rua acima, rua abaixo, algumas ruínas, a casa da família Marrocos abandonada (e um potencial enorme de espaço a recuperar). Ainda a Porta Norte e alguns (sempre muitos, nunca demasiados) registos fotográficos feitos, como não podia deixar de ser…
Rumamos a Castelo Novo. Chuvisca. Estacionamos no Largo do Município, junto ao pelourinho. Almoçamos nos nossos 18m2 abrigados, na esperança que a chuva se vá com o vento. Mas não. Guarda chuvas em punho e lá vamos nós. Miúdas felizes com pouco: não dizem mal da chuva; alegram-se por abrir suas preciosidades do “Frozen” ou da Minnie, num estilo transparente cool, menos bebé, diria a mais velha….
Castelo Novo acima, rumo ao castelo, obviamente. “Outro castelo! Nós gostamos de castelos”, dizem elas! Uma intervenção dos dias de hoje em perfeita harmonia com o antigo castelo, foi o que encontramos. E gostamos!
As condições meteorológicas pioram a olhos vistos e temos a maior viagem entre aldeias para fazer: de Castelo Novo a Piódão. Siga que para a frente é o caminho! Não vou dizer que foi fácil. Não foi. Resumindo: muita chuva, muitíssimo vento, e muita reza minha para não virem carros de frente a cada curva. Muita concentração, alguma tensão, e muitas apitadelas ao entrar nas curvas. Chegámos a Piódão, terra que tanto teimou em não aparecer!
O deslumbre pela sua arquitetura é imediato, qual presépio na abrupta escarpa montado. Estacionados na praça central, recuperamos energias à lareira, com iguarias locais, na esperança que São Pedro alterasse este seu temperamento “em bica”. Mas nada. Uma pequena passeata por estas inóspitas ruelas não podia faltar mas o vento era tal, que se tornava uma luta segurar o guarda chuva nas mãos e os pés no chão.
Pela manhã o tempo não melhora. Parece que os céus se zangaram connosco. Não há forças para combater a força desta revoltada natureza. Voltaríamos a casa. Com calma. É a decisão final.
Mas deixo-vos com a ideia de que é uma aldeia única. Negra do xisto. Com o branco contrastante da igreja. Meticulosamente, encaixa as suas casas nas sinuosas e estreitas ruelas. Pontada a azul. Harmoniosa. Sublime. Ao sair do Piódão, na estrada, olho esta aldeia à direita e registo uma última imagem. Até um dia! Voltarei para te ver! Num lindo dia de sol!
Olá, gostaria de saber mais sobre Piódão, nomeadamente ir até lá de autocaravana e pernoitar por lá? Como são os acessos? É possível ou muito perigoso? E deixam nos lá ficar ou nem por isso? Poderia por favor dar me estás indicações? Pode enviar para [email protected].
Obrigada
Olá, Ana.
Recomendamos que se informe junto das Aldeias Históricas de Portugal ou do site Eurostops.
Beijinhos abobrinhas 🙂