A viagem, o alojamento, o equipamento e as aulas: tudo o que precisa de saber para se divertirem em família!
Margarete Couto é uma leitora da Pumpkin que se lançou à aventura e foi, em família, fazer ski para a Sierra Nevada. Contou-nos a sua experiência e deu algumas dicas que partilhamos com todas as famílias, por serem muito úteis e interessantes! Obrigada, Margarete!
Ir fazer ski era um projeto há muito adiado. Sempre por boas razões. Porque o mais velho ainda era pequeno, agora com 12 anos, depois veio o mais novo, com 4 anos. Era caro ou era longe. Desta vez fizemos algumas pesquisas e depois de alguns passeios mais desportivos, lá nos aventurámos.
Fizemos muitas perguntas nas agências. A que nos respondeu com mais acertividade e disponibilidade, acabou por ser a Sporski. Que, diligentemente, suspendeu a nossa reserva até garantir que houvesse neve. Assim, com a certeza que não nos podíamos escapar a tentar mais um desporto de inverno, metemonos a caminho na primeira semana de férias escolares de Natal.
A viagem
Fomos de carro de Lisboa, 730 km. Saímos cedo. Prevemos algumas paragens mais ou menos culturais para entreter (não as fizemos, para aproveitar os dorminhocos).
A meio da tarde chegamos a Monachil. Os últimos 30km fazem-se de curvas e contra-curvas, por isso é melhor chegar cedo para aproveitar as vistas e fazer tudo em segurança.
Monachil é a “vilazita” que serve de base a dezenas de escolas de esqui e outros tantos hotéis e pensões. Toda a vila é de sentido único e o centro visita-se em 15 minutos.
Em cinco noites de estadia e quatro dias de atividades tirámos algumas conclusões e dicas.
O alojamento
Todos os hotéis têm parque pago (entre 10 e 18euros/dia), seguindo o conselho da agência, não reservámos com antecedência, pois há sempre lugares gratuitos a alguma distância ou pode escolher entrar e pagar no local (o preço não muda).
Como a vila é pequena, tudo parece próximo no mapa, porém tem tudo inclinações elevadas. Por isso, 300 metros são uma tarefa hercúlea a andar sobre gelo com o pequeno. Existem muitos hotéis bem em cima do teleférico que permitem evitar dramas e aos mesmos preços.
O nosso hotel não tinha piscina ou ginásio, ficando mais em conta. Porém, como fica muito frio e escuro muito cedo (por volta das 17h00), os jogos que tínhamos levado esgotaram-se rapidamente.
Escolher meia-pensão foi ideal, porque às 20h00 já não há forças para enfrentar os -4cº e as rampas das ruas.
O equipamento
Reservámos e pagámos o material no pacote. Nas pesquisas não é claro o que o equipamento inclui e, para os novatos, como nós, o que é mesmo preciso. Inclui sempre ski e batons, mas nem sempre as botas, que são essenciais.
Para os pequenos optámos por comprar os capacetes. E para todos, os casacos, calças, luvas, meias, umas camisolas térmicas e óculos (não usei os meus por ter óculos de sol graduados). Aproveitando uma promoçãozita para os quatro gastámos ao todo pouco mais de 350 euros.
A compra da roupa (da mais baratinha) ficou ao mesmo preço que alugar a roupa por um dia no local. Para o mais novo optámos por um fato completo, mantém-no mais quentinho, mas torna as idas à casa de banho um desafio. No futuro, a roupa dos mais novos será de certeza para emprestar/dar a quem precisar. Os nossos casacos e meias vão ficar a uso para os dias mais frios.
Apesar de ter levado muita roupa quente, as roupas de ski devem ser leves, práticas e aquecem rapidamente, voltámos com as camisolas grossas por usar.
Verificámos que podíamos ter recuperado o material de ski no dia anterior à noite, para evitar esperas e garantir que tinham o nosso número. Como não estávamos em época alta ter ido no próprio dia não foi problemático. Descobrimos rapidamente que o material é muito pesado e pouco prático de transportar.
Ter o hotel mais perto teria ajudado nas nossas andanças pois subir com as botas nos pés, batons e skis e dar a mão, para entrar e sair do teleférico, é um desafio. Valeu-nos a logística familiar. Acabámos por levar as botas do mais novo na mochila e trocar só no topo, facilitando subir e descer escadas, e evitar birras por serem pesadas e muito quentes.
Outra opção seria deixar o material na consigna no topo, limitando o transporte do material a uma subida e uma descida, no último dia. Os preços e condições variam entre 5 a 7 euros por dia/pessoa, e para quatro pessoas, ou mais, pode ficar caro.
O forfait (o pass obrigatório que permite descer e subir nos teleféricos e nas cadeiras) pode ser adquirido no local, o preço é o mesmo, porém adquirir os quatro dias fica mais em conta. Ronda os 30euros/dia/pessoa (mais em conta para crianças e juniores). Os nossos faziam parte do pacote.
Corre-se o risco de, se não se poder esquiar ou não se gostar ou, com os pequenos, ficarem doentes, não haver lugar a reembolso.
Mesmo adquirido com antecedência, deve levar-se o voucher e fazer a fila para receber os cartões individuais a colocar no bolso estranho da manga dos casacos, para passar em todos os torniquetes de subida.
As Aulas
Algumas agências propõem adquirir aulas com antecedência. A oferta é tão vasta no local que terá dificuldade em escolher, podendo ter um preço reduzido se for em grupo ou se pedir mais do que uma hora.
Nós optamos pela escola associada à loja de equipamento. Para os três pagámos uma hora/56 euros. Foi o suficiente para, no terceiro dia, nos aventurarmos nas pistas “fáceis” maiores e deslizarmos pelo monte fora a alta velocidade (existe uma aplicação da Sierra Nevada gratuita que permite registar os percursos, velocidade e inclinações).
Para o pequeno experimentámos o ATL do sítio, na zona dos principiantes (que nos permitia ir dando uma olhadela), 45 euros/manhã, que inclui mais ou menos duas horas de aulas em ambiente fechado e duas horas de jogos.
Ao longo da semana vimos muitas escolas com crianças bem pequenas, inseridas em grupos (+-10 crianças) a partir dos 4/5 anos por um dia ou mais, com refeição (60euros/dia).
Alguns professores são animadores ou educadores com imenso jeito e cuidado. Maioritariamente espanhóis dão um trejeito num “portunhol” ou num inglês saudável. Algumas escolas têm indicação de aulas adaptadas a crianças com NEE, que devem ser reservadas com antecedência.
Todos os dias de aulas pode ser muito cansativo para os pequenos, mas permite que os adultos aproveitem as pistas. O nosso não quis repetir ATL ou aulas. Salvou-nos a possibilidade de andar com ele bem devagarinho até ganharmos o jeito, fazer bonecos de neve, rebolar e escavar para encontrar “tesouros”.
Também os restaurantes aquecidos, com um preço aceitável (entre 6,50 sandes e 18,50 euros menu completo), vão tendo atividades e jogos, assim como vistas sobre as pistas e Grenada encantadoras, para os entreter umas horas.
Visitas
Já tínhamos visitado Grenada noutra ocasião, mas existe a possibilidade de ir visitar a cidade museu a pouco mais de 30km. A atração principal é o palácio Alhambra. A entrada para o palácio deve ser adquirida com antecedência para evitar longas filas, as entradas são feitas à hora marcada e quando se tem pouco tempo perder duas ou mais horas em filas ou à espera de vez é difícil.
A visita pode levar até três horas, o acesso com carrinhos de bebe é difícil. O centro histórico é medieval com uma catedral maravilhosa bem no centro.
A meio caminho entre Monachil e Grenada existe um jardim botânico com as espécies locais. Não se encontra aberto todo o ano, podem tentar a vossa sorte.
Será certamente uma experiência a repetir, talvez por terras lusas. Continuamos a seguir as vossas sugestões. Até breve!
Se tiverem alguma experiência de viagem inesquecível em família e quiserem dar dicas a outras famílias, partilhem tudo connosco. Afinal, #somostodosabóboras! 🙂
Dá muito jeito ouvir a opinião de alguém que passou pela experiência que procuro para fazer em família. Obrigado pela sua atenção e dicas apresentadas.
Bom dia, Leonel.
Agradecemos o comentário, esperamos que se divirtam muito!
Saudações abobrinhas 🙂