A primeira regra da educação e da parentalidade positiva diz que Pais Felizes = Crianças Felizes.
Porque uma relação não se alimenta só de ar e de vento, o desgaste que os miúdos provocam pode bem dar cabo de um casal (não são os miúdos em si que dão cabo e sim a exigência dos cuidados e das atenções que lhes damos). E, por isso mesmo, uma das coisas mais importantes que podemos fazer é trabalhar a relação com @ noss@ parceir@. Isso inclui sair a dois, para jantar, e também ir de fim-de-semana. Ou, se o budget não permitir, ir de fim-de-semana dentro de casa e deixar os miúdos na casa de um familiar ou amigo. No entanto, muitos pais não sabem bem como fazer, na primeira vez, no que toca à forma como vão explicar aos filhos que vão de férias… sem eles!
O receio, a angústia e até o sentimento de culpa podem ser tão grandes que alguns deixam para a véspera comunicarem aos filhos o que vai acontecer. E se nuns casos pode correr mais ou menos bem, noutros casos pode correr francamente mal. Então, quanto melhor preparar os seus filhos, mais hipóteses tem de que a coisa corra bem.
Como?
Dizendo a verdade, sem medos ou rodeios: A mãe e o pai vão de férias e tu vais ficar com a avó/tia/prima/amiga.
Não perguntando: ‘Tu queres ficar com a tia?’: Se já decidiu que ele vai ficar com aquela pessoa, está decidido. Diga-o. É um facto. É essa certeza que lhe dá segurança. ‘Mas eu não quero!!! Buahhhhhh’. Seja empátic@. Diga-lhe que sabe o quanto ele gosta de estar em família mas que o pai e a mãe decidiram que vão passar uns dias juntos e que ele ficará com a avó.
Não (o) deixe para último: Se ele souber que vai viajar de véspera (e que teve muito tempo para o avisar – tipo 1 mês!) então é normal que o seu filho fique ansioso. Porque, simplesmente, saltou uma série de etapas que lhe iam transmitir segurança. Como o quê? Como preparar o saco com ele, como levar a roupa para casa da pessoa com quem ele vai ficar, como ler, à noite, um daqueles livros que exemplificam o que ele vai viver (O Rato Renato fica em casa dos avós, por exemplo). E esta repetição, e esta segurança e confirmação do facto, é que o deixam menos angustiado.
Desenhe com ele um calendário: E nesse calendário use desenhos (se ele ainda não souber ler) ou texto. Ele bem que pode conhecer os dias da semana mas é o calendário (objecto) que vai fazer a ligação a si e ao facto de regressar. Os miúdos têm uma noção do tempo muito diferente de nós. E então, quando ele quiser saber quanto tempo falta para o seu regresso, pode sempre dizer à sua mãe para o remeter para esse desenho e perguntar: Então, a mamã disse que vinha em que dia? No dia azul, não foi? E hoje é o dia verde. Quantos dias faltam então para o dia azul? Ele, sozinho, confirma tudo isso. Ninguém lhe disse – ele é que encontra as respostas e isso assegura-o também.
Respeite-o, acima de tudo: Quando prepara os seus filhos para estas coisas está a respeitá-lo – porque quer queira quer não, eles também percebem as coisas. E nada de esconder que vais viajar! O seu filho tem medo de ficar sozinho, sem si? Só de pensar na ideia tem pesadelos? Então razão de sobra para o preparar ainda melhor e provar que não há motivo nenhum para ele ter medo. Sabe, é que só dizer ‘a mamã gosta de ti e a mamã não vai fugir’ não é o que lhe traz segurança. A segurança que ele precisa é dada pela verdade das suas palavras e pela coerência dos seus actos.
Que tenha uma boa viagem e/ou um bom fim-de-semana!
Este texto foi gentilmente cedido por Magda Gomes Dias, do Mum’s The Boss.
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