A autora do blog Viajar em Família tem muita experiência em viagens com os seus filhos e partilha com a Pumpkin a sua experiência e as melhores dicas para viajar com as crianças em segurança.
Já viajo com os meus dois filhos desde que eles tinham apenas alguns meses. Nessa altura, a minha inexperiência em viajar com crianças levou-me a procurar agências com programas estruturados a pensar nas famílias.
Mas com o tempo (e vários erros depois), fui ficando mais tranquila e segura ao sair com os miúdos, entretanto também a internet veio dar uma grande ajuda no acesso à informação e o conceito low cost espalhou-se por companhias de aviação e hotéis
Ou seja, actualmente, na grande maioria das vezes sou eu que pesquiso, reservo e organizo as nossas férias. Gosto da liberdade e da diversidade que isso me dá. Gosto de personalizar as nossas escolhas e sair dos padrões das viagens para famílias para também conseguir ter novas experiências em alojamentos, meios de transporte ou destinos.
E até me lembrei de algumas perguntas que nos fazem a propósito das nossas viagens: “”Nunca têm medo”,” Vão sozinhos para o Brasil?”, “Não têm ninguém à vossa espera quando aterram?”, “Alugam um carro e andam por ali sem destino?”.
Quem nos conhece sabe que a grande maioria das vezes, viajamos de uma forma muito independente, fazemos os percursos, marcamos os hotéis, escolhemos os restaurantes, embarcamos em aviões, comboios, barcos, autocarros e táxis sempre sem acompanhamento de agências. Ou seja, para muitos, estamos mais vulneráveis a roubos e assaltos. A verdade é que já viajamos há muitos anos e nunca tivemos qualquer experiência negativa em relação a isso (o mais parecido foi uma multa de estacionamento em Amesterdão!).
Acho que pode ser uma questão de bom senso. Mas às vezes também sei que as famílias adiam uma viagem ou um destino em particular, por receio do desconhecido, por falta de companhia ou até pela reputação negativa do país.
Pois eu continuo a achar que os assaltos são como as birras ou os acidentes, tanto podem acontecer em casa como em qualquer outro lugar do mundo. Claro que é preciso estar atento e tomar as devidas precauções, especialmente nos países que em teoria são mais perigosos, mas penso que o esforço compensa largamente.
Somos, por definição, uma família muito prática e em viagem fazemos questão de levar isso ao extremo, abolimos os acessórios e levamos apenas roupa informal.
A minha máquina fotográfica é normalmente o objecto que se leva de maior valor e quando não estou completamente tranquila em levá-la comigo para a rua, fica no quarto.
Também é preciso clarificar que acredito que a grande maioria das pessoas com quem nos cruzamos em viagem é gente boa. De qualquer forma, não custa nada ter alguns cuidados e prestar atenção a pequenos detalhes, por isso seja na Europa ou na América Latina, não descuro várias rotinas que fui aprendendo.
Em conclusão, não esquecendo que quando estamos num país diferente do nosso devemos respeitar a cultura local e deixando de fora todos aqueles acontecimentos que surgem e que não conseguimos de todo controlar (guerras, ataques, desastres naturais), aqui ficam algumas regras básicas que, mesmo não sendo garantia de sairmos ilesos de alguma situação mais desagradável, podem em alguns casos fazer a diferença e deixar-nos mais seguros:
-
Não chegar ao destino de noite, ter isso em atenção quando se escolhe horários de voos, comboios ou autocarros
-
Saber qual é o número nacional de emergência de cada novo destino a que se chega (não é sempre o 112)
-
Perguntar quais são as ruas/áreas mais problemáticas de cada cidade e evita-las
-
Escolher alojamentos em áreas movimentadas, e se for no centro de uma cidade que seja perto de um ponto de táxi, estação de metro ou autocarro
-
Antes de sair do alojamento, perguntar até que horas é seguro voltar e qual a melhor forma de o fazer
-
Colocar documentos, telemóveis, computadores e outros objectos de valor na bagagem de mão (avião) ou numa pequena mochila (comboio ou autocarro)
-
Dividir o dinheiro e os cartões bancários por diferentes bolsos e malas
-
Levantar ou trocar dinheiro apenas em locais oficiais e movimentados (bancos, aeroportos, estações de transportes públicos)
-
Usar uma pequena carteira com pouco dinheiro e um cartão desactualizado no local mais visível /acessível, será a primeira a ser levada
-
Colocar cadeado nas malas de viagem, mesmo quando ficam nos alojamentos
-
Não ter “ar de turista”, porque em certas áreas andar de mapa e máquina fotográfica na mão é como dizer “não sou de cá”
-
Ser discreto na forma de falar e de se apresentar (roupa de marca, relógios, óculos escuros, telemóveis, fios, anéis, pulseiras)
-
Não levar objectos que não se querem mesmo perder, se é para estar constantemente preocupado é preferível escolher outra coisa
-
Ter sempre os contactos do alojamento em que se está hospedado durante as saídas, para se conseguir voltar para lá
-
Deixar os passaportes no quarto e levar cópias para a rua
-
Ter os passaportes digitalizados no próprio email, para aceder em caso de extravio dos originais
-
Andar sempre acompanhado, concordo que a família não tem de estar sempre toda junta mas tentem não deixar ninguém sozinho
-
Ter uma pulseira com o contacto dos pais e escrever lá a morada do hotel – preocupa-me se elas estiverem num país em que não falem a língua
Este artigo foi útil para si?