Saibam como ajudar as crianças a brincar na água em segurança, com estas recomendações da APSI para prevenir afogamentos!
O afogamento na criança, ou acidente por submersão, é um acontecimento trágico, rápido e silencioso, que pode ocorrer em muito pouca água. Nos últimos 17 anos ocorreram 254 afogamentos com desfecho fatal em crianças e jovens.
Para além das mortes por afogamento verificadas, existe ainda a registar 593 internamentos na sequência de um afogamento, o que significa que, por cada criança que morre, aproximadamente 2 são internadas (total dos 17 anos).
Estes casos acontecem em ambientes familiares como a banheira, tanque de roupa ou rega, poço, fossa, piscina, lago de jardim, rio, praia ou mesmo baldes e alguidares.
O maior número de mortes por afogamento ocorre na faixa etária dos 15 aos 19 anos e o maior número de internamentos na faixa etária dos 0 aos 4 anos (considerando os últimos 8 anos).
É inaceitável que, face a este panorama, que não é novo, verão após verão, o Estado nada faça. A APSI já perdeu a conta à quantidade de vezes que apelou ao Governo, e até aos líderes parlamentares com assento na Assembleia da República, para que atuasse! Para que não deixasse que o cenário se continuasse a repetir.
Rigorosamente nada foi feito e as mortes por afogamento em crianças continuam a somar-se, porque:

1. É urgente criar um enquadramento legal para todo o tipo de piscinas – uso doméstico familiar, condomínios, empreendimentos turísticos, alojamento local, piscinas públicas e privadas para a prática da natação e atividades na água.
Esta deve incluir requisitos de segurança para a construção, instalação, gestão, operação e manutenção das piscinas, nomeadamente, sobre os meios de socorro e salvamento necessários. Há várias normas de segurança europeias que podem ser referenciadas. Não é preciso inventar nada!
2. É necessário tornar obrigatória a proteção das piscinas inseridas em casas privadas, condomínios, aldeamentos turísticos, unidades de turismo rural e alojamento local, através de uma barreira vertical.
Esta é a estratégia mais eficaz, de acordo com a Organização Mundial de Saúde, na redução do afogamento de crianças. Existe uma Norma Portuguesa, de aplicação voluntária, NP 4500-2012, que define os requisitos para vedações e proteção dos acessos de piscinas e outros planos de água que deve ser usada como referência. Mais uma vez: Não é preciso inventar nada!
3. Há que rever a legislação aplicável ao resguardo e cobertura de poços, atualizando os requisitos de segurança para estas proteções, aumentando a abrangência das obrigações a tanques de água e fossas e criando critérios para a sua manutenção e fiscalização.
4. É preciso integrar no currículo escolar o desenvolvimento de competências aquáticas, a aprendizagem da natação e a formação em primeiros socorros e suporte básico de vida.
Para além disso, o Estado deve definir e implementar uma Estratégia Nacional para a Prevenção dos Afogamentos, e as Câmaras Municipais, Planos Concelhios, adaptados às realidades locais.
Esta definição, a nível nacional e local, deve envolver vários setores (saúde, educação, desporto, turismo, defesa do consumidor, socorro e salvamento). A proteção relativamente a este grave problema de saúde pública, é um direito das crianças e das famílias cuja solução não pode continuar a ser adiada.
Por isso, é muito importante estarmos atentos e prevenir. Como? Estes 10 conselhos da APSI vão ajudar-vos a evitar os afogamentos e a viver o verão de forma segura e feliz!
10 conselhos rápidos para evitar os afogamentos de crianças:
1. Perto da água, não percam as crianças de vista nem por um segundo.
2. Dificultem o acesso das crianças aos locais com água: vedam ou cubram piscinas, lagos, tanques, poços e fossas.
3. Nunca deixem uma criança de 3 ou 4 anos sozinha na banheira durante o banho.
4. Despejem toda a água de baldes, alguidares e banheiras logo após a utilização.
5. Coloquem sempre às crianças braçadeiras em águas paradas, transparentes e pouco profundas ou um colete salva-vidas em águas agitadas, turvas ou profundas. Saibam mais sobre auxiliares de flutuação.
6. Escolham praias e piscinas vigiadas e cumpram a sinalização.
7. Ensinem as crianças a nadar, mas mantenham a vigilância.
8. Ensinem as crianças a nunca irem nadar sozinhas e não mergulhar de cabeça sem conhecer bem a profundidade da água.
9. Aprendam a fazer reanimação cardio-respiratória, esse gesto pode salvar uma vida. Façam um curso de Primeiros Socorros!
10. Em Férias, redobrem a vigilância. O primeiro dia e o final da tarde são os momentos em que acontecem mais afogamentos.
Consultem em detalhe a brochura Brincar na Água em Segurança da APSI.

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