Papás, lembram-se da última vez que estiveram adoentados? Não era só o corpo que refilava, com dor e mal-estar, verdade?
Também as emoções se degradaram: um humor mais negro, uma impaciência grande, um não estar bem em lado algum. Numa criança tudo isto piora, porque ainda não tem a autonomia nem a capacidade de auto-regulação de um adulto.
E muito desse mal-estar emocional é traduzido num comportamento birrento. De uma forma geral, com uma abóbrinha doente é preciso aumentar a dose da paciência e tolerância, mas demonstrando que se trata de uma situação excepcional.
Mas, mesmo com esta dose extra de reforço, isso não significa que tudo lhes seja permitido, por isso, é importante que os pais e restantes elementos da família conheçam algumas das sugestões práticas que a equipa da Oficina de Psicologia vos deixa para lidarem com estes comportamentos, assegurando a tranquilidade possível de todos.
O que fazer?
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Como sempre, a prevenção é o melhor remédio e compreender e prever que a frustração da abóbrinha será maior nestes dias é o primeiro passo para combater as birras.
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Se perceber que aquilo que está na base da birra é insegurança e carência devido ao facto de estar doentinho, responda com carinho e disponibilize mais tempo para a abóbrinha neste dia difícil.
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Dê-lhe atenção quando se porta bem e faz aquilo que sabe ser suposto fazer, elogiando a criança.
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Desvie-se dos conflitos, por exemplo, distraindo-a e, se possível, evite situações onde é costume fazer birra.
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Relembre as regras e limites estabelecidos com um tom de voz calmo e firme, para que o seu filhote perceba que apesar dos pais estarem mais apreensivos, não vale a pena tentar testá-los ou manipulá-los.
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Não altere as rotinas do dia para que a criança não seja apanhada de surpresa, o que aumenta a possibilidade de recusar o que lhe é pedido.
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Caso a birra se instale, ignorar será a melhor solução, em situações pouco graves. Lembre-se: está doentinho, por isso, este não é o momento para grandes estratégias educativas.
Querida abóbrinha, conheces a Dona Impaciência?
A Dona Impaciência, quando está doente, cresce, cresce, até ficar do tamanho de um gigante. Até a voz da Dona Impaciência se transforma num vozeirão grosso! Ora isto não é nada bom, porque a incomoda muito. Imagina se ficasses, de repente, do tamanho de um gigante!
Nem a roupa te servia! E os teus amigos ficavam todos lá em baixo, muito pequeninos, e não ias conseguir sequer brincar com eles.
Por isso, a Dona Impaciência, que é muito esperta, quando está doente, tem um truque para não crescer mais do que seria bom.
Queres tentar o truque dela? Então, vamos lá.
Deita-te de barriga para cima e fecha os olhos um bocadinho. Podes colocar o teu bonequinho/peluche preferido sobre a tua barriga. Agora, inspira, como se estivesses a cheirar uma bonita flor.
Preenche o teu corpo com sensações agradáveis. A Dona Impaciência vai gostar porque ela gosta muito de flores. Expira devagarinho.
Deita o ar fora, sem pressa, como se tivesses a apagar um bolo de anos cheio de velas. A barriga mexeu? O teu bonequinho subiu enquanto inspiravas e desceu quando expiravas?
É isso mesmo.
Faz novamente. Inspira e sente a barriga a encher. Expira e sente a barriga a ficar muito magrinha. Repete várias vezes, sem pressas. Enquanto deitas o ar fora, imagina a Dona Impaciência a ficar cada vez mais pequenina.
Enquanto expiras imagina a Dona Impaciência a ficar cada vez mais bem disposta. Já não parece um gigante irritado, pois não?. Parece um formiguinha simpática e alegre! Como te sentes agora?
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