Lagarta do Pinheiro: prevenir é melhor do que remediar! - Pumpkin.pt

Lagarta do Pinheiro: prevenir é melhor do que remediar!

lagarta do pinheiro

As “lagartas do pinheiro” têm efeitos nocivos nos humanos, causando-lhes sinais e sintomas de reacção alérgica.

A processionária, mais conhecida como lagarta do pinheiro, é o principal insecto desfolhador dos pinheiros e cedros em Portugal. O seu nome advém do facto de que estas lagartas organizam longas procissões, nas quais, em grupos, se dirigem das árvores para o solo, onde irão crisalidar.

Nos últimos anos têm-se observado ataques de elevada intensidade desta praga, facto que se atribui principalmente às condições climáticas verificadas.

Em ambiente urbano, este insecto impõe uma vigilância constante e combate urgente e atempado, sobretudo em caso de ataques severos e sucessivos, dadas as consequências negativas que trazem à saúde pública.

Dependendo de vários fatores, é geralmente entre janeiro e abril que as lagartas descem dos pinheiros e libertam milhares de pêlos urticantes que se espalham pelo ar, podendo causar graves reacções alérgicas no Homem e animais. Em casos extremos, pode provocar a morte.

Há pouco tempo, sofremos aqui na Pumpkin com uma alergia severa provocada por estes bichinhos, e aprendemos que não é sequer necessário neles tocar para sermos afetados: basta respirar um ar afetado pela libertação dos tais pelinhos urticantes.

Por isso, é importante, nesta altura do ano, tentar evitar zonas com pinheiros, como parques infantis – ou, pelo menos, fazer uma vistoria prévia antes de escolher onde passar uma tarde divertida em família.

Elaboradas pelo Centro Regional de Saúde Pública do Norte, com a colaboração da Enga. Maria de Lurdes Inácio (Estação Florestal Nacional), partilhamos as dicas de prevenção e acção de forma a evitar que esta praga se espalhe nas vossas escolas ou perto das vossas casas. 

Prevenir é melhor do que remediar

Se suspeitam de que, na vossa escola ou perto da vossa casa, existem surtos de lagarta do pinheiro, poderão realizar as seguintes medidas preventivas.

Tratamento químico (em meados de Setembro e em Outubro)

  • Insecticida microbiológico à base de Bacillus thuringiensis, com grande interesse de aplicação: provoca a infecção das lagartas que morrem devido à acção de toxinas bacterianas insecticidas (ou)
  • Diflubenzurão – insecticida inibidor do crescimento, por impedir a síntese da quitina (substância que reveste o corpo dos insectos) durante o processo da muda, sendo o mais usado o Dimilin®; de notar que este produto é proibido em floresta certificada pelo FSC (Forest Stewardship Council) (ou)
  •  Mimic® (Tebufenozida) – mimetiza a hormona da muda dos insectos (ecdisona) provocando a muda prematura mortal das lagartas jovens numa fase em que o insecto não se encontra ainda fisiologicamente preparado para ela.

Tratamento mecânico (de Novembro a fins de Maio)

  • Destruição mecânica do ninho – após a remoção, o ninho deve ser queimado ou deitado no lixo em saco bem fechado;
  • Podem colocar-se cintas de papel ou plástico embebido nas duas faces com cola inodora à base de poli-isolbutadieno, à volta da árvore para que as lagartas ao descerem do tronco fiquem aí coladas; não é um método totalmente eficaz porque as primeiras lagartas ficam retidas mas as seguintes passam-lhes por cima e continuam as procissões;
  • No solo, podem juntar-se com auxílio de um utensílio, com cuidado para que não se “levantem” os pêlos urticantes, e queimá-las de seguida; o operador deve estar completamente protegido (óculos, máscara e luvas);
  • Deve cavar-se o solo, se se conseguir identificar os locais de enterramento, de modo a expor as pupas já formadas (ou até mesmo as lagartas que ainda não crisalidaram completamente).

Uso de armadilhas (de Junho a Setembro)

  • Colocação nos pinheiros de armadilhas iscadas com feromonas sexuais, para a captura dos machos (será uma armadilha/hectare em espaço rural e 5 armadilhas/ha em espaço urbano). Estas armadilhas comercializam-se em Portugal e não são dispendiosas nem difíceis de utilizar.

Ao realizar qualquer dos tratamentos aconselhados, deverá:

  • Usar luvas;
  • Proteger o pescoço;
  • Proteger os olhos, usando óculos apropriados;
  • Usar máscara de protecção no nariz e boca;
  • Seguir as normas de segurança de aplicação constantes nos rótulos de cada produto.

Nas escolas e outros locais onde estejam presentes crianças, impedir o seu acesso à zona das árvores atacadas, sobretudo na altura em que as lagartas descem da árvore.

Tratamento curativo

As “lagartas do pinheiro” têm efeitos nocivos nos humanos, causando-lhes sinais e sintomas de reacção alérgica.

  • Urticária/ irritações na pele: geralmente ardor, comichão e manchas avermelhadas na pele.
  • Irritações nos olhos: olhos avermelhados, inchados e com comichão.
  • Alterações no aparelho respiratório: dificuldade em respirar.

Os sintomas geralmente são transitórios (menos de 24 horas).

Em caso de aparecimento de sintomas de alergia, tenham calma!

Na escola:

  • O professor responsável deverá entrar em contacto com o Delegado de Saúde da sua área.
  • O delegado de saúde deslocar-se-á à escola e procederá à avaliação dos casos, efectuando o encaminhamento adequado.

Em família:

  • Aparecendo qualquer sintoma, entrem em contacto com a Linha de Saúde 24 (808 24 24 24) que fará uma primeira avaliação e, em caso de necessidade, vos encaminhará para um atendimento médico adequado.
  • As peças de roupa terão de ser lavadas a altas temperaturas (maior ou igual a 60ºC) porque a proteína dos pêlos urticantes responsável pelas alergias – a taumatopoína – só é desnaturada a partir destas temperaturas. Ou seja, a temperatura de lavagem normalmente usada, os 30 – 40º C não serve: ao vestir a roupa assim lavada corre-se o risco de nova reacção alérgica.
  • Devem também entrar em contacto com a Proteção Civil e sinalizar o local onde avistaram as lagartas, para que se possa proceder às medidas necessárias para diminuir o impacto na população.
  • A lagarta do pinheiro também afecta os animais domésticos, por isso se tiverem um animal doméstico e notarem alguma alteração (geralmente alteração na coloração da língua) recorram ao veterinário.

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