A História da Hora do Planeta: de 2007 a 2024, muito aconteceu! - Pumpkin.pt

A História da Hora do Planeta: de 2007 a 2024, muito aconteceu!

História da Hora do Planeta

Tudo começou em 2007, em Sydney. Saibam como cresceu a Hora do Planeta nestes 15 anos e todas as conquistas já alcançadas.

A Hora do Planeta é um evento organizado globalmente pela WWF com o objetivo de consciencializar para a importância de preservar a biodiversidade e proteger o Planeta Terra. Tudo começou em Sydney em 2007 e evoluíu, com a consciencialização pública, até se tornar numa celebração mundial – conheça a história da Hora do Planeta.

Este ano, a data a reservar na vossa agenda é 23 de março. E não se esqueçam de desligar as luzes entre as 20.30 e as 21.30h. A ANP|WWF, a Câmara Municipal de Lisboa, a EPAL e as Águas do Tejo Atlântico vão se juntar para preparar o Arraial pelo Planeta 2024.

No sábado, dia 31 de Março de 2007, em Sydney, a movimentada cidade australiana pasmou o mundo ao desligar as suas luzes pela primeira Hora do Planeta.

Cerca de 2.2 milhões de indivíduos, empresas e organizações apagaram as suas luzes por uma hora para mostrar ao governo que as alterações climáticas era um assunto que lhes interessava.

hora do planeta 2007 sydney
Crédito: © Dean Sewell / ReRu / WWF-Aus

Até esta altura, a discussão sobre clima estava confinada basicamente aos políticos e cientistas especialistas. Esta foi a primeira vez que a sociedade reclamou para si reflectir sobre a importância de pensar as alterações climáticas.

A Hora do Planeta estava no caminho para se vir a tornar no maior movimento global pelo planeta.

hora do planeta
Crédito: © Getty Images / WWF-AUS

O crescimento da Hora do Planeta

Ao longo dos anos, a Hora do Planeta da WWF chegou a novos países e territórios (incluindo a Estação Espacial Internacional) enquanto indivíduos e comunidades se juntavam ao movimento para mostrar que as alterações climáticas nos afetam a todos – e que todos temos um papel a desempenhar.

Hora do Planeta - Italian astronaut Samantha Cristoforetti holds up a sign for Earth Hour 2015
Crédito: © ESA – European Space Agency

Hora do Planeta em 2010

Depois de 3 anos a levar a ação climática até às salas de estar de todo o mundo, em 2010, pela primeira vez a Hora do Planeta da WWF trouxe a voz das pessoas para uma conferência onde as politicas climáticas estavam a ser decididas.

Um milhão de votos por um futuro mais amigo do clima foi levado à COP15 em Copenhaga mas enquanto as discussões falhavam, um novo papel das pessoas na ação climática emergia. Os votos, embora não entregues, simbolizavam a voz das pessoas que exigiam ser ouvidas.

Hora do Planeta - Protestos em Copenhaga em 2009.
(Crédito: © WWF / Richard Stonehouse

Na Rússia, a WWF aproveitou o impulso criado pela Hora do Planeta para mobilizar o apoio público para pedir uma nova lei que protegesse os oceanos russos da poluição por petróleo.

Com mais de 120 mil assinaturas recolhidas, o Ministério dos Recursos Naturais e um comité especializado do estado de Duma trabalharam em conjunto com a WWF, e a Rússia transformou o projeto de lei inicial numa proteção concreta que finalmente se tornou lei em 2013.

Hora do Planeta - imagem do céu na expedição WWF-Canon Laptev à Rússia
Crédito: © Alexei Ebel / WWF-Canon

Hora do Planeta em 2013

No mesmo ano, no Uganda – um país que perdeu 6 mil hectares de floresta graças à desflorestação constante – indivíduos, comunidades e empresas uniram-se para criar a primeira floresta da Hora do Planeta. Uma área de 2,700 hectares que representa o poder das pessoas para estimular mudanças tangíveis e ação climática.

Hora do planeta - Imagem de Uganda.
Crédito: © WWF / Simon Rawles

Na Argentina, a Earth Hour (Hora do Planeta) foi a força para uma petição que exigia ao Senado que aprovasse um projeto de lei pendente sobre a criação da maior área protegida marinha do país.

A criação do Banco Namuncurá (Burdwood Bank), com 3,4 milhões de hectares, triplicou a área sob proteção em águas argentinas e inspirou pessoas a um nível mundial para aproveitar o poder da Hora do Planeta para dirigir ações para mudar o rumo das alterações climáticas.

Hora do Planeta - Southern right whale blowing. Valdés Peninsula, Chubut Province, Patagonia, Argentina. UNESCO World Heritage Site.
Crédito: © Michel Gunther / WWF

Hora do Planeta entre 2014 e 2016

Em 2014, após uma campanha bem-sucedida da Hora do Planeta, o Património Mundial da UNESCO das Ilhas Galápagos tornou-se na primeira província do Equador a proibir sacos de plástico e outras embalagens descartáveis.

Leonardo DiCaprio, um grande defensor do meio ambiente e embaixador da WWF, exigiu aos líderes mundiais num discurso na Cúpula das Nações Unidas ações urgentes em larga escala de para combater o aquecimento global.

Hora do Planeta celebrado em Galápagos - Earth Hour celebrations at the UNESCO World Heritage site of the Galapagos Islands.
Crédito: © Cristina Calvopiña / WWF-Galapagos

Em 2016 celebrou-se o Acordo de Paris, um marco na luta contra as alterações climáticas: um acordo histórico para reduzir as emissões de gases de efeito estufa e lutar contra as alterações climáticas.

Um primeiro passo para a esperança, já que este é um pacto global que visa garantir que o aumento da temperatura média do planeta fique entre 1,5 e 2 graus – e, assim, evitar as consequências mais catastróficas das alterações climáticas.

Hora do Planeta em 2017

Em 2017, o movimento da Hora da Planeta aproveitou o seu poder nas redes sociais para que os seus seguidores demonstrassem o seu compromisso com a causa da ação climática, em paralelo com o apagar das luzes em todas as linhas do horizonte.

Reconhecendo as redes sociais como um espaço e uma voz para o ativismo, a Hora do Planeta foi celebrada em 187 países e territórios em todo o mundo.

Através dos sete continentes, a Hora do Planeta da WWF inspirou milhões para apoiarem e participarem em projetos importantes de conservação e clima que promovam esforços para impulsionar políticas, consciências e ações climáticas entre os indivíduos, empresas e governos.

E ainda que os EUA tenham abandonado o Acordo de Paris, o resto do mundo continuou a avançar.

Hora do Planeta 2010 em Paris
Crédito: © WWF / Nina Munn

Hora do Planeta em 2018

A Hora do Planeta 2018 estabeleceu novos recordes de adesão e participação a nível mundial – 188 países e territórios e mais de 3,5 mil milhões de pessoas apoiaram a iniciativa da rede WWF, apoiando a ação ambientalmente sustentável para travar as alterações climáticas e a perda de biodiversidade.

Cerca de 18 mil monumentos em todo o mundo e mais de 70 nacionais desligaram as suas luzes entre as 20h30 e as 21h30, hora local, enquanto o mundo inteiro se unia nas redes sociais em torno da #EarthHour (#HoradoPlaneta), #connect2earth e #ligateaoplaneta, hashtags que subiram ao topo das tendências em 33 países.

Em Portugal, a 11ª edição da Hora do Planeta foi celebrada em mais de 110 municípios e contou este ano com 2 eventos oficiais – duas “Pedaladas pelo Planeta”, que decorreram em Lisboa e Cascais, com uma adesão de cerca de 90 participantes.

Hora do Planeta - Pela proteção dos Oceanos e Corais. Fish and coral in the Great Barrier Reef, Australia.
Crédito: © Shutterstock / Debra James / WWF Fish and coral in the Great Barrier Reef, Australia.

A Hora do Planeta de 2018 a 2020

Com uma década de impacto tangível, a Hora do Planeta 2018-2020 assumiu um foco diferente.

Depois de democratizar a conversa sobre a ação climática, foi tempo de dar o passo em frente e agir para também travar a perda de biodiversidade. Os números globais da vida selvagem entraram num declínio de 67% em apenas 50 anos.

Sendo a biodiversidade o alicerce de florestas, rios e oceanos saudáveis, diminuindo as espécies, estes ecossistemas vão entrar em colapso e com ele todos os benefícios que deles retiramos.

A perda de biodiversidade está a acontecer perto de cada um de nós numa escala muito maior do que se poderia pensar, resultando num impacto para todos, incluindo para as pessoas que vivem nas cidades.

Sabiam que se continuarmos a gerir erradamente a água doce e os glaciares, as montanhas e as florestas que alimentam os nossos rios, quase metade da população mundial (incluindo a população portuguesa) viverá sob severa escassez de água em 2030?

Gota de água seca - Hora do Planeta
Credito: Philipp Lublasser on Unsplash

Porugal vive desde 2016 uma grave seca, com 56% do território nacional em seca severa e 40% em seca moderada (de acordo com dados do IPMA). Em 2022, com um Inverno invulgarmente seco e quente, Portugal atravessa a pior seca desde que há registos. 

No entanto, não existem políticas governamentais de poupança de água, que passam pela consciencialização da necessidade de poupar, bem como o planeamento de alternativas, como a exploração de aquíferos e centrais de dessalinização. Portugal está dependente das barragens, sendo que estas já se encontram em níveis preocupantes.

A nossa alimentação depende da biodiversidade. Hoje, 90% das unidades populacionais de peixes do mundo já são totalmente pescadas ou sobre exploradas e, mesmo em terra, os desafios persistem. 30% do que comemos é dependente de polinização de insetos e as alterações climáticas ameaçam muitas das mais apreciadas culturas – como o cacau e o café.

Estamos a perder florestas como nunca. Milhares de diferentes espécies de plantas são usadas na medicina moderna e, ao destruirmos florestas, estamos também a perder potenciais produtos farmacêuticos.

Os nossos oceanos estão sob stress. Despejamos produtos químicos, plásticos e tóxicos no mar, envenenando a nossa própria comida. Os recifes de corais estão a morrer. Mas sabia que os oceanos produzem metade do oxigénio que respiramos?

Porque é isto importante? É importante porque não podemos ter um futuro próspero num planeta empobrecido. A perda sem precedentes de biodiversidade a que assistimos hoje é uma ameaça existencial à vida humana e ao desenvolvimento económico. A natureza não está longe, mas muito perto de nós, e sem o ambiente natural nem existiríamos.

O nosso planeta está numa encruzilhada e temos diante de nós uma escolha para orientá-lo para o futuro que queremos para nós mesmos e para a nossa casa partilhada. Não existe um Planeta B e se está interessado em travar a perda de biodiversidade e reverter a tendência negativa, este é um bom despertador.

A Hora do Planeta digital

hora do planeta 2020

Um número recorde de 190 países e territórios apoiaram a Hora do Planeta 2020, com milhões de pessoas a unirem-se digitalmente, no meio do surto de COVID-19.

Um direto na página de Facebook da ANP|WWF reuniu centenas de pessoas para ouvir os embaixadores durante uma emissão que durou mais de uma hora.

A Hora do Planeta em 2024

Desde o seu início em 2007 pela mão da WWF, a Hora do Planeta é conhecida pelo momento das “luzes apagadas”, com indivíduos de todo o mundo a apagar as suas luzes para mostrar apoio simbólico ao planeta, e para aumentar a consciencialização sobre as questões ambientais que o afetam. 

Mais de 15 anos depois, as pessoas estão agora num ponto de viragem. As crises climáticas e naturais colocam em risco o destino da nossa casa comum e de todo o nosso futuro. Estamos no bom caminho para ultrapassar, até 2030, o limite de aumento global de temperatura em 1,5°C estabelecido pelo Acordo Climático de Paris, e a natureza – a fonte dos nossos meios de subsistência e um dos nossos maiores aliados contra a crise climática – também está sob grave ameaça, enfrentando taxas de perda alarmantes e sem precedentes em todo o mundo.

Os próximos 6 anos são, portanto, cruciais para todos os nossos futuros – temos de permanecer abaixo do limiar climático de 1,5°C para evitar danos irreversíveis ao nosso planeta, e precisamos de inverter a destruição de natureza até 2030, terminando a década com mais natureza do que começámos. Para que isto aconteça, os indivíduos, as comunidades, as empresas e os governos devem intensificar urgentemente os seus esforços para proteger e restaurar o nosso planeta.

Com este objetivo para 2030 em mente, está na hora de deixar a reflexão de parte e passar à ação. Em 2023, a WWF deu nova vida à Hora do Planeta, criando a Maior Hora pelo planeta. Como? Apelando aos nossos apoiantes em todo o mundo para desligarem as luzes e dedicarem uma hora a fazer uma ação que tenha impacto positivo.

No meio de sociedades cada vez mais divididas e polarizadas, a Maior Hora pelo planeta torna-se um momento precioso de união, lembrando ao mundo que a nossa sobrevivência depende da boa saúde desta nossa casa comum, e que todos nós podemos – e devemos – desempenhar um papel na sua proteção.

Vejam como podem participar nas iniciativas da Hora do Planeta em 2024.

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