Como fazer férias sozinha ou sozinho com os miúdos? Texto de Catarina Beato

Como fazer férias sozinhos com os miúdos?

Férias com pais solteiros

Dicas para ultrapassar com tranquilidade este desafio.

Quando decidimos partilhar dicas úteis para férias, lembrámos-nos logo deste texto da Catarina Beato. Sejam mães ou pais “solteiros” ou casais em que uma parte fica presa aos compromissos profissionais, fazer férias sozinha (ou sózinho) com os miúdos é sem duvida um desafio muito particular.

Podem encontrar este e outros textos inspiradores no blog Dias de uma Princesa.

A Minha Família de Férias

“Um dos problemas de ser mãe solteira são as férias. Tive muito medo nas primeiras férias que passei sozinha (evite-se a palavra “monoparentalidade” porque aqui há mãe e pai mesmo não vivendo juntos).

Medo dos preços absurdos das agências de viagens que só conhecem o conceito de dois adultos.

Medo de ser ainda mais chata para o meu filho grande, que na altura tinha três anos, por estarmos os dias inteiros só os dois. Férias podem ser sinónimo de extremo cansaço. E isto de ser mãe ou pai solteiro pode também ser sinónimo de uma enorme solidão. Três situações a evitar.

Felizmente, os problemas têm solução: pensar e organizar férias em conjunto. Se não pensaram em férias para apenas um, façamos o nosso próprio pacote de férias para muitos.

Acredito que “fazer férias”, uma semana ou quinze dias, é fundamental para a rotina familiar. É uma forma de marcar o final de um ciclo escolar e dar início a outro. É uma forma de tentar desligar e ter tempo para ouvir e ver. É uma forma de alterar os lugares, mesmo que se repitam de ano para ano. É uma forma de criar memórias com outros cheiros e sensações.

Em minha casa as férias eram fundamentais para os 350 dias que se seguiam. Lembro-me, com total nitidez, daqueles dias em que os meus pais eram felizes e as rotinas se faziam com outra serenidade. Lembro-me do cheiro do pequeno almoço, do creme de praia, e dos cabelos lavados e ainda húmidos quando passeávamos depois de jantar.

No primeiro verão sozinha com o meu filho fui acampar para a Zambujeira do Mar e convidei uma amiga e um amigo, de quem gosto muito. Enquanto dava um mergulho, eles liam-lhe uma história. E até dava para tomar banho depois da praia e pôr creme, enquanto um deles brincava no escorrega. À noite ficávamos na conversa e até me sentia uma pessoa normal. Ainda hoje todos nos lembramos desses dias.

Decidi, nesse verão, que as férias se fariam sempre entre amigos e que, se o meu filho fosse filho único (o que, felizmente, acabou por não acontecer) teria memórias de férias rodeado de amigos pequenos e grandes.

Hoje somos muitos, casais com filhos dele, dela e comuns, mães e pais solteiros, com ou sem namoro, filhos pequenos e filhos crescidos.

Alugamos uma casa onde cabemos e partilhamos todos os custos e responsabilidades. É mais barato e mais fácil. O melhor, os nossos filhos crescem juntos e conscientes que existem famílias de todas as formas, incluindo esta: a nossa família de férias.”

Podem  – e devem 🙂 – encontrar a Catarina no blog Dias de uma Princesa.

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