* O meu bebé está no percentil x, e o teu? Tão pequeno! Tão grande! * Eu já sinto o meu bebé mexer, tu não? Mas devias, já estás com z semanas! * Eu só engordei 0 kg e tu? * Passei lindamente, foi uma santa gravidez! *
Depois eles nascem, e nem vou falar em detalhe do trabalho de parto, senão tínhamos assunto que nunca mais acabava. Pois o parto da outra foi sempre pior ou então muito mais fácil. E os julgamentos por ter tido cesariana e não parto natural? Eu bem sei o que isso é pois fiz 2 cesarianas, por motivos clínicos, não por opção, e já ouvi coisas do género: Não sabes o que é parir um filho! Não sabes o que são dores! Etc. Enfim!
Nascidas as crianças a competição vai ficando cada vez mais acessa.
* Ainda não dorme a noite toda, o meu já! * Não quer mamar, o meu adora mama e odeia biberão * Usa chucha, o meu não! * Ainda não tem dentes, mas já devia, o meu já tem! * O meu já anda, aliás corre, o teu não? * Blá! Blá! Blá! *
Eles crescem e a saga continua.
* Ainda usa fraldas, o meu não! * Ainda dorme no vosso quarto? O meu já dorme no seu quarto desde dos x meses. * Nunca vai para a nossa cama, o teu filho vai? * O meu come que é uma beleza e de tudo! * Nunca faz birras, o meu querido filho! *
E eles continuam a crescer.
* A escola onde o meu filho anda está nos rankings nacionais! * O meu filho faz 5 actividades extracurriculares e é bom em todas! * O meu filho já sabe contar até 100 em inglês, francês, castelhano e mandarim! * É o melhor aluno da sala dele! * Está no quadro de honra do colégio! * Blá! Blá! Blá! *
Podia escrever páginas e páginas com frases bem catitas, com um toque de superioridade, ou até de malícia que todos nós Mães e Pais já ouvimos da boca de quem nos rodeia. Cada criança é uma criança e tem os seus pontos fortes e os menos fortes, o seu ritmo, a sua personalidade que é única.
Cada família é uma família e o que eu desejo do e com os meus filhos é diferente do que a outra família quer e acredita, e não significa que alguém esteja errado, são só visões, valores e formas de estar diferentes. O que nos faz felizes não é necessariamente o mesmo que vos faz felizes a vocês.
Não esquecendo que neste processo todo, muitas vezes se muda de opinião e isso também não é errado, considero até que é um sinal de inteligência e crescimento, pois no exercício da parentalidade são muitas as vezes que a mudança de opinião e as decisões mudam o que é de salutar!
Todos nós queremos o mesmo, a felicidade e a saúde dos nossos filhos, e isso deveria bastar, ninguém deveria de querer que o seu filho fosse um troféu, um bibelot para exibir aos amigos, colegas de trabalho e conhecidos.
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