Disortografia: o que é? O que fazer? - Pumpkin.pt

Disortografia: o que é? O que fazer?

Disortografia

O que é a Disortografia e quais os sinais de alerta, como se realiza o diagnóstico e qual a intervenção mais adequada para crianças que manifestam esta perturbação da aprendizagem?

O CENTRO SEI é um espaço dedicado ao desenvolvimento e à aprendizagem em todas as etapas da vida humana e explica-nos em detalhe o que é a Disortografia e como pode ela influenciar a aprendizagem das abobrinhas.

O que é a Disortografia?

A Disortografia deriva das palavras “dis” (desvio) + “ortho” (correto) + “graphos” (escrita), isto é, a dificuldade em escrever corretamente.

Assim sendo, a Disortografia é uma Perturbação da Aprendizagem Específica com Défice na Expressão Escrita que afeta a precisão ortográfica, a precisão gramatical e da pontuação e a clareza ou organização da expressão escrita.

Apesar de a Disortografia poder ser uma perturbação por si só, é frequente coexistir com a Dislexia, isto é, com a Perturbação da Aprendizagem Específica com Défice na Leitura.

Sinais de alerta de Disortografia:

São vários os sinais indicadores de uma possível Disortografia. Num texto típico, escrito por uma criança com disortografia podemos observar:

Incorreções ortográficas diversas:

– Omissões de letras/sílabas (e.g. banco-baco);

– Adições de letras/sílabas (e.g. comer-comere);

– Inversões de letras/sílabas (e.g. barco-braco);

– Substituições de letras com sons semelhantes (e.g. verde-ferde);

– Substituições de letras com formas semelhantes (e.g. bola-pola);

– Aplicação incorreta das regras gramaticais (e.g. ajudam-ajudão);

Dificuldades ao nível da pontuação:

O mais habitual é os textos das crianças com Disortografia apresentarem pouca ou nenhuma pontuação.

Em outros casos, pode ocorrer uma tentativa por parte da criança, nomeadamente quando são mais velhas, de utilizarem os diferentes sinais de pontuação, no entanto nem sempre os aplicam da forma mais adequada, tornando o texto confuso.

Dificuldades na precisão gramatical:

É frequente estas crianças saberem explicar com precisão as diferentes regras gramaticais de forma isolada.

Contudo, no momento em que as têm de aplicar de forma autónoma (pois têm de escrever a um ritmo que não lhes permite refletir com calma nas diferentes regras), acabam por cometer esses mesmos erros de precisão gramatical.

Dificuldades no encadeamento/organização das ideias:

É crucial ensinar estas crianças a planear os textos antes de os escrever.

Uma das características desta perturbação da aprendizagem é exatamente a dificuldade em produzir um texto escrito com uma sequência lógica e bem estruturada ao nível das ideias (mesmo quando bem estruturadas oralmente).

Ritmo lento na escrita:

Uma vez que estes alunos necessitam de recorrer a diferentes estratégias, para conseguirem escrever sem erros, para saberem qual a regra gramatical a ser aplicada, para saberem qual o sinal correto de pontuação adequado.

Isto ao mesmo tempo que tentam elaborar um texto com uma boa construção frásica, acabam por revelar um reduzido ritmo de produção textual.

Como diagnosticar a Disortografia?

Tal como a Dislexia, também a Disortografia deverá ser avaliada por um técnico especializado em Dificuldades de Aprendizagem (Psicólogo, Psicopedagogo, Neuropsicólogo), em estreita colaboração com os pais e professores.

Como em qualquer Perturbação da Aprendizagem Específica, a criança só poderá ser formalmente diagnosticada após dois anos de estimulação formal da leitura e da escrita (o que não significa que não seja possível despistar sinais de alerta previamente) e se o seu desempenho nas competências de escrita for significativamente abaixo do esperado para o seu nível escolar (avaliado através de provas formais e informais).

É preciso perceber se estas dificuldades não estão antes associadas a uma deficiência auditiva/visual, uma Perturbação Específica da Linguagem ou uma fraca estimulação escolar.

Qual a intervenção mais adequada?

A intervenção ao nível da Disortografia consiste na reeducação e treino das competências fonológicas (características desta dificuldade de aprendizagem) e visuo-espaciais, tendo como foco principal o processamento fonológico.

As sessões de intervenção ao nível da estimulação das referidas competências deverão, sempre que possível, privilegiar uma estimulação multissensorial.

É importante referir que o sucesso da intervenção será tanto maior quanto mais cedo estas dificuldades forem detetadas e intervencionadas.

Tal como na avaliação, também a intervenção deverá ser realizada em colaboração com o contexto familiar e escolar.

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