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Vamos adoptar uma criança. E agora?

Vamos adoptar uma crianca. agora?

Num processo de adopção é preciso enfrentar algumas dificuldades para construir aquela família muito desejada. O Barrigas de Amor partilha connosco algumas “regras” que deveremos seguir para simplificar o processo.

1. Não mentir: ensinamos os nossos filhos a não esconder ou mentir, o mesmo princípio deve aplicar-se também para os pais e filhos adoptivos. Todos nós temos direito a conhecer a nossa história de vida. Esconder a verdade a uma criança é privá-la de informação importante da sua vida que seria a única a ignorar!

2. Nada de Culpa: É evidente que as dificuldades num processo educativo são muitas, tanto para os pais biológicos como para os adoptivos. O problema na adopção é que esta culpa é frequentemente maior – muitos pais sentem-se culpados de não ter identificado situações problemáticas, de não conseguir uma relação perfeita… É muito difícil adoptar, exige muito amor! Todas as crianças testam limites – faz parte do desenvolvimento de qualquer criança, não sendo propriamente um exclusivo das crianças adoptadas.

3. Quando o passado surge: Outros factores podem “complicar” os processos de adopção. Uma criança que foi abandonada sente-se muitas vezes culpada inconscientemente. Se os seus pais biológicos a “rejeitaram”, é porque talvez tenha feito algo de errado, ou tenha algum problema? As experiências podem assim repetir-se e a criança testar o abandono com sua nova família. É importante estar atento e vigilante para que isto não aconteça – é importante não deixar de mostrar o valor desta criança no seio da família.

4. Honrar a linhagem da criança: uma das chaves para o sucesso da adopção é o reconhecimento da sua origem. Mesmo que pai ou mãe biológicos tenham falhado e não conseguido cumprir o seu papel de pais, não é desejável culpa-los ou denegri-los perante a criança. Negar o valor dos pais biológicos pode ser sentido como uma tentativa de aniquilar a sua linhagem… É neste momento que o apoio de técnicos especializados pode ser muito importante. Caso contrário a criança pode sentir-se ferida consciente ou inconscientemente.

5. Alerta: muitas vezes, as crianças pensam mais do que aquilo que nós sabemos sobre a sua adopção e, muitas vezes, os seus desenhos, jogos, brincadeiras e sonhos dão-nos pistas de como se sentem abandonadas. Por exemplo, muitas crianças adoptadas mostram distúrbios de comportamento associados a uma angústia profunda, pela aflição ou morte dos seus, uma espécie de lealdade inconsciente! Outras constroem entendimentos que as podem magoar e nunca ousam partilhar com que as acolheu. Quando falar sobre a sua história, não há necessidade de se perder nos detalhes, especialmente quando é difícil. Mas, se a criança faz perguntas, o melhor é responder para que ela não faça construções erradas relativamente ao que aconteceu. O problema é que muitas vezes o questionamento sobre a família de origem, pode ser sentido como um desinvestimento para com a família adoptiva. Relaxe, a curiosidade da criança pela sua história é um bom sinal e não tem de colocar em causa a estrutura familiar afectiva.

6. Adolescência – redistribuição das cartas: na adolescência existe uma redistribuição das cartas. A transformação física é acompanhada por uma mudança no comportamento que os pais devem ajudar a definir. No caso da adopção, estas mudanças podem ser amplificadas, de acordo com a história da criança. Conversar sobre tudo pode ser muito últil na resolução de conflitos e crises do adolescente que se sente assim ouvido, acompanhado e amado. Contudo, um profissional é sempre recomendado quando os pais consideram que não estão a conseguir “chegar” ao seu adolescente.
Todos nós merecemos um espaço onde nos sentimos seguros e orientados.. O seu filho também.

 

Barrigas de Amor

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